A Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju) informou em nota ao CT, nesta sexta-feira, 15, que um técnico em Defesa Social da pasta, que trabalha como agente penitenciário, se apresentou espontaneamente ao 3º Distrito Policial (DP) de Palmas e confessou a autoria dos disparos de arma de fogo que vitimou a mãe de Laura Vitória, Sione Pereira de Oliveira e seu cunhado Weliton Pereira Barbosa. Segundo a nota, ele alega legítima defesa.
De acordo com a Seciju, o servidor, que não teve o nome revelado, foi encaminhado ao 1º DP (Central de Flagrante), onde foi registrado o Boletim de Ocorrência (BO). Logo após ele foi conduzido ao Instituto Médico Legal (IML) para realização de exame de corpo de delito e, posteriormente, liberado.
A nota aponta que o servidor alegou ter agido em “legítima defesa”, após ter sido surpreendido com uma paulada na nuca em um estabelecimento comercial, por voltas das 2 horas da madrugada desta sexta-feira, enquanto pagava uma conta. “Ao cair no chão, ele teria sacado sua arma particular e reagido, disparando contra três agressores”, detalha a Seciju.
Segundo a pasta, o servidor tem autorização para porte de arma, conforme legislação federal para agentes penitenciários.
“O servidor comunicou ao delegado plantonista que há algum tempo vinha recebendo ameaças e que, por conta disso, chegou a registrar Boletim de Ocorrência. Segundo ele, tais ameaças poderiam estar relacionadas ao fato dele ter se recusado a aceitar propina para colocar objetos ilícitos dentro da unidade prisional onde atuava”, relata na nota.
A Secretaria disse que será aberto Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apuração dos fatos. Conforme a pasta, por questões de segurança, o servidor, que foi empossado recentemente, será remanejado, ainda hoje, de suas funções na unidade prisional para uma área administrativa.
Crime
Sione Pereira de Oliveira, mãe de Laura Vitória, a garota desaparecida desde janeiro do ano passado, foi morta a tiros nesta madrugada, no Jardim Aureny III, em Palmas. Ela estava acompanhada do cunhado Weliton Pereira Barbosa, que também foi assassinado.
De acordo com Simone Pereira de Oliveira, irmã de Sione, a família ainda não sabe o que aconteceu. “Não sabemos o que realmente aconteceu. Fomos surpreendidos com a notícia”, contou ao CT.
Questionada se a morte do casal pode estar ligada ao tráfico, Simone disse que não acredita. “Acho que não. Vamos aguardar as investigações”, disse.
Ela contou ainda que os corpos de Sione e de Weliton estão no Instituto Médico Legal de Palmas (IML). “Estamos aqui esperando liberar os corpos para que possamos tratar dos sepultamentos”, contou muito emocionada.
Caso Laura
Laura Vitória de Oliveira, 9 anos, que foi vista pela última vez no dia 9 de janeiro de 2016, no setor Lago Sul, em Palmas, desapareceu quando teria saído para ir ao mercado próximo à sua residência.
Na tarde do dia 29 de janeiro do ano passado, a mãe, Sione, foi ouvida na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O depoimento ocorreu após o resultado do exame toxicológico confirmar a presença de maconha. O exame foi solicitado pelo delegado João Sérgio Vasconcelos Kenupp responsável, na época, pelas investigações sobre o desaparecimento da criança.
No dia 30 de março de 2016, Gênesis Ribeiro Rocha, 25 anos, pai de Laura, foi preso em Palmas, por policiais civis da Delegacia Especializada na Repressão a Narcóticos (Denarc). Ele é suspeito de tráfico de drogas e associação para o tráfico.
Na época, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a prisão de Gênesis não teria nenhuma relação com o desaparecimento de Laura Vitoria.
Confira a íntegra da nota da Seciju
“NOTA – IMPRENSA
DATA: 15.09.17
ASSUNTO: OCORRÊNCIA COM SERVIDOR TDS
A Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju) informa que, após o ocorrido, o servidor se apresentou espontaneamente ao 3º Distrito Policial (DP) de Palmas e, de lá, encaminhado ao 1º DP (Central de Flagrante), onde foi registrado o Boletim de Ocorrência (BO). O servidor foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para realização de exame de corpo de delito e, posteriormente, liberado.
O servidor explicou que agiu em legítima defesa, após ter sido surpreendido com uma paulada na nuca em um estabelecimento comercial, por voltas das 2 horas da madrugada desta sexta-feira, 15, enquanto pagava uma conta. Ao cair no chão, ele teria sacado sua arma particular e reagido, disparando contra os três agressores. Ele tem autorização para porte de arma, conforme legislação federal para agentes penitenciários.
O servidor comunicou ao delegado plantonista que há algum tempo vinha recebendo ameaças e que, por conta disso, chegou a registrar BO. Segundo ele, tais ameaças poderiam estar relacionadas ao fato dele ter se recusado a aceitar propina para colocar objetos ilícitos dentro da unidade prisional onde atuava.
Diante disso, por questões de segurança, a Seciju irá remanejar, ainda hoje, o servidor de suas funções na unidade prisional para uma área administrativa. Um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) será aberto para apuração dos fatos.”
Fonte: PortalCT