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Após anúncio do corte de pontos, Sintet fala em “desgastar” pré-candidatura de Amastha “até derrota nas urnas”

Durante a assembleia dos trabalhadores da rede municipal de ensino de Palmas, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Tocantins (Sintet-TO), José Roque, disparou críticas contra a atual gestão e falou em “desgastar” a possível pré-candidatura do prefeito Carlos Amastha (PSB) a governador em 2018 “até levar a derrota dele nas urnas”.

“Que a companheirada de todas as áreas da Educação já bote suas ‘barbas de molho’ para o próximo pleito de governador que vem pela frente, pois ele é uma das candidaturas. Haveremos de travar o desgaste dele até levar a derrota dele nas urnas”, afirmou o presidente do Sintet.

Carlos Amastha, por sua vez, vem acusando o sindicato de usar o movimento da Educação de forma “política e violenta”.

Os servidores estão inconformados com a postura do pessebista, em relação ao movimento grevista. Nesta terça-feira, 19, os profissionais se reuniram e decidiram continuar a paralisação, mesmo após a declaração do chefe do Executivo à imprensa de que os salários serão descontados e de que não haverá negociação.

Truculência e inércia
Em entrevista ao CT, além de chamar de “truculenta” a postura do Executivo, José Roque disse que a Justiça tocantinense é “inerte” e “injusta”. Segundo ele, os servidores vão até as “últimas consequências” nesse movimento. “Embora a truculência por parte da gestão e a inércia da Justiça desse Estado, contra os trabalhadores, contra a comunidade de modo geral, nós temos disposição para continuar a greve. Vamos para o enfrentamento até as últimas consequências”, avisou.

Sobre o corte dos pontos dos servidores, o sindicalista disse que vai “recorrer a instâncias superiores”. Já em relação ao viés político abordado durante discurso na assembleia dos servidores, José Roque confirmou que vai provocar o “desgaste” do prefeito, “porque ele não respeita a sociedade, não respeita o ser humano. Ele é um animal”, disparou inconformado. “Não levando para eleições de governador, mas há outros espaços políticos que ele pretende conquistar”, explicou o líder sindical.

De acordo com o Sintet, cerca de 1.800 servidores estão paralisados. A Prefeitura de Palmas fala em 1.000, ou seja, 35% da categoria. A entidade informou ainda que vai continuar com manifestações e protestos nas ruas da Capital e pediu para que os pais não levem seus filhos às unidades escolares. “Se o aluno sofrer algum atentado a responsabilidade não é dos trabalhadores, pode ser do prefeito, única e exclusivamente do prefeito”, finalizou José Roque.

Greve de fome
Em assembleia realizada na noite desta terça-feira, 19, em frente à Câmara Municipal de Palmas, além da continuidade do movimento, foi deliberado que, se até às 18 horas desta quarta-feira, 20, não houver diálogo entre o Sintet e o prefeito Carlos Amastha (PSB), cinco trabalhadores farão greve de fome a partir desse horário, em frente à Câmara Municipal.

Após tentativa de uma nova reunião com a gestão municipal na tarde desta terça, o Sintet protocolou ofício onde foi solicitada audiência com o chefe do Executivo, com objetivo de buscar um novo acordo, uma vez que a pauta apresentada pelo secretário de Educação, Danilo de Melo, não atende aos anseios da categoria.

Nesta quarta-feira, 20 completa 8 dias de ocupação da Câmara de Vereadores. A categoria permanece no local, porém, a Justiça determinou nesta terça-feira a desocupação da Casa. A decisão se deu em Ação de Reintegração e Manutenção de Posse ajuizada pela Câmara Municipal.

Os servidores da rede municipal de Educação de Palmas devem deixar de praticar quaisquer atos atentatórios à posse, dentro da Câmara Municipal de Palmas, como ocupações ilícitas, bloqueio de entrada do prédio, armação de barracas, instalação de colchões, instrumentos musicais, caixas e alimentos estranhos ao exercício da atividade e à composição da estrutura do órgão. É o que determina liminar concedida pelo juiz da 1ª Vara da Fazenda e Registros Públicos de Palmas, Roniclay Alves de Morais, na tarde desta terça-feira, 19.

Entretanto, a liminar não proíbe manifestantes de exercer “suposto direito de greve à frente do órgão, ou transitarem nele, desde que seus atos não atentem à posse, nem obstaculizem o exercício normal das atividades daquele Órgão”

Ao CT, o Sintet informou que ainda não foi notificado da decisão, mas que os vereadores “cederam” os gabinetes para eles passarem as noites. “Nós vamos permanecer no local porque temos 11 gabinetes abertos para nós nos acomodarmos”, disse o presidente estadual do Sintet, José Roque.

Sem negociação
Em coletiva de imprensa, na manhã desta terça-feira, 19, o prefeito foi incisivo ao afirmar que vai descontar o salário dos servidores desde o primeiro dia de paralisação e que não vai negociar o corte de pontos, que já está sendo feito.

“Nós estamos falando de gente que estão faltando ao trabalho, porque greve não é. Essa greve não existe porque foi declarada ilegal. Quem não trabalhou não vai receber por não trabalhar”, declarou Amastha. “Ninguém vai negociar absolutamente nada de uma greve que foi declarada ilegal. Não existe negociação para acabar com essa greve, ninguém está negociando um ato ilegal”, asseverou o prefeito.

Amastha afirmou ainda que era a primeira e última vez que se referia a greve. Segundo ele quem está “cuidando” desse impasse é o professor Danilo de Melo, que é o secretário municipal de Educação.

Entenda
Desde o dia 5 deste mês a categoria deu início a greve reivindicando o pagamento da data-base, progressões, eleições para a diretoria das escolas, retroativos e cumprimento do Plano de Carreira dos professores. Demandas que foram negociadas em acordo na greve de 2015, mas que segundo os sindicatos, não teriam sido cumpridas.

Apesar da greve ter sido declarada ilegal, após alguns dias de manifestações os profissionais da Educação decidiram ocupar a Câmara de Vereadores para pressionar ainda mais a administração municipal. A categoria recebeu apoio de alguns parlamentares e desde o dia 13 estão 24 horas na Casa de Leis por meio de revezamento. O Sintet ainda tenta, através de recursos ao Judiciário, reverter as decisões desfavoráveis.

Fonte: Portal CT

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