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SLIDE TOCANTINS

Após operação da PF, Igeprev diz que aposentadorias estão seguras

Em entrevista após a operação Naum, novo presidente falou sobre a situação financeira, a política de investimentos e dificuldades em manter pagamentos.

Jacques Silva de Sousa assumiu o comando do Igeprev após o escândalo (Foto: Secom/Divulgação)Jacques Silva de Sousa assumiu o comando do Igeprev após o escândalo (Foto: Secom/Divulgação)

Jacques Silva de Sousa assumiu o comando do Igeprev após o escândalo (Foto: Secom/Divulgação)

O atual presidente do Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev), Jacques Silva de Sousa, falou nesta quinta-feira (29) pela primeira vez após a operação Naum, que investiga desvios e investimentos ilegais do Igeprev durante as gestões anteriores a dele. Em entrevista ao G1, Sousa falou sobre a situação financeira do instituto, as mudanças feitas na política de investimentos e as dificuldades para manter os pagamentos dos aposentados.

Situação financeira

O novo presidente diz que a situação financeira é confortável, mas que ainda há dificuldades para manter os pagamentos. “Nós temos um bom patrimônio. Nossa preocupação ultimamente é que os repasses do estado para o Igeprev não estão sendo constantes. Está tendo atrasos. Isso está criando um certo problema, porque a folha aumentou muito. Já chega a R$ 70 milhões mensais”, disse ele.

Mesmo com essa dificuldade, ele afirma que as contas estão equilibradas e que as aposentadorias não estão ameaçadas. “O servidor pode estar tranquilo. A aposentadoria está garantida desde que não tenha mais o que aconteceu”. Quando perguntado sobre a possibilidade de mudança nas regras da aposentadoria, Sousa é direto. “Caso seja aprovada a reforma da previdência em nível federal, fatalmente ela vai atingir aqui também. Vai se seguir o que o governo federal decidir”.

No começo do mês os aposentados e pensionistas do Igeprev tiveram um reajuste de 6,57% nos valores recebidos. O presidente explicou também que houve mudanças nas regras para adquirir pensão no Igeprev em 2016, justamente para diminuir o rombo.

A Polícia Federal diz que as aplicações em fundos podres nos anos de 2011 e 2013 geraram um prejuízo confirmado de mais de R$ 263 milhões de reais, mas estima que o valor pode ultrapassar R$ 1 bilhão até a liquidação de todos os investimentos. O número é parecido com o apresentado por Jacques Sousa. “Hoje nós temos um patrimônio de pouco mais de R$ 3 bilhões que está seguro e R$ 900 milhões nesses fundos podres. É um dinheiro que consideramos perdido, porque é muito difícil de um dia conseguir recuperar”, afirma.

Política de investimentos

Jacques Silva de Sousa informou que o Igeprev fez mudanças na política de investimentos. “Hoje só investimos em fundos de bancos soberanos, considerados seguros. Investimos na Caixa, no Banco do Brasil. Não fazemos mais investimentos em aplicações sem retorno”, disse. A nova política, segundo ele, foi definida pelo conselho de administração e é aplicada por um comitê composto por cinco membros que fiscaliza as aplicações. O comitê foi criado após o escândalo em 2013.

PF cumpriu mandados na sede do Igeprev, em Palmas (Foto: Mary Araújo/TV Anhanguera)PF cumpriu mandados na sede do Igeprev, em Palmas (Foto: Mary Araújo/TV Anhanguera)

PF cumpriu mandados na sede do Igeprev, em Palmas (Foto: Mary Araújo/TV Anhanguera)

O esquema

De acordo com a investigação, o Igeprev fez investimentos de alto risco ilegalmente. O dinheiro que poderia ter sido investido em fundos com retorno certo foi desperdiçado em aplicações que não renderam e que ainda fizeram com que o próprio dinheiro colocado lá não pudesse ser recuperado. As aplicações investigadas aconteceram entre 2011 e 2013.

A PF afirma que o esquema era uma forma de desviar dinheiro público, comprando os papeis por valores acima do mercado e dividindo os lucros entre políticos e gestores.

O prejuízo confirmado aos cofres públicos é de R$ 263.648.310,47, conforme o inquérito. Segundo a PF, também foram constatadas aplicações no montante de R$ 1.176.842.671,64 em 27 fundos sem liquidez e com possíveis prejuízos.

Operação Naum

A Polícia Federal deflagrou na última terça-feira (27) a operação Naum. Foram cumpridos 21 mandados de condução coercitiva e quatro de busca e apreensão. Entre os alvos da operação estão ex-diretores do Igeprev e políticos do Tocantins, inclusive o deputado estadual Eduardo Siqueira Campos, considerado o alvo principal.

O objetivo é combater uma organização criminosa suspeita de fraudar aplicações do Instituto de Gestão Previdenciária no Tocantins (Igeprev) em fundos que geraram prejuízos de mais de R$ 263,6 milhões.

A Justiça também autorizou a quebras dos sigilos bancário e fiscal dos suspeitos de envolvimento no esquema e de algumas empresas.

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