Construída há quase 20 anos, a Casa do Estudante Indígena de Araguaína, está abandonada. Foi construída para receber indígenas de todo o norte do estado. Cerca de 12 famílias, vivem no local em condições degradantes.
São 4 etnias indígenas diferentes: Kraô, Xerent, Guarani e Carajá e mais de 60 pessoas entre homens, mulhers, jovens, adultos e crianças.
Há 4 anos a estudante Girlene Itawaky Guarani, acadêmica de história deixou a aldeia em que vivia e foi para casa do estudante indígena. O forro da casa onde ela mora está cheio de buracos. Do lado de fora, esse só tem um banheiro para a família usar.
“A gente tem que usar esse banheiro porque realmente não tem outro lugar para gente usar. Tem um vaso e um chuveiro. Sofrimento demais. Eu tenho um filho e um sobrinho que moram juntos”, diz a estudante Girlene Itawaky Guarani.
Não é diferente do banheiro que fica no outro bloco de casas. A situação é precária do local. A mãe da estudante Milena Karajá já morou no lugar, também para estudar. Hoje é ela quem tenta se formar, mas até já pensou em desistir.
“A gente vem para cá porque precisa estudar, tem que ter um futuro. Quando a gente se formar, vai voltar para nossas aldeias, ensinar nossos primos, filhos e netos. Eles vão vir para cá um dia. Nós não queremos que eles venham para cá na situação que está”, reclama.
O estudante de geografia Frankim Pohi Kraô chegou há pouco tempo mas, enfrenta os mesmos problemas. A casa dele e da família não tem nenhuma segurança. A porta é amarrada com uma corda e a ferrugem corroeu as grades da janela. É nesse lugar que ele deixa os parentes para poder estudar a noite.
“A gente estuda a noite com o maior medo de deixar nossa família aqui, não tem segurança nenhuma. A gente sai da aldeia para morar num lugar melhor, mas chega aqui e se depara com um lugar mais ruim que na aldeia”, reclama.