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Casal adota cinco irmãos de 4 a 14 anos para evitar que eles fossem separados, em Cidade Ocidental

Após um ano morando no Orfanato Rebecca Jenkins, Maria Vitória, de 14 anos, Pedro Henrique, 12, Miguel, 8, Gabriel, 6, e Vitor 4, pararam de viver o medo diário de terem que se separar para, então, serem adotados. A gestora social Veranilda de Oliveira Guimarães e o ferramenteiro aposentado Adalberto Franco Guimarães, acolheram, há nove meses, os cinco irmãos de Cidade Ocidental, no Entorno do Distrito Federal. Na quinta-feira (12), eles entraram com o processo de adoção oficial na Justiça de Goiás.

Veranilda já trabalhava no abrigo como diretora e presenciou a situação dos cinco irmãos. Eles foram afastados da mãe biológica pelo Conselho Tutelar da cidade, por causa de situações de maus-tratos e abandono. Houve uma tentativa de que eles morassem com os tios, mas não foram aceitos.

“Tinham essas cinco crianças que a família pegava e devolvia. Sempre que eu os via eles corriam para me abraçar. Maria Vitória toda vez pedia pra não deixar separar dos irmãos. Fui sendo ministrada com essas palavras”, recordou.

Em outubro de 2017, a gestora conta que foi chamada pelo juiz para participar da audiência que separaria os irmãos para que, então, fossem encaminhados para diferentes famílias.

“Conversei com meu esposo e ele falou que não achava justo irmãos se separarem. Nós [também] somos pastores, pregamos sobre amor, acreditamos na família e vimos uma oportunidade de praticar, de decidir”.

“Naquele momento, a gente não levou em conta nem os nossos cabelos brancos. Foi aí que a gente decidiu pedir a guarda dessas crianças para o juiz”, recordou.

Depois de tomada a decisão, a alegria foi geral. O casal teve o apoio dos filhos biológicos, hoje com 29 e 28 anos, e a gratidão sincera dos mais novos cinco membros da família. Veranilda conta que todos estão loucos para colocar logo o sobrenome “Guimarães” e enchem a boca para chamá-la de “mãe” e Adalberto, de “pai”.

A família deixou de ter dois carros pequenos para ter um que cabe até oito pessoas. Eles também saíram da casa onde moravam para outra que comportasse todos com mais conforto. A mãezona conta que vê como todas essas mudanças dão aos mais novos a segurança de que eles têm um lar.

“Eles enxergam isso, que estamos fazendo alguma coisa para manter eles, e isso dá certeza que não serão devolvidos, que dessa vez é definitivo. Eles expressam muita gratidão. A Maria Vitória mesmo fala que não tinha ninguém para corrigir, para ensinar, para dar carinho. Eles demonstram muita felicidade”, afirmou.

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