Perícia coletou material biológico da mãe e da irmã de Adilson Bernardes de Oliveira, que desapareceu no rio Javaé no fim do mês de julho.
Por Jesana de Jesus, G1 Tocantins
O material biológico da mãe e da irmã de Adilson Bernardes de Oliveira, 47 anos, desaparecido no rio Javaé, em Lagoa da Confusão foi coletado para um exame de DNA. Segundo o titular da Delegacia de Lagoa da Confusão, Diogo Fonseca, o exame deve apontar se os restos mortais encontrados dentro de um jacaré são mesmo de Bernardes.
Exames periciais feitos pelo IML de Palmas constataram que os restos mortais encontrados dentro do animais são mesmo de humanos. A partir de agora, resta descobrir a identidade da vítima. O jacaré foi morto por populares no dia 30 de julho. Dois dias antes, Adilson desapareceu e os moradores acreditam que ele tenha sido devorado pelo animal.
O delegado, que acompanha as investigações, disse que o exame de DNA já foi solicitado, mas que o resultado deve demorar. Ele disse também que na próxima quinta-feira (17) vai ouvir o dono da fazenda e o filho dele, as únicas pessoas que estavam no local quando Oliveira desapareceu.
“Inicialmente, descartamos a possibilidade de crimes contra a vida. Estamos tratando como um acidente. A vítima teve um surto psicótico, saiu correndo e pode ter sido atacado por jacarés. Também pode ter caído no rio, se afogado e sido comido pelos animais”, disse o delegado.
Fonseca disse que este é um caso atípico na região. “Apesar de Lagoa da Confusão ser extensa, ter muitos rios, não é comum ataques de jacarés. A princípio, pelas fotos e vídeos feitos pela perícia, deu para perceber que o que foi encontrado se tratava de ossos humanos, mas para formalizar precisamos de um respaldo técnico.”
O delegado deve concluir o relatório em 15 dias e enviar para o Ministério Público Estadual.
Entenda
Para os moradores da zona rural de Lagoa da Confusão, os restos mortais são de Adilson Bernardes de Oliveira, 47 anos. Ele sumiu no dia 28 de julho, enquanto acampava com amigos à beira do rio.
“O dono do local contou que foi dormir, por volta de 22h [do dia 27 de julho] e quando acordou não viu Adilson. Ele procurou e encontrou os chinelos e um isqueiro perto do rio”, contou o sargento dos Bombeiros Ronaldo Barbosa, que ajudou nas buscas.
Os militares foram chamados e fizeram buscas por terra, na margem e ao longo do rio, durante dois dias. No local os militares viram mais de sete jacarés, sendo quatro adultos, com mais de 4 metros de comprimento.
Sem sucesso nas buscas, os Bombeiros relataram que os moradores resolveram capturar um dos jacarés e mataram o animal. Dentro dele, foram encontrados sacolas e restos mortais.
“Os moradores acreditam que os animais tenham devorado o homem. Os jacarés estavam com uma barriga cheia, desproporcional. Dentro do que foi morto, foram encontradas sacolas e Adilson andava sempre com sacolas nas calças”.
Caso semelhante
Em abril do ano passado, um jacaré foi morto em Araguacema, região oeste do Tocantins. Dentro da barriga do animal, moradores localizaram restos mortais. Eles acreditavam que o material era de um homem desaparecido no rio.
Rogério Marques de Oliveira, de 41 anos, havia sumido no mesmo mês. Os Bombeiros procuraram por ele durante quatro dias, mas ele não foi encontrado. Parentes contaram à polícia que ele teria sido atacado por um jacaré e puxado para o fundo do Rio Araguaia.
http://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/dna-vai-identificar-se-restos-mortais-em-jacare-sao-de-homem-desaparecido.ghtml