São Paulo
O governador eleito João Doria (PSDB) anunciou nesta terça-feira (13) o general da reserva João Camilo Pires de Campos para comandar a Secretaria da Segurança Pública do estado de São Paulo. A indicação foi antecipada pela Folha na semana passada.
Campos, 64, foi um dos responsáveis pela área de segurança do programa de governo de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República e passou para a reserva após 48 anos de serviços no Exército.
Essa será a primeira vez que um nome do Exército comanda a Secretaria da Segurança Pública em São Paulo desde 1979, quando Erasmo Dias foi titular da pasta.
Como general, campos chefiou o Departamento de Educação e Cultura do Exército e o Comando Militar do Sudeste.
Ao anunciar o general, o tucano descumpre promessa de campanha de colocar um policial à frente da pasta. “Nós melhoramos, evoluímos nossa ideia e melhoramos ao ter um general à frente da Secretaria da Segurança Pública do estado de São Paulo”, disse o tucano nesta terça. “Nós teremos um secretário executivo da Polícia Militar e uma secretaria executiva com um policial civil.”
Doria foi aconselhado por auxiliares a recuar dessa promessa, sob o risco de começar o novo governo tendo de administrar um mal-estar entre as polícias. Se escolhesse um policial civil, irritaria os policiais militares. Se escolhesse um policial militar, traria desconforto para os policiais civis.
Em entrevista nesta terça-feira, o governador eleito adotou um discurso mais moderado do que em sua campanha, quando disse que a polícia iria atirar para matar. “Óbvio que a primeira ação da polícia não será matar, será na inteligência, depois na pronta resposta que é imobilizar o criminoso, se o criminoso reagir a ação será para imobilização”, disse. “A orientação é que se ele ainda assim reagir armado é que ele vá deitado para o cemitério.”
Questionado sobre o excludente de ilicitude para policiais em confrontos proposto pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), Doria afirmou que, entre a vida de cidadãos de bem, do policial e a do bandido, fica com as primeiras duas.
O general Campos também respondeu sobre o tema, com um tom cauteloso. “É um tema que tem profunda relevância e merece ser estudado com muito carinho. Bandido tem no mundo todo, agora bandido armado de fuzil constituindo ameaça só aqui”, afirmou.
Perguntado se sua gestão será linha-dura, ele afirmou que será “serena e segura”.