Operação do Ministério Público em conjunto com a Polícia Civil identificou que mais de 20 empresas pagaram propina para receber alvará de funcionamento do Corpo de Bombeiros do Rio sem passar pelos procedimentos exigidos por lei. Os valores pagos variavam de R$ 750 a R$ 30 mil reais para obtenção dos documentos.
Segundo o promotor de justiça, Fabio Correia, o Fluminense é objeto da investigação devido à realização de uma partida no estádio do América, em 2016, supostamente sem a vistoria necessária para promover o evento. O documento que pode ter sido obtido por meio de propina que envolve o Tricolor é o Laudo de Prevenção e Combate a Incêndios. O Ministério Público e a Polícia Civil não deram outros detalhes sobre a apuração envolvendo o clube e o estádio que teriam sido mencionados em áudios, aos quais a polícia teve acesso.
“O estádio do América (Edson Passos), assim como os outros, precisam cumprir regras para realização de jogos. O que percebemos é que funcionaram sem os documentos necessários”, disse Renata Araújo, superintendente da coordenadoria unificada da Secretaria de Segurança do Rio.
Ainda de acordo com a denúncia do MP, o grupo era liderado pelos coronéis José Augusto da Cunha Bandeira e Ricardo Luiz Ferreira de Aguiar, que ocupavam o cargo de assessores especiais do comandante-geral. A reportagem do UOL não conseguiu localizar a defesa dos dois até a publicação da reportagem.
Ao todo, 34 pessoas foram presas. Elas serão levadas para Grupamento Especial Prisional do Corpo de Bombeiros. A pena é de três a oito anos de prisão, podendo ser acrescida de 1 a 2/3 por se tratarem de funcionários públicos.
As investigações referem-se ao período de 2015 a 2016. Procurado pelo UOL Esporte, o America informou que “não tratou da obtenção de Laudo (LPCI) junto ao Corpo de Bombeiros em 2016, conforme veiculado em meios de comunicação. Portanto, o America Football Club não tem nenhuma responsabilidade sobre os fatos levantados e está à disposição das autoridades”. O Flu ainda não se manifestou.