O grupo extremista que ocupou as manchetes nos últimos três anos – e que hoje vem perdendo suas posições na Síria e no Iraque – tem sido chamado por nomes diferentes por governos e meios de comunicação de todo o mundo. Isto fica claro em enunciados em inglês e português, por exemplo.
Para autoridades da ONU e dos Estados Unidos, o grupo é o “Isil”, um acrônimo em inglês para “Estado Islâmico do Iraque e do Levante” – que tem a versão também em português, “EIIL”.
O próprio grupo não usa esse nome desde junho de 2014, quando declarou a criação de um califado e reduziu seu nome para “Estado Islâmico” (com as siglas “IS” em inglês e “EI” em português), refletindo suas ambições expansionistas.
Desde então, a BBC adotou esse termo, mas caracterizando-o como o “grupo Estado Islâmico” ou o “autodenominado Estado Islâmico” e usando siglas em citações posteriores.
Outros veículos da imprensa continuaram a usar o termo “Isil” ou “Isis” – que se baseia em outras traduções, em inglês, do antigo nome do grupo, “Estado Islâmico do Iraque e da Síria” ou “Estado Islâmico no Iraque e al-Sham”. Neste caso, a sigla correspondente em português, ainda que não muito usada, é “EIIS”.
Mas o termo “Daesh” (ou Da’ish) também ganhou espaço, tanto no Oriente Médio como em lugares mais distantes – tem sido usada como uma forma de desafiar a legitimidade do grupo devido às conotações negativas da palavra.
“Daesh” é essencialmente uma sigla em árabe formada a partir das letras iniciais do nome anterior do grupo, também em árabe – “al-Dawla al-Islamiya fil Iraq wa al-Sham”. Embora não signifique nada como uma palavra, militantes do grupo se opõem ao seu uso.
Daesh também soa semelhante a um verbo árabe que significa pisar ou esmagar algo.
EI e Isis
A raiz das diferenças entre “Isil” e “Isis” está na palavra árabe “al-Sham”.
No começo, os meios de comunicação não tinham certeza de como traduzi-lo para o inglês, pois não estava imediatamente claro a que o grupo se referia.