á três meses no ar como Ritinha em “A força do querer”, Isis Valverde percebe que o público tem diferentes opiniões sobre sua personagem:
– Uns acham que ela é vilã e outros dizem que é autêntica, que não se deixa levar pelo dinheiro e por aquilo que as pessoas falam. Ritinha tem uma interrogação que a acompanha.
Segundo a atriz, o processo de criação foi “complicado e complexo”:
– Se eu colocasse um tom a mais, ela viraria uma vilã. Um a menos, seria mocinha. Preferimos ficar em cima do muro. Foi o caminho mais interessante que encontramos: mostrá-la como uma força da natureza. Ela cria as próprias leis, é impulso puro. Tem sido muito interessante esse papel e também bastante desafiador.
Isis, que aprendeu a mergulhar e treinou apneia para viver a sereia, conta que nunca existiu a possibilidade de usar uma dublê nas cenas:
– Fiquei muito apreensiva de não conseguir. Mas havia uma equipe ao meu lado que não largou o osso e me ensinou tudo. Hoje, minha guerra é contra o frio. É o que mais atrapalha o desempenho. Esta é a única hora em que você vai me ver quase chorando. Acho bem difícil lidar com o frio. Ele me apavora.
Protagonista da trama de Gloria Perez ao lado de Paolla Oliveira e Juliana Paes, ela comemora o destaque dado às mulheres:
– Eu não me lembro de ter visto uma obra tão calcada em figuras femininas poderosas e fortes. Fico feliz de ver as mulheres tendo voz na TV aberta. Sempre levantei essa bandeira e as pessoas achavam que eu nunca seria ouvida e respeitada. Desde a infância, quando minha mãe disse que tinha pena por eu ter nascido mulher, fiquei com essa questão em mente. Não estou falando que temos que ser melhores. É preciso igualdade e respeito. Estamos cansadas de ser subjugadas.
Isis, que recentemente participou da campanha “Mexeu com uma, mexeu com todas”, contra o assédio, fala ainda sobre o tema:
– Todas as vezes em que poderia ter passado por isso eu soube como contornar. Logo cortei as asas da pessoa. Não podemos ficar quietas.
Com mais de seis milhões de seguidores no Instagram, a atriz afirma que procura ter uma relação saudável com a internet:
– Antes, as pessoas davam muita importância ao que falavam nas redes. A internet abriu a porta para quem quer jogar suas frustrações em cima dos outros. Agora, acho que estamos todos entendendo melhor, vendo ao que devemos dar valor ou não. Eu tento cada vez mais entender esse mundo novo, essa era digital.
Aos 30 anos, ela acredita que vive uma de suas melhores fases:
– É o auge da mulher. É muito evidente como ficamos seguras do nosso corpo, do sexo e dos nossos desejos. Começamos a pensar em casamento e em construir uma família. A vontade de ser mãe grita. Acho que é uma idade para quebrar correntes e deixar de lado caminhos que não queremos mais.