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População chinesa diminui pela primeira vez em mais de 60 anos


A última vez que a população da China diminuiu foi em 1960, quando o país enfrentou a pior fome de sua história moderna. Pessoas fazendo compras em mercado popular de Pequim, na China.
Tingshu Wang/Reuters
A população da China diminuiu pela primeira vez em mais de seis décadas no ano passado, segundo dados oficiais divulgados nesta terça-feira (17), apontando para uma crise demográfica no país mais populoso do mundo.
No final de 2022, a população nacional da China era de 1,4 bilhão, informou o Escritório Nacional de Estatísticas (ONE) em Pequim, especificando que é “uma diminuição de 850 mil desde o final de 2021”.
A taxa de natalidade do país caiu para níveis históricos em meio ao envelhecimento da população, um declínio acelerado que, segundo analistas, pode prejudicar o crescimento econômico e pressionar as finanças públicas.
A última vez que a população da China diminuiu foi em 1960, quando o país enfrentou a pior fome de sua história moderna, causada pelo ‘Grande Salto Adiante’, a política agrícola de Mao Tsé-Tung.
A China suspendeu em 2016 sua rígida política de filho único, imposta na década de 1980 devido a temores de superpopulação, e em 2021 começou a permitir que os casais tivessem três filhos.
Mas essas mudanças de política não conseguiram conter o declínio demográfico.

Fonte: G1 Mundo

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Antigas cidades maias e “super-rodovias” são descobertas na Guatemala e no México


Segundo especialistas, achado revela detalhes do modo de vida e da organização dos maias que viviam na região. Uma representação artística mostra uma reconstrução do que teriam sido antigas cidades maias aninhadas na área conhecida como Bacia Cárstica Mirador-Calakmul (MCKB) no norte da Guatemala e no sul de Campeche, no México, após um estudo usando LiDAR
FARES USA/Handout via REUTERS
Uma rede de estradas, edifícios e assentamentos foram descobertos no sítio arqueológico de La Cuenca Mirador Calakmul, localizado entre o norte da Guatemala e o sul do México, anunciaram arqueólogos na segunda-feira (16). Os especialistas explicam que o achado revela detalhes do modo de vida e da organização dos maias que viviam na região.
Uma das descobertas mais significativas é a de uma rede de estradas que interligava diversas áreas da civilização maia. Segundo os especialistas, as rodovias, que foram marcadas e pintadas com cal e atingiam 40 metros de largura, atingiam cerca de 177 quilômetros de extensão.
Os arqueólogos também identificaram 189 novos sítios, que somados aos 775 encontrados em 2015, compõem 964 antigos assentamentos maias, com casas, estruturas e campos para jogar bola. Junto com as estradas descobertas, os sítios faziam parte de um Estado político.
“A maioria dos locais data dos períodos pré-clássico médio e tardio, de por volta de 1000 a.C., até pouco depois da época de Cristo”, disse a Fundação Fares, uma das financiadoras do projeto, em comunicado à imprensa.
Richard Hansen, arqueólogo americano encarregado das investigações arqueológicas há décadas e diretor do projeto Mirador, explicou que os assentamentos estão em uma das poucas florestas tropicais intocadas remanescentes na região.
Uma representação artística mostra uma reconstrução do que teriam sido antigas cidades maias aninhadas na área conhecida como Bacia Cárstica Mirador-Calakmul (MCKB) no norte da Guatemala e no sul de Campeche, no México, após um estudo usando LiDAR
FARES USA/Handout via REUTERS
María Belén Méndez, arqueóloga e doutora em Estudos Mesoamericanos, alheia ao projeto de Hansen, acredita que as descobertas são interessantes porque mostram a forma de organização dos que habitavam o local. No entanto, ela acredita que as informações disponíveis são preliminares e que mais estudos são necessários para apurar com maior certeza se as descobertas pertencem ao mesmo período.
“Pode-se falar da descoberta de várias estradas, mas não se sabe se são todas contemporâneas, se foram construídas ao mesmo tempo”, explicou Méndez.
A especialista acrescentou que a arqueologia está constantemente descobrindo, portanto não há verdade absoluta, apenas aproximações. Ainda assim, Méndez afirmou que, em sua opinião, as construções descobertas são importantes porque mostram um padrão arquitetônico que é identificado no período pré-clássico e detalham algumas construções usadas como observatórios astronômicos.
“Elas mostram como se usava a água na antiguidade, principalmente naquela parte das terras baixas onde era difícil manejar o recurso, são importantes porque nos falam sobre a complexidade social”, explicou Méndez .
Para fazer as descobertas, foi utilizada a tecnologia Lidar, onde um avião voa a baixa altitude, enviando uma espécie de laser que faz um raio-X da superfície terrestre, atingindo o subsolo.
“[As imagens permitiram] ver os locais na sua totalidade, cada estrada, sítio, reservatório e a grandiosidade, campos agrícolas de grande escala, currais onde guardavam carne em nível industrial, formação de sistemas agrícolas e pântanos”, disse Hansen.
Segundo ele, as observações permitiram aos cientistas saber melhor como os maias construíram seus sistemas agrícolas para manter sua população.
Josephine Thompson, planejadora da equipe e especialista em Lidar, explicou que os maias, então, projetavam construções, prédios e estradas como engenheiros.
“Eles calcularam como construir suas estradas, ter água e suas áreas residenciais”, afirmou Thompson.
Uma representação artística mostra uma reconstrução do que teriam sido antigas cidades maias aninhadas na área conhecida como Bacia Cárstica Mirador-Calakmul (MCKB) no norte da Guatemala e no sul de Campeche, no México, após um estudo usando LiDAR
FARES USA/Handout via REUTERS
Um mapa mostra uma área das planícies maias do centro e do sul que revelou grandes e antigas cidades maias aninhadas na área conhecida como Bacia Cárstica Mirador-Calakmul (MCKB) do norte da Guatemala e do sul de Campeche, México, após um estudo usando LiDAR
FARES USA/Handout via REUTERS

Fonte: G1 Mundo

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PIB da China cresce 3% em 2022

O número ficou abaixo da meta oficial de 5,5%. O Produto Interno Bruto da China cresceu 3% em 2022, de acordo com dados oficiais divulgados nesta terça-feira (16). O número ficou abaixo da meta oficial de 5,5%.
O ritmo lento da segunda maior economia do país foi impactado pelas fortes restrições da política de “Covid zero” implantada no país, que confinou milhares de pessoas em bairros e condomínios inteiros. Após protestos, o país começou a flexibilizar a rígida política nos meses finais do ano.
“O resultado veio abaixo do esperado por conta dos bloqueios sanitários aplicados no âmbito da política de Covid zero do país. Mas não só por isso. O desaquecimento da economia europeia, causado, sobretudo, pela guerra na Ucrânia e pelos primeiros impactos da uma política monetária restritiva, também colaboraram para o arrefecimento da segunda maior economia do mundo”, analisa o economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, André Galhardo.
Excluindo o crescimento de 2,2% após o início da pandemia de Covid em 2020, este é o pior resultado em quase meio século. Em 2021, o PIB da segunda maior economia do mundo cresceu 8,1%.
Em 2019, antes da pandemia, o PIB do país fechou em 6%.
2022
A economia da China lutou ao longo de 2022 com grandes centros industriais, incluindo Xangai e a área do delta do rio Yangtze, bem como Guangzhou, fechados ou sob restrições por longos períodos como parte da estratégia “zero-COVID” do governo.
Essa rigorosa política antivírus foi suspensa abruptamente no mês passado, e os economistas esperam que o crescimento do país se recupere em 2023.

Fonte: G1 Mundo

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50 mulheres são sequestradas por extremistas islâmicos em Burkina Faso


Extremistas sitiaram cidades em todo país, impedindo que pessoas e bens circulem livremente. Mulheres foram levadas enquanto colhiam frutas silvestres em campos da região. Mapa mostra cidade de Arbinda, onde pelo menos 50 mulheres foram sequestradas por extremistas islâmicos
ASSOCIATED PRESS
Em Burkina Faso, pelo menos 50 mulheres foram sequestradas por extremistas islâmicos perto da cidade de Arbinda, na região do Sahel, entre quinta e sexta-feira da semana passada. As informações foram divulgadas pelo tenente-coronel Rodolphe Sorgho, governador do Sahel, nesta segunda-feira (16).
Em comunicado, a autoridade disse que as mulheres foram levadas enquanto colhiam frutas silvestres em campos da região.
“As buscas começaram com o objetivo de encontrar todas essas vítimas inocentes sãs e salvas”, disse o governo em um comunicado.
Mais tarde, Volker Türk, Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, disse estar alarmado pelos sequestros, que, segundo ele, podem ser “o primeiro ataque desse tipo, que aponta deliberadamente para mulheres em Burkina Faso”.
“Peço a liberação imediata e incondicional de todas as mulheres sequestradas e que as autoridades nacionais realizem rapidamente uma investigação eficaz, imparcial e independente para identificar os autores e responsabilizá-los”, disse Türk.
Contexto
Nos últimos anos, a violência jihadista ligada à Al Qaeda e ao grupo Estado Islâmico invadiu Burkina Faso, matando milhares e deslocando quase 2 milhões de pessoas no país da África Ocidental. O fracasso de sucessivos governos em interromper os combates causou descontentamento generalizado e desencadeou dois golpes militares em 2022, o segundo contra o primeiro regime militar a tomar o poder.
A junta militar que assumiu o poder em setembro, prometendo restaurar a segurança, ainda luta para conter a violência.
Durante a segunda semana deste mês, 116 incidentes de segurança foram registrados, de acordo com um relatório interno para grupos de ajuda visto pela Associated Press. O número representa um aumento de mais de 60% em relação à última semana de dezembro.
Os extremistas sitiaram cidades em todo o país, impedindo que pessoas e bens circulassem livremente. A cidade de Arbinda está sob bloqueio jihadista há anos, tornando as mulheres mais vulneráveis ​​a ataques se tentarem sair de casa.
“As mulheres podem caminhar até 4 km (no mato) para procurar comida”, disse um morador de Aribinda, que não quis ser identificado por questões de segurança, a Reuters.
O morador acrescentou que os homens estavam com muito medo de se aventurar longe de suas casas por medo de serem baleados por jihadistas. “É por isso que as mulheres foram sequestradas”, disse ele.
Segundo o ex-prefeito de Arbinda, Boureima Werem, os sequestros em larga escala são uma nova estratégia e podem apontar para uma mudança nas táticas dos extremistas.
Ousmane Diallo, pesquisador do escritório regional da Anistia Internacional para a África Ocidental e Central, chamou os sequestros de “um desenvolvimento muito preocupante e sério em Burkina Faso, que expõe a vulnerabilidade das mulheres em áreas sob bloqueio”.
“Os direitos dos civis e seus direitos à subsistência devem ser protegidos por todas as partes no conflito. É preciso haver mais atenção e mais proteção dos civis por parte do governo nessas cidades sitiadas, mas também uma abordagem personalizada para a proteção de mulheres e meninas”, afirmou Diallo segundo a AP.
Laith Alkhouri, CEO da Intelonyx Intelligence Advisory, que fornece análises de inteligência, disse que os jihadistas estão tentando aumentar a pressão sobre o governo de Burkina Faso. De acordo com o que disse para AP, os sequestros são uma maneira fácil de ganhar pontos e barganhar.
“Essas táticas visam aumentar a pressão sobre o governo para fornecer concessões, como dinheiro de resgate, bem como destacar o corpo governante como incapaz de proteger seus cidadãos, criando medo entre os habitantes locais e desconfiança entre o público o governo”, afirmou Alkhouri.

Fonte: G1 Mundo

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Governo britânico veta lei escocesa sobre mudança de gênero


O primeiro-ministro britânico, o conservador Rishi Sunak, tornou-se o primeiro chefe de Governo britânico a usar o mecanismo de bloqueio de uma decisão de competência regional, o que poderia dar mais argumentos aos defensores da independência. Nicola Sturgeon, primeira-ministra da Escócia, durante evento em Edimburgo
Peter Summers/Pool via REUTERS
O governo britânico decidiu, nesta segunda-feira (16), vetar uma lei escocesa que facilitaria a mudança de gênero.
Essa decisão do governo do Reino Unido pode desencadear uma disputa judicial com o governo da Escócia, que denunciou um ataque frontal às instituições locais.
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O Reino Unido é composto pelas seguintes unidades:
Inglaterra;
Escócia;
País de Gales;
Irlanda do Norte
A lei escocesa, adotada em 22 de dezembro no Parlamento local após intensos debates, permitiria a mudança de gênero a pessoas de 16 e 17 anos.
O ministro britânico para a Escócia, Alister Jack, justificou a decisão de vetar a lei com a preocupação de que afete de maneira negativa a legislação sobre a igualdade no Reino Unido.
Depois de examinar a lei, o ministro explicou que decidiu recorrer a uma disposição que permite impedir que o texto obtenha a concordância do rei e entre em vigor.
“Minha decisão de hoje tem a ver com as consequências da legislação sobre o funcionamento da proteção da igualdade”, afirmou.
Reação da primeira-ministra da Escócia
A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, disse no Twitter que a decisão britânica é um ataque frontal contra o Parlamento local “eleito democraticamente e sua capacidade de tomar decisões próprias”, e que o governo escocês defenderá esta lei e o Parlamento escocês.
Sturgeon, confrontada com o governo britânico por impedir um referendo sobre a independência, denunciou um “veto de Westminster”.
Horas antes, ela havia avisado que defenderia os poderes do Parlamento regional na Justiça caso Londres tentasse bloquear a norma.
“Defenderemos a legislação de forma absoluta, robusta e rigorosa e com grau de confiança muito, muito, muito alto”, afirmou.
O primeiro-ministro britânico, o conservador Rishi Sunak, tornou-se o primeiro chefe de Governo britânico a usar o mecanismo de bloqueio de uma decisão de competência regional, o que poderia dar mais argumentos aos defensores da independência.
A decisão do Executivo britânico ameaça agravar as tensas relações entre ambos os governo dois meses depois que o Partido Nacional Escocês (SNP) de Sturgeon viu o Tribunal Supremo britânico frustrar seus esforços para celebrar um novo referendo de independência ao qual Londres se opõe ferrenhamente.
Apesar de a autoridade autônoma ter competência na matéria, amparada em normas de descentralização que levaram à criação do Parlamento escocês em 1999, Londres pode vetar a legislação se o Executivo central considerar que terá um “efeito adverso no funcionamento da lei”.
A lei escocesa facilita e agiliza a mudança oficial de gênero, eliminando o requisito de um diagnóstico médico de disforia de gênero.

Fonte: G1 Mundo

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Manobras com Belarus geram temor de nova ofensiva russa na Ucrânia


Exercícios militares conjuntos indicariam que Moscou esteja preparando novo front para uma grande ofensiva terrestre na Ucrânia. Especialistas consideram possível uma segunda onda de mobilização de tropas. Bandeiras de Belarus e da Rússia em Minsk, Belarus 08/06/2019
REUTERS/Vasily Fedosenko
Rússia e Belarus iniciaram nesta segunda-feira (16/01) exercícios conjuntos de suas forças aéreas, provocando temores em Kiev e no Ocidente de que Moscou possa usar seu aliado para lançar uma nova ofensiva terrestre na Ucrânia. As manobras envolveram todas as bases aéreas de Belarus e deverão se estender até 1º de fevereiro, informou o Ministério da Defesa belarusso.
Segundo o órgão, o principal objetivo do exercício tático conjunto é “reforçar a compatibilidade operacional” entre as tropas de diferentes unidades militares. Embora Minsk insista que os exercícios são de natureza defensiva e que não pretende entrar no conflito, o temor agora é que a Rússia esteja planejando abrir uma nova frente no norte da Ucrânia, como fez no início da guerra, em 24 de fevereiro.
Especialistas militares ocidentais vêm há tempos alertando sobre o risco de um ataque de Belarus à Ucrânia. No entanto, a probabilidade de uma nova ofensiva a partir de Minsk não era considerada muito grande, devido à baixa concentração de tropas.
Nova mobilização à vista?
Em recente pronunciamento em vídeo, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, alertou sobre os planos de Moscou de mobilizar mais tropas para uma suposta nova grande ofensiva. Pouco antes do Ano Novo, o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksiy Reznikov, também já havia se dirigido aos russos, advertindo-os de que o Kremlin se preparava para uma nova mobilização, com planos de impor a lei marcial na Rússia e fechar as fronteiras do país aos homens.
Oficialmente, a mobilização parcial na Rússia iniciada em 21 de setembro de 2022 ainda não terminou. Isso só acontecerá quando o presidente Vladimir Putin assinar um decreto para tal.
“Não se trata de uma mobilização parcial”
“De fato, não há nenhum decreto para acabar com a mobilização”, diz Sergey Krivenko, chefe do grupo russo de direitos humanos Cidadãos, Exército, Direito.
“A primeira onda foi em outubro e não se trata de uma mobilização parcial. Recebemos relatos de habitantes em várias regiões que ainda estão sendo convocados. Talvez o Ministério da Defesa ainda esteja buscando determinados especialistas. De qualquer forma, a mobilização ainda não foi encerrada”, afirmou Krivenko.
A organização de Krivenko foi incluída na lista dos assim chamados “agentes estrangeiros” pelas autoridades russas.
Krivenko recorda um decreto de Putin de agosto de 2022, que tratava de um incremento das Forças Armadas russas para mais de 1,15 milhão de militares. “Na época, diversos especialistas apontavam para um total de cerca de 800 mil militares na Rússia — entre recrutas, soldados profissionais, oficiais e combatentes. E com a mobilização no outono [terceiro trimestre de 2022], um acréscimo de 300 mil estava em andamento.”
Em dezembro, contudo, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, anunciou que aumentaria as Forças Armadas para 1,5 milhão, diz Krivenko, o que representaria um aumento adicional de até 400 mil homens.
“Isso é uma preparação para a mobilização. Acredito que devemos esperar a segunda onda no fim de janeiro ou fevereiro”, disse ele.
Metade dos recrutados foi imediatamente enviada para o front; a outra metade para centros de treinamento.
“Eles foram preparados por vários meses. Quando começar essa ofensiva prometida por Putin e o ministro da Defesa, esses soldados serão enviados imediatamente para o combate. Em breve, serão necessários reforços. Uma nova onda de mobilização precisa então ser iniciada agora para que os recrutas possam ser preparados de novo por alguns meses”, explica o ativista russo de direitos humanos.
“Todas as opções em aberto”
Uma declaração semelhante foi dada à DW no início de dezembro pelo especialista militar Jan Matveyev, de Moscou: “Em primeiro lugar, não há sinais claros de que o Estado [russo] tenha desistido de dar continuidade à mobilização. Ele mantém todas as opções em aberto. E, em segundo lugar, há uma razão prática: soldados russos estão morrendo em grande quantidade ou sendo feridos na linha de frente. Isso se aplica especialmente aos mobilizados, pois são mal preparados. Eles terão, portanto, que ser substituídos.”
Segundo o especialista, a terceira razão para se esperar uma nova onda de mobilização é que Putin não tem intenção de acabar com a guerra.
“Se nada o impedir, ele vai continuar. Para isso, é necessária uma reserva para o futuro. Uma guerra total como essa requer um fluxo constante de recursos e pessoas”, afirmou.
“Pelo menos mais meio milhão de soldados”
“Haverá uma segunda, talvez até uma terceira onda de mobilização, porque seremos forçados a isso”, disse no fim de dezembro o ex-“ministro da Defesa” da assim chamada “República Popular de Donetsk”, Igor Girkin, também conhecido como Strelkov.
“Para vencermos na Ucrânia, ainda precisamos mobilizar pelo menos meio milhão de soldados. E mesmo sem intenção de vencer, teremos que realizar uma mobilização parcial”, disse.
Um vídeo com as declarações de Girkin foi postado no canal do cientista político russo Stanislav Belkowski no Telegram. Ele acredita que haverá outra mobilização em janeiro ou 24 de fevereiro, aniversário da “operação militar especial”.
As autoridades russas, porém, negam tais planos. “Não vejo necessidade de ordenar outra etapa de mobilização nos próximos seis meses”, disse Andrei Gurulev, membro do comitê de defesa da Duma russa, em entrevista ao portal Chita.ru.
“Não há requisitos nem condições para isso. Mesmo entre os convocados anteriormente, nem todos foram enviados para a batalha. A nossa própria indústria também precisa estar em condições de garantir outra onda de mobilização. Na minha opinião, fazer isso nos próximos seis meses é simplesmente contraproducente”, afirmou Gurulev.

Fonte: G1 Mundo

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OMS recomenda que China monitore excesso de mortalidade por Covid-19


Depois de criticar Pequim pela falta de franqueza sobre a escala do surto da doença no país, a OMS disse no sábado que as autoridades chinesas forneceram informações sobre mortes hospitalares e atendimento ambulatorial que permitiram uma melhor compreensão da situação. China tem quase 60 mil mortes por Covid em pouco mais de um mês
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta segunda-feira (16) que recomendou que a China monitore o excesso de mortalidade causada pela Covid-19 para obter uma imagem mais completa do impacto do aumento de casos da doença no país.
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A China disse no sábado que quase 60.000 pessoas com Covid-19 morreram em hospitais desde que o país abandonou sua política de Covid zero no mês passado, um grande salto em relação aos números relatados antes de enfrentar críticas internacionais sobre seus dados da doença.
“A OMS recomenda o monitoramento do excesso de mortalidade, o que nos fornece uma compreensão mais abrangente do impacto da Covid-19”, disse a agência da ONU em um comunicado quando questionada sobre a China.
China registra 60 mil mortes por Covid em quase um mês
JN
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“Isto é especialmente importante durante os períodos de surtos, quando o sistema de saúde está severamente limitado.”
A OMS acrescentou que não havia horário fixo para outra reunião com autoridades chinesas depois que o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, falou com Ma Xiaowei, diretor da Comissão Nacional de Saúde da China, no fim de semana, mas que continuaria trabalhando com a China para fornecer aconselhamento e apoio.
Depois de criticar Pequim pela falta de franqueza sobre a escala do surto da doença no país, a OMS disse no sábado que as autoridades chinesas forneceram informações sobre mortes hospitalares e atendimento ambulatorial que permitiram uma melhor compreensão da situação.
Lawrence Gostin, professor da Universidade Georgetown Law em Washington, que acompanha de perto a OMS, disse que a decisão da China de revelar mais dados se deve à “insistência da OMS”.
“Obter números de mortos mais precisos é revigorante”, disse ele. “Mas seria ainda mais importante obter GSD (dados de sequência genética) completos do vírus circulante na China. Essa é realmente a grande preocupação global.”

Fonte: G1 Mundo

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Jornal aponta possível elo entre George Santos, deputado americano filho de brasileiros, e empresário que é primo de oligarca russo alvo de sanções

Congressista republicano é investigado por mentir sobre diversos aspectos de seu currículo e de sua vida pessoal durante campanha eleitoral de 2022. George Santos é investigado por ligação com empresário russo
O deputado americano George Santos pode ter ligações mais próximas do que se imaginava com um empresário que é primo de um oligarca russo sancionado por causa da invasão da Ucrânia, de acordo com uma reportagem do jornal “Washington Post” publicado nesta segunda-feira (16).
O político republicano, que é filho de brasileiros, foi eleito em 2022 como congressista do estado de Nova York. Desde então, uma série de investigações revelou que Santos mentiu sobre diversos aspectos de seu currículo e sua vida pessoal.
Agora, documentos levantados pelo jornal americano indicam que o empresário russo Andrew Intrater e sua esposa doaram US$ 5.800 a um comitê de campanha de Santos, além de terem contribuído com mais milhares de dólares para sua campanha desde 2020.
Além de ser primo do empresário Viktor Vekselberg, oligarca russo sancionado pelos EUA após a invasão da Rússia à Ucrânia em fevereiro passado, a empresa de investimentos de Intrater, Columbus Nova, também tem laços com o bilionário.
Um registro na comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos (SEC) mostra que Intrater colocou centenas de milhares de dólares na Harbor City Capital, uma empresa de investimentos com sede na Flórida onde Santos trabalhou por mais de um ano. Essa companhia, por sua vez, está sob investigação por supostamente administrar um esquema de pirâmide financeira.
Intrater também foi investigado em 2016 e 2017 por suas interações com Michael Cohen, que na época trabalhava como advogado do então presidente Donald Trump, sobre supostos vínculos entre a campanha do ex-presidente e integrantes do governo da Rússia. A empresa, entretanto, não foi acusada de improbidade à ocasião.
Em 2020, quando foi encarregado de encontrar investidores em Nova York pela Harbor City, Santos identificou a Columbus Nova como uma de suas clientes. No vídeo de uma reunião por Zoom obtido pelo “Washington Post”, o deputado falou sobre a empresa.
“Vocês devem saber quem eles são. Eles já foram notícia em várias ocasiões. Eles estavam fortemente envolvidos com a investigação da Rússia. Injustificado”, disse Santos.
Embora não esteja claro se Intrater investiu no projeto, a Harbor City recebeu um depósito sem data de US$ 625.000 de uma empresa do Mississippi que tem Intrater como seu único funcionário, segundo uma queixa da SEC contra a empresa. Santos negou ter conhecimento sobre o esquema de fraude pelo qual a Harbor City é investigada.
O futuro de Santos
Desde que os escândalos envolvendo George Santos começaram, o republicano se pronunciou mais de uma vez afirmando que não renunciará de seu posto como deputado. Na quinta-feira (12), Santos afirmou que desocuparia sua cadeira apenas se perdesse a próxima eleição.
Entretanto, seu colega do Partido Republicano e presidente do Comitê de Supervisão da Câmara, James Comer, afirmou no domingo (15) que Santos será removido do Congresso se for descoberto que violou as leis de financiamento de campanha.
“Ele é um cara mau”, disse Comer no programa “State of the Union” da rede americana CNN.
“Não cabe a mim ou a qualquer outro membro do Congresso determinar se ele pode ser expulso por mentir. Agora, se ele quebrou as leis de financiamento de campanha, será removido do Congresso”, afirmou o deputado.
O presidente da Câmara, Kevin McCarthy, disse que deixará o destino de Santos para o Comitê de Ética e os eleitores.
Já Dan Goldman, deputado democrata, disse à Reuters que escreveu no domingo a McCarthy, a Elise Stefanik, presidente da conferência republicana, e a Dan Conston, chefe do Congressional Leadership Fund, um grupo de arrecadação de fundos republicano da Câmara, sobre uma reportagem do “The New York Times” publicada na semana passada. O texto afirma que o grupo estava ciente das mentiras de Santos desde antes das eleições em novembro.
“Uma coisa é um candidato como o Sr. Santos induzir os eleitores a apoiá-lo com base em uma teia de mentiras. Mas é outra coisa se os altos escalões da liderança republicana souberem das mentiras do Sr. Santos durante a campanha e optarem por ser cúmplices”, escreveu Goldman em uma carta.

Fonte: G1 Mundo

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Cosa Nostra, Camorra, ‘Ndrangheta: as máfias italianas que viraram fenômeno global


Matteo Messina, o ‘Diabolik’, um dos líderes da Cosa Nostra, uma das máfias mais conhecidas da Itália e que foi representada na saga cinematográfica O Poderoso Chefão, foi capturado nesta segunda-feira. Polícia da Itália prende chefe da máfia Cosa Nostra na Sicília
Depois de 30 anos em fuga, o “capo” (chefão) Matteo Messina foi capturado nesta segunda-feira (16) na Sicília.
Apelidado de “Diabolik”, ele é descrito como “um homem extremamente perigoso”.
Messina é considerado um dos líderes da Cosa Nostra, uma das máfias mais conhecidas da Itália e que foi representada na saga cinematográfica O Poderoso Chefão.
Matteo Messina, líder da Cosa Nostra, foi preso após 30 anos sendo procurado
Reuters/Via BBC
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O poder das máfias italianas reside no controle e na exploração de áreas e comunidades. Os conceitos de família, poder, respeito e território são cruciais para entender sua dinâmica.
Segundo a agência europeia de segurança Europol, elas são capazes de manipular eleições e infiltrar seus membros em cargos administrativos mesmo fora dos territórios que controlam.
As máfias italianas operam globalmente e competem com grupos criminosos de países como Rússia, China e Albânia.
O chefe da máfia italiana Matteo Messina Denaro dentro de viatura policial após ser preso na Sicília, em 16 de janeiro de 2023.
Carabinieri via Reuters
Veja abaixo os mais conhecidos nomes do crime organizado na Itália:
Máfia siciliana: Cosa Nostra
As gangues sicilianas estabeleceram o modelo para outras máfias. Eles começaram administrando a justiça local no século 19 e, a partir de então, cresceram em poder e sofisticação.
A Cosa Nostra, que significa “coisa nossa”, é considerada a máfia original baseada em clãs familiares.
Ela é famosa pelo “omertá”, um código de silêncio para demonstrar total lealdade. Quem não cumprir é considerado traidor e corre o risco de ser torturado ou executado. O descumprimento pode levar à punição de famílias inteiras.
Escondido por três décadas, Matteo Messina teria continuado a dar ordens a seus subordinados por meio de um sistema chamado pizzini, deixando pequenas notas de papel dobradas sob uma pedra em uma fazenda na Sicília.
Muitos sicilianos têm repulsa pelos clãs familiares criminosos por causa do pizzo, uma forma de extorsão de comerciantes locais pelas máfias italianas disfarçada como dinheiro de “proteção”.
A Cosa Nostra ganhou notoriedade nos Estados Unidos ao se tornar uma força do crime organizado em Chicago e Nova York. Estabeleceu-se como a máfia italiana por excelência.
Ela acumulou bastante poder com a venda de álcool durante os anos em que a bebida foi proibida na década de 1920, durante a lei seca.
Seus principais negócios nos últimos anos foram tráfico de drogas, despejo ilegal de lixo tóxico e lavagem de dinheiro.
Segundo dados do FBI, estima-se que a Cosa Nostra e os outros três grandes grupos — a Camorra, ‘Ndrangheta e a Sacra Corona Unita — tenham cerca de 25 mil membros no total.
No entanto, Anna Sergi, pesquisadora da Universidade de Essex, no Reino Unido, especialista em máfias, disse à BBC que esses dados são puras estimativas, pois são “organizações secretas com membros secretos”.
A Cosa Nostra esteve em guerra com o Estado italiano durante o reinado do líder Salvatore “Toto” Riina.
Salvatore Riina, chefe da Cosa Nostra, foi preso em 1993 e morreu em 2017
Getty Images/Via BBC
Em maio de 1992, os homens de Riina detonaram uma bomba que matou o promotor Giovanni Falcone, a mulher dele e três guarda-costas.
Dois meses depois, seus homens atacaram novamente, matando o substituto de Falcone, Paolo Borsellino, e cinco de seus guarda-costas com outra bomba.
Riina morreu em 2017, aos 87 anos, enquanto cumpria uma sentença de 26 penas perpétuas por homicídio.
Tanto a sociedade quanto as autoridades italianas lutaram vigorosamente contra a Cosa Nostra nos últimos anos.
Um grupo antimáfia chamado Libera Terra coordena novos negócios, incluindo hotéis, com o dinheiro e os bens apreendidos da máfia.
E a polícia, no cerco recente a Matteo Messina, capturou vários de seus parentes nos últimos anos, confiscou muitos de seus negócios e isolou cada vez mais o capo.
Tanto a Cosa Nostra quanto a Camorra, a máfia napolitana, foram fortemente enfraquecidas pela polícia nas últimas décadas.
Máfia napolitana: Camorra
A Camorra vem da região da Campânia e seus membros mais influentes estão concentrados em Nápoles e Caserta.
Seu principal negócio é o tráfico de drogas e seus métodos são extremamente brutais.
Eles também recebem dinheiro de extorsão de empresas de construção, firmas de descarte de lixo tóxico e da indústria têxtil. E seus negócios incluem confecções em que são feitas imitações de peças de moda italianas.
A forma de atuação da Camorra foi documentada pelo jornalista italiano Roberto Saviano, que escreveu o livro Gomorra, que se tornou um best-seller .
O escritor italiano Roberto Saviano, autor de ‘Gomorra’
Reprodução/Twitter/robertosaviano
Saviano vive há anos com a proteção constante de guarda-costas após receber diversas ameaças de morte.
Em entrevista à emissora pública americana PBS, Saviano explicou que a Camorra e a ‘Ndrangheta tinham uma estrutura menos ligada à hierarquia que a Cosa Nostra, mas seriam mais poderosas, com lideranças mais jovens e muito mais violência.
Outro aspecto importante da máfia napolitana é que as mulheres desempenham um papel importante como mensageiras, contadoras e encarregadas de pagamentos dos membros da organização.
Máfia calabresa: ‘Ndrangheta
A região localizada no “pé” da “bota” que é o mapa da Itália, a Calábria fica perto da Sicília e a ‘Ndrangheta era originalmente uma ramificação da Cosa Nostra.
Seu nome vem do grego “andragathia”, que significa coragem e lealdade.
Pasquale Condello, histórico chefe da ‘Ndrangheta, foi preso na Calábria em 2008
AFP/Via BBC
A ‘Ndrangheta se estabeleceu como a máfia mais poderosa da Itália hoje, especialmente após uma forte ação policial contra a Camorra e a Cosa Nostra nas últimas décadas.
Suas operações abrangem todos os continentes do mundo e faturam cerca de US$ 60 bilhões por ano com base em uma das regiões mais pobres da Itália.
Sua “moeda” é a cocaína. O grupo é dominante no mercado mundial e estima-se que controle até 80% do tráfico da droga na Europa.
Em 2019, uma operação internacional conjunta da Itália, Alemanha, Suíça e Bulgária levou à prisão de 335 suspeitos ligados ao grupo, entre advogados, contadores e ex-parlamentares.
Todos eram membros ou conectados com a família Mancuso, um dos 150 clãs familiares que compõem a ‘Ndrangheta.
Foi o maior golpe da história neste grupo e o julgamento começou há dois anos na Calábria. As acusações incluem homicídio, extorsão e tráfico de drogas. Mais de 70 integrantes já foram condenados.
Máfia apuliana: a Sacra Corona Unita
É o menor dos grupos mafiosos da Itália. Está sediado na região de Puglia (Apúlia), no sul do país.
Seus integrantes são especializados em atividades como contrabando de cigarros, drogas e armas, além do tráfico de pessoas.
Puglia é uma entrada natural para o comércio ilegal dos países dos Balcãs.
Acredita-se que muitos dos clãs desta região tenham laços estreitos com gangues criminosas na Europa Oriental.

Fonte: G1 Mundo

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Japonesa condenada à morte por afogar dois homens morre engasgada na prisão


Miyuki Ueta aguardava execução por drogar e afogar dois homens. Neste fim de semana, ela engasgou com a comida e morreu. Miyuki Ueta estava condenada à morte por assassinar dois homens
Reprodução/Youtube
Uma presa que aguardava execução no Japão morreu no sábado (14) por asfixia após engasgar com sua comida, informou o Ministério da Justiça do país asiático no domingo.
Miyuki Ueta, de 49 anos, havia sido condenada à morte depois pelo assassinato de dois homens na região de Tottori, em 2009. As informações são da agência local Kyodo.
Ela estava presa na Casa de Detenção de Hiroshima. A causa da morte foi confirmada por um médico que examinou o corpo, segundo o ministério.
Ueta trabalhava num um bar e foi condenada por drogar um motorista de caminhão e afogá-lo no mar em abril de 2009. Naquele ano, em outubro, ela também drogou e afogou o dono de uma loja de eletrônicos em um rio. Sua sentença de morte foi determinada em 2017.
Além de Ueta, há outras 105 pessoas com sentença de morte decidida pela Justiça no Japão, de acordo com o Ministério da Justiça. Houve uma execução em 2022.
Em julho, Tomohiro Kato, um trabalhador de escritório de 39 anos, foi executado por matar sete pessoas e ferir outras 10 durante um ataque no distrito de Akihabara, em Tóquio, em 2008.

Fonte: G1 Mundo