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Por que Flórida, destino de Bolsonaro nos EUA, atrai tantos líderes estrangeiros que perderam poder


Estado é procurado por inúmeros líderes latino-americanos após deixarem o poder. Proximidade cultural e senso de comunidade são citados como motivos para que isso ocorra. Bolsonaro cumprimenta apoiadores no condomínio onde está hospedado na Flórida
Getty Images/Via BBC
Quando desembarcou na Flórida no dia 30 de dezembro, depois de deixar o Brasil em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) pouco antes do final de seu mandato, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) escolheu um destino que é não apenas um dos preferidos dos brasileiros, mas também de inúmeros líderes latino-americanos após deixarem o poder.
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A presença de Bolsonaro em solo americano tem gerado desconforto, especialmente depois que milhares de apoiadores do ex-presidente invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília, no dia oito de janeiro.
Na quarta-feira (11), mais de 40 deputados do Partido Democrata dos EUA enviaram uma carta ao presidente americano, Joe Biden, dizendo que o país “não deve fornecer abrigo” a Bolsonaro, “ou a qualquer autoritário que tenha inspirado tamanha violência contra instituições democráticas”.
Bolsonaro volta para casa onde está hospedado na Flórida após internação
Uma extradição dependeria de pedido do governo brasileiro, o que, segundo o secretário de Estado americano, Antony Blinken, não houve até o momento.
Mas, apesar do descontentamento dos parlamentares democratas, esta não é a primeira vez que o país e, mais especificamente a Flórida, serve de destino para um “líder controverso”, como Bolsonaro costuma ser chamado pela imprensa americana.
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Ao decidir não participar da cerimônia de posse de seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e se instalar em uma residência em Kissimmee, cidade próxima a Orlando, no centro do Estado, o ex-presidente brasileiro seguiu os passos de diversos políticos nos últimos quase cem anos.
Nesta semana, em uma reportagem sobre o “estranho fascínio” que a Flórida exerce sobre líderes estrangeiros que deixaram o poder, o jornal americano The Washington Post incluiu Bolsonaro em uma lista que começa em 1933, quando o general cubano Gerardo Machado foi derrubado após oito anos no poder e fugiu de Havana.
Alguns chegaram à Flórida fugindo de revoluções que derrubaram seus governos. Outros escolheram viver no Estado em exílio autoimposto após deixarem o poder.
O ex-presidente cubano Gerardo Machado (ao centro, de óculos) foi mais um político latino-americano que procurou refúgio na Flórida
Getty Images/Via BBC
Segundo o cientista político Andrew Janusz, professor da Universidade da Flórida, a popularidade do Estado como destino tem motivos semelhantes aos que atraem imigrantes menos famosos.
“Uma das razões é geográfica. Para alguns desses líderes latino-americanos, fugindo na calada da noite, Miami era um local relativamente próximo”, diz Janusz à BBC News Brasil.
“Há também a proximidade cultural e o senso de comunidade. A Flórida tem população brasileira, cubana, venezuelana, colombiana”, enumera Janusz.
“É uma comunidade da qual esses líderes sentem que podem fazer parte. Muitas vezes, os próprios membros dessas comunidades se veem como exilados ou refugiados.”
‘Mussolini dos Trópicos’
Se Bolsonaro muitas vezes é chamado pela imprensa estrangeira de “Trump dos Trópicos”, em relação a sua proximidade com o ex-presidente americano Donald Trump, o general Gerardo Machado era apelidado de “Mussolini dos Trópicos”, ou “Mussolini de Cuba”.
Em sua longa peregrinação durante o exílio, o general cubano passou brevemente por Miami antes de viajar ao Canadá e, depois, à Alemanha.
Após alguns anos, ele retornou a Miami, onde morreu em 1939 e está enterrado, no cemitério Caballero Rivero Woodlawn North Park Cemetery and Mausoleum.
Parlamentares democratas pediram em carta a Joe Biden que Bolsonaro seja investigado por possível envolvimento “em ataques à democracia no Brasil”
Getty Images/Via BBC
O general aparece ainda em uma lista compilada em 2010, quando o jornal Miami New Times publicou os endereços onde “ditadores latino-americanos” refugiados na Flórida viveram.
Na reportagem, o jornal descrevia o Estado como “a casa de repouso de homens fortes do Exército, torturadores e vários outros personagens desagradáveis do Hemisfério Sul”.
Machado não foi o único ditador cubano com relação próxima com a Flórida. Fulgencio Batista, derrubado pela revolução liderada por Fidel Castro, tinha uma casa no Estado, onde viveu por alguns anos na década de 1940, depois de seu primeiro mandato como presidente.
Mas, ao fugir de Cuba após a revolução, em 1959, Batista não conseguiu asilo nos Estados Unidos. Ele acabou refugiado na Europa, onde morreu em 1973.
Duas décadas depois da fuga de Batista, outro líder latino-americano também tentou obter refúgio na Flórida. Anastasio Somoza Debayle, conhecido como “Tachito” e último membro da família Somoza a governar a Nicarágua, chegou a Miami em 1979, após o avanço das tropas sandinistas.
Somoza se instalou em uma mansão na comunidade exclusiva de Sunset Island, mas acabou ficando por pouco tempo. Sem conseguir asilo nos Estados Unidos, ele se refugiou no Paraguai, onde foi assassinado um ano depois.
O ex-presidente haitiano Matthieu Prosper Avril desembarcou em uma base militar perto de Miami em março de 1990, após deixar o Haiti a bordo de um jato militar dos Estados Unidos. Seus dois anos de governo, encerrados em meio a grandes protestos, foram “marcados por graves violações de direitos humanos”, segundo a Anistia Internacional.
Proprietário de imóveis na Flórida, Prosper Avril permaneceu no Estado até 1992 quando, em meio a um processo em que era acusado de abuso de direitos humanos, acabou retornando ao Haiti. No início dos anos 2000 ele chegou a passar tempo na prisão, mas voltou a Miami em meados da década, após ser libertado.
A lista de ex-líderes estrangeiros que em algum momento passaram pela Flórida em busca de refúgio, com diferentes motivos e graus de sucesso, inclui vários outros nomes, entre eles os venezuelanos Marcos Peréz Jiménez e Carlos Andrés Pérez, o boliviano Gonzalo Sánchez de Lozada e o panamenho Ricardo Martinelli.
Este último chegou a Miami em 2014, após deixar o poder, e se instalou em uma mansão em Coral Gables. Ele foi preso três anos depois e extraditado em 2018, a pedido das autoridades panamenhas.
Rotina em reduto de apoiadores
Na carta enviada a Biden, que foi costurada pelo Washington Brazil Office, os parlamentares democratas pedem que Bolsonaro seja investigado por possível envolvimento “em ataques à democracia no Brasil”.
O documento cita “meses de invenções pré e pós-eleitorais de Bolsonaro e seus aliados, alegando que a eleição presidencial de 30 de outubro havia sido roubada”.
Os deputados também pedem que os Estados Unidos revoguem qualquer visto diplomático que o ex-presidente esteja usando.
Como Bolsonaro entrou nos Estados Unidos antes do fim de seu mandato, acredita-se que ele tenha usado um visto A-1, reservado a chefes de Estado e indivíduos em visitas diplomáticas ou oficiais.
“Como ele não é mais o presidente do Brasil e tampouco exerce atualmente o cargo de oficial brasileiro, solicitamos que reavalie sua situação no país para verificar se há base legal para sua estada e revogue qualquer visto diplomático que ele possa possuir”, dizem os parlamentares.
Bolsonaro disse recentemente que desistiu de seu plano inicial de ficar nos Estados Unidos até o fim do mês e que pretende voltar ao Brasil “nos próximos dias”. A mudança de planos teria ocorrido após uma breve internação hospitalar nesta semana para tratar de uma obstrução intestinal.
Em meio a especulações sobre os próximos passos do ex-presidente brasileiro, a imprensa americana e as redes sociais têm acompanhado com curiosidade detalhes da nova rotina de Bolsonaro, relatando suas aparições em atividades prosaicas, como uma refeição na rede de fast food Kentucky Fried Chicken ou uma visita ao supermercado Publix.
Em Kissimmee, onde está hospedado numa casa pertencente ao ex-lutador José Aldo, em um condomínio fechado perto dos parques da Disney, Bolsonaro foi fotografado cercado de apoiadores e dando autógrafos para fãs. O imóvel, chamado de “mansão” por vários veículos de imprensa brasileira, foi descrito pelo Washington Post de “uma casa modesta, de dois andares”.
Lar de mais de 110 mil brasileiros, a Flórida é uma das principais comunidades brasileiras nos Estados Unidos. Milhares de turistas brasileiros também visitam o Estado todos os anos, muitos deles atraídos pelos parques da Disney, na área onde agora Bolsonaro está hospedado.
O Estado é um reduto bolsonarista, onde o ex-presidente conquistou 74% dos votos no primeiro turno da eleição do ano passado.
“Tanto nas eleições presidenciais de 2018 quanto em 2022, Bolsonaro recebeu uma substancial fatia do voto no Estado”, destaca Janusz, da Universidade da Flórida. “Acho que isso tem um apelo para ele (e pesou) na decisão de vir à Flórida.”
Na política americana, depois de anos sendo considerado um importante “Estado pêndulo”, que dependendo da eleição podia dar maioria ao Partido Democrata ou aos republicanos, o Estado vem se firmando como reduto conservador.
O governador, Ron DeSantis, é uma estrela em ascensão no Partido Republicano e vem despontando nas pesquisas de intenção de voto para as primárias que decidirão o candidato republicano na eleição presidencial do ano que vem.
Também é na Flórida, mais especificamente em Palm Beach, que está Mar-a-Lago, a mansão de Donald Trump usada como “Casa Branca de Inverno” durante seu mandato.
Muitos brasileiros de alto poder aquisitivo são atraídos pelo mercado imobiliário do Estado, com investimentos e residências em cidades como Miami ou Orlando.
“Acho que essa é uma diferença em relação a (imigrantes de) outros países da América Latina, que viam uma mudança para a Flórida como um tipo de refúgio político. Muitos brasileiros viam a Flórida como uma oportunidade econômica”, observa Janusz. “Agora, esses dois aspectos estão começando a coincidir.”
Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-64271605

Fonte: G1 Mundo

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Copilota de avião que caiu no Nepal era viúva de piloto que morreu em acidente aéreo em 2006 pela mesma empresa


O avião que Anju Khatiwada pilotava levava 72 pessoas, e até agora foram encontrados os corpos de 68 vítimas. Os restos mortais de Anju ainda não foram identificados, mas acredita-se que ela esteja morta. Imagem sem data Anju Khatiwada, copilota do avião da Yeti Airlines que caiu no Nepal em 15 de janeiro de 2023
Reprodução/Facebook/Sita Pokhrel
Anju Khatiwada, a copilota do avião que caiu no Nepal no domingo (15), começou a trabalhar na companhia aérea dona da aeronave em 2010, seguindo os passos de seu marido, um piloto que havia morrido em um acidente quatro anos antes.
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O marido de Anju morreu em 2006, quando pilotava um pequeno avião da Yeti Airlines, e caiu minutos antes de pousar. A empresa é a mesma que operava o voo envolvido em desastre neste domingo.
Anju “conseguiu fazer o treinamento de piloto com o dinheiro que recebeu do seguro após a morte do marido”, disse Sudarshan Bartaula, o porta-voz da Yeti Airlines.
O avião que Anju pilotava e caiu levava 72 pessoas, e até agora foram encontrados os corpos de 68 pessoas. Os restos mortais de Anju não foram identificados, mas acredita-se que ela esteja morta.
Sudarshan Bartaula, o porta-voz da empresa área, informou que o marido de Anju, Dipak Pokhrel, morreu na queda de um avião do modelo Twin Otter, um bimotor que não transporta mais que 20 pessoas.
Anju já havia voado a rota de Katmandu para a segunda maior cidade do país, Pokhara. Ela tinha mais de 6.400 horas de voo.
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Foto sem data de Anju Khatiwada, copilota de avião que caiu no Nepal em 15 de janeiro de 2023
Reprodução/Facebook/Anju Khatiwada
O corpo de Kamal K.C., o capitão do voo, que tinha mais de 21.900 horas de voo, foi recuperado e identificado.
“No domingo, ela estava pilotando o avião com um piloto instrutor, que é o procedimento padrão da companhia aérea”, disse um funcionário da Yeti Airlines, que conhecia Anju pessoalmente.
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“Ela estava sempre pronta para assumir qualquer tarefa, e já tinha voado para Pokhara “, disse o funcionário, que pediu para não ser identificado porque não está autorizado a falar com a mídia.
A aeronave ATR-72 que Anju estava copilotando rolou de um lado para o outro antes de cair em um desfiladeiro perto do aeroporto de Pokhara e pegar fogo, de acordo com relatos de testemunhas oculares e um vídeo do acidente postado nas redes sociais.
O gravador de voz da cabine e o gravador de dados de voo da aeronave, que podem ajudar os investigadores a determinar o que causou a queda em tempo claro, foram recuperados na segunda-feira.
Quase 350 pessoas morreram desde 2000 em acidentes de avião ou helicóptero no Nepal, onde ficam 8 das 14 montanhas mais altas do mundo, incluindo o Everest.

Fonte: G1 Mundo

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Homem para trânsito em estrada para coala atravessar


Vídeo mostra homem parando trânsito em rodovia para que animal consiga cruzar a pista até área verde. Este vídeo mostra o momento em que um homem para o trânsito de uma rodovia na Austrália para um coala poder atravessar.
Katrina Boyle filmou o genro, Will Thornton, enquanto ele ajudava o marsupial a cruzar a Gold Coast Highway em Burleigh Heads, no estado australiano de Queensland.
Ele faz sinal para os carros pararem e acompanha o pequeno animal em segurança até o outro lado da estrada.
Homem para trânsito em estrada para coala atravessar
Katrina Boyle/Facebook via BBC

Fonte: G1 Mundo

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Assassinatos de jornalistas aumentaram 50% em 2022, aponta levantamento da Unesco


O Brasil teve três jornalistas assassinados em 2022 na contagem da Unesco. Quase a metade dos jornalistas mortos em 2022 estavam na América Latina e no Caribe. Comissão conclui que mortes de Bruno e Dom foram causadas por negligência do governo
Os assassinatos de jornalistas registraram um aumento de 50% em 2022, com 86 mortos no ano passado, ou cerca de “um a cada quatro dias”, de acordo com um levantamento da Unesco. A agência da ONU com sede em Paris lamentou, nesta segunda-feira (16), uma “inversão da tendência positiva” dos últimos anos, já que os homicídios haviam caído para uma média de 58 casos entre 2019 e 2021, em comparação com 2018, com 99 vítimas. O Brasil teve três jornalistas assassinados em 2022 na contagem da Unesco.
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“O forte aumento do número de jornalistas mortos em 2022 é alarmante”, lamentou a diretora-geral da Unesco, a francesa Audrey Azoulay. As autoridades devem redobrar seus esforços para deter esses crimes e garantir que seus autores sejam punidos, porque a indiferença é um fator importante neste clima de violência”, acrescentou ela. O organismo constata que 86% das mortes permanecem impunes.
Dom Phillips em aldeia no Acre em maio de 2022
Reprodução
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Quase a metade dos jornalistas mortos em 2022 estavam na América Latina e no Caribe (44 casos) e 75% dos assassinatos aconteceram fora de conflitos em grande escala. Dos 86 jornalistas que foram assassinados no ano passado – acima dos 55 casos registrados em 2021–, 19 foram mortos no México, dez na Ucrânia e nove no Haiti, os três países mais violentos para a profissão, segundo a Unesco. Cerca da metade deles “não morreu no exercício de suas funções: estavam viajando, em casa, em estacionamentos ou outros lugares públicos quando foram atingidos”, informa a agência da ONU. Mas “esta é a consequência de seu trabalho como jornalistas, o fato de estarem investigando assuntos sensíveis”, insistiu um funcionário da Unesco, entrevistado pela agência AFP. A agência assinala que nesses países marcados por conflitos, “não há lugar seguro para os jornalistas”.
Vários homicídios foram motivados por “represálias a reportagens sobre o crime organizado, conflitos armados ou aumento do extremismo. A cobertura de assuntos sensíveis como corrupção, crimes ambientais, abuso de poder e protestos também resultou no assassinato de jornalistas”, disse a Unesco.
Além das mortes, os repórteres podem enfrentar “múltiplas formas de violência”, destaca a agência da ONU, como “desaparecimento forçado, sequestro e detenção arbitrária, assédio legal e violência digital, particularmente contra as mulheres”, sublinha a Unesco.

Fonte: G1 Mundo

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Casa Branca diz que não há registros de visitantes em casa de Biden onde documentos secretos foram encontrados


Na semana passada, advogados do próprio presidente afirmaram ter encontrado papeis confidenciais de quando ele era vice de Barack Obama na garagem de sua casa. Caso é uma das maiores crises da gestão de Biden. O presidente dos EUA, Joe Biden, desembarca em Washington após passar o fim de semana em sua casa em Delaware, em 16 de janeiro de 2023.
Patrick Semansky/ AP
O gabinete da advocacia da Casa Branca afirmou nesta segunda-feira (16) que não há registro de visitantes na casa do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, onde documentos confidenciais de posse do Estado foram encontrados na semana passada.
A lei norte-americana proíbe ex-presidentes e ex-vice-presidentes de manter documentos de Estado após o fim do mandato. Os papéis, encontrados pelos próprios advogados de Trump, contêm informações do governo do ex-presidente Barack Obama, quando Biden era vice-presidente.
A posição é uma resposta ao presidente republicano do Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes, que no domingo (15) exigiu registros de visitantes da casa do democrata Biden em Wilmington depois que documentos classificados foram encontrados em seu escritório e na garagem.
“Como todo presidente em décadas da história moderna, sua residência pessoal é pessoal. Mas, ao assumir o cargo, o presidente Biden restaurou a norma e a tradição de manter os registros de visitantes da Casa Branca, incluindo publicá-los regularmente, depois que o governo anterior os encerrou”, disse em nota o gabinete do advogado da Casa Branca”.
Biden disse que advogados devolveram documentos confidenciais imediatamente
O antecessor de Biden, o republicano Donald Trump, recusou-se a divulgar registros de visitantes à Casa Branca durante seus quatro anos no cargo, quebrando as normas anteriores.
Os republicanos têm procurado comparar o caso dos documentos de Biden com o de Trump, que enfrenta uma investigação criminal federal sobre como lidou com documentos confidenciais depois de deixar a Casa Branca em 2021.
A Casa Branca diz que a equipe de Biden entregou os documentos que encontrou. Já Trump resistiu a entregar os papéis que tinha em casa até uma busca do FBI em agosto de 2021 em seu resort em Palm Beach, na Flórida.
A equipe jurídica de Biden disse ter encontrado documentos confidenciais relacionados ao seu tempo como vice-presidente do então presidente Barack Obama em sua casa em Delaware e em um think-thank em Washington.
No sábado, seus advogados relataram ter encontrado cinco páginas adicionais em sua casa. O material foi encontrado em novembro, mas isso só foi tornado pública após uma reportagem da rede de TV CBS News na semana passada.
Na semana passada, o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, nomeou um conselheiro especial para investigar o tratamento de Biden com os documentos confidenciais do governo.
Em paralelo, um procurador especial separado está investigando o manuseio de documentos classificados por Trump, bem como suas tentativas de reverter sua derrota nas eleições de 2020.

Fonte: G1 Mundo

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Em um dos ataques mais letais, Rússia mata 40 em bombardeio a Dnipro

Cidade ucraniana no sudeste do país foi alvo de bombardeios no domingo (15). Moscou tenta retomada de territórios perdidos nos últimos meses. Cidade de Dnipro, na Ucrânia, é atacada
O número de mortos em um ataque com míssil russo na cidade ucraniana de Dnipro no domingo (15) subiu para 40 nesta segunda-feira (16).
Com o novo balanço, o bombardeio se tornou o mais letal feito pela Rússia em quase um ano de guerra na Ucrânia em grandes cidades – Dnipro é a quarta maior do país.
Dezenas de pessoas ainda estão desaparecidas.
Autoridades ucranianas reconheceram pouca esperança de encontrar mais alguém vivo nos escombros do ataque. Mas o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que o resgate na cidade ucraniana , na região central do país, continuará “enquanto houver a menor chance de salvar vidas”.
“Dezenas de pessoas foram resgatadas dos escombros, incluindo seis crianças. Estamos lutando por cada pessoa!”, declarou Zelenskiy em um discurso televisionado durante a noite.
Moscou alegou que o incidente em Dnipro foi causado por defesas aéreas ucranianas.
Kiev fica no escuro após bombardeio russo
As forças russas têm feito uma forte campanha de ataques aéreos desde outubro, que têm causado queda de energia e água em cidades ucranianas, como na capital Kiev.
Kiev afirma que não tem como derrubar o míssil antinavio que atingiu um prédio de apartamentos em Dnipro no sábado, durante a última saraivada de ataques da Rússia.
Alemanha
O recorde acontece no mesmo dia em que a ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht, pediu demissão do cargo após ser criticada pela atuação da Alemanha na guerra da Ucrânia.
A saída ocorre apenas três dias antes da visita do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, e de aliados se reunirem na base aérea de Ramstein, na Alemanha, para coordenar o apoio militar a Kiev.
Lambrecht foi criticada nos últimos dias depois de uma mensagem otimista de véspera de Ano Novo filmada em frente a fogos de artifício, na qual ela falou sobre as oportunidades que teve de conhecer “pessoas interessantes e ótimas” como resultado da guerra na Ucrânia.
A previsão é de que a semana registre intensa diplomacia para garantir armas adicionais a Kiev, com foco na relutância da Alemanha até agora em fornecer tanques ou permitir que seus aliados os enviem.

Fonte: G1 Mundo

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Com ajuda de moradores, brasileiras ‘presas’ no Peru saem de cidade do interior pela madrugada e chegam a Lima: ‘A pior parte já passou’


Moradoras da capital paulista ficaram quase uma semana em uma cidade com transportes suspensos, sem aeroporto e barricadas nas estradas por conta de protestos no país. Elas tentam trocar as datas das passagens aéreas de volta. Manifestações no Peru são contrárias ao governo interino que tomou posse. Daniela e Alice chegaram dia 4 de janeiro no Peru, mas protestos impedem o retorno ao Brasil
Arquivo Pessoal
Após ficarem quase uma semana “presas” na pequena cidade Andahuaylas, no interior do Peru, as brasileiras Daniela de Oliveira e Alice Andrade Ribeiro Gonçalves, de 26 anos, conseguiram sair do município no fim de semana com a ajuda de moradores e chegaram até Lima, onde tentam trocar as datas das passagens aéreas para retornarem ao Brasil.
As duas não conseguiam sair do município desde o dia 10 de janeiro depois que protestos contra a presidente Dina Boluarte fecharam as estradas e suspenderam todos os transportes. Com barricadas pelas vias, comércios fechados e dinheiro acabando, as paulistanas chegaram até a pedir por resgate aéreo (veja vídeo abaixo).
Ao g1, Alice contou que ela e a amiga Daniela foram informadas que algumas barricadas eram liberadas pela madrugada e existiam viagens pelas rotas alternativas. Foi então que decidiram arriscar.
“Saímos 0h30 do dia 14 de janeiro e fomos de carro com outros locais, pegando rotas alternativas para evitar outras barricadas no caminho. Chegamos às 13h em Nazca, e de Nazca pegamos um ônibus até Lima, pois essa rota estava operativa e livre. Aí chegamos em Lima 22h30”.
“Ficamos com medo de encontrar barricadas. Mas dos peruanos não. Eles que têm ajudado a gente durante todo esse perrengue. Até agora não recebemos nada da Embaixada. Saímos com ajuda de locais”, ressaltou.
Brasileiras no Peru não conseguem sair de cidade após protesto fechar estradas
Ainda conforme Alice, a expectativa é de que consigam trocar as datas das passagens aéreas de volta para que ela e Daniela retornem ao Brasil o quanto antes.
“Estamos tentando entender o que a companhia aérea pode fazer para sairmos daqui. Nossa passagem de volta está marcada para o dia 30, mas com saída da Bolívia. Mas precisamos sair daqui de Lima porque não vamos mais conseguir chegar a Bolívia”, diz.
“O problema não se resolveu, mas a pior parte já passou. Sem dúvidas, só de estar numa cidade que as coisas funcionam e se pode circular livremente já dá outra sensação. Tem manifestações, mas a cidade continua funcionando”, ressalta.
O que diz o Itamaraty?
Em nota, o Itamaraty informou que tinha conhecimento do caso e que estava “prestando a assistência possível às nacionais, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local”.
O Ministério recomendou ainda que brasileiros considerem adiar temporariamente visitas ao Peru que não sejam urgentes ou indispensáveis.
“Brasileiros que estejam no Peru ou tencionem viajar àquele país devem também manter-se informados sobre alertas para viajantes na página do serviço consular da Embaixada do Brasil em Lima e no Portal Consular, seguindo as recomendações ali expressas, em especial as que dizem respeito a cuidados a serem tomados em viagens e deslocamentos por via terrestre”.
Manifestações durante viagem de férias
Brasileiras no Peru mostram comércios fechados e barricadas durante manifestação
As manifestações no Peru estão acontecendo principalmente em cidades turísticas como Lima, Cusco, Arequipa e Puno. Os atos pedem novas eleições no país e a renúncia de Boluarte, que assumiu o poder após o ex-presidente Pedro Castillo ser preso por tentar um golpe de estado. Segundo registros oficiais, mais de 40 pessoas já morreram.
Alice e Daniela contaram ao g1 que planejavam fazer mochilão pelo Peru e Bolívia durante o mês de janeiro. No dia 4 de janeiro as duas desembarcaram em Lima e tinham como plano ir para Machu Picchu, em Cusco, no dia 16. Depois, seguiriam para a Bolívia. Contudo, os atos a surpreenderam.
“Fomos forçadas a mudar nossa rota de Lima a Paracas ou qualquer outra cidade da província de Ica devido às greves. Fomos no dia 7 de janeiro para Ayacucho, um dos únicos destinos possíveis que se aproximavam do nosso destino real que era Cusco, para fugir desses atos. No entanto, Cusco se tornou um dos lugares mais afetados, além de ter sua principal atração, Machu Picchu, fechada”, diz Daniela.
Manifestante fala com policiais em protesto em Lima, no Peru, em 12 de janeiro de 2023.
Sebastian Castañeda/ Reuters
Daniela e Alice resolveram então, no dia 9 de janeiro, pegar uma van com peruanos que estava indo até Chincheros como forma de se afastar das áreas com manifestações.
“Mas em Chincheros encontramos a primeira barricada deixada pelos manifestantes e tivemos que fazer o restante do caminho a pé até Uripa. No dia 10 de janeiro, caminhamos de novo por 12 horas, com mochilas de 15 quilos cada, e chegamos em Andahuaylas na esperança de chegar a Cusco, mas os atos vieram na mesma direção”, conta Daniela.
As paulistanas dizem que receberam assistência do setor de turismo da cidade, do governo peruano, e ficaram em um hostel sem custo na cidade do interior.
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O que causou os protestos?
Manifestação contra a presidente do Peru, Dina Boluarte, em 12 de janeiro de 2022
Angela Ponce/Reuters
As manifestações começaram depois que o Congresso derrubou o presidente Pedro Castillo, no dia 7 de dezembro. Castillo foi preso e condenado a uma pena inicial de 18 meses.
Ainda quando era presidente, ele era investigado em diversos processos. Castillo, então, tentou dissolver o Congresso. Sem apoio do exército, do Judiciário e do Legislativo, ele foi derrubado e preso horas depois.
A vice-presidente, Dina Boluarte, assumiu o cargo.
O que está motivando os protestos?
Os manifestantes querem a renúncia de Boluarte, o fechamento do Congresso, uma nova Constituição e a libertação de Castillo. Também houve marchas que pedem o fim da agitação política.
Grupos de direitos humanos acusam as autoridades de usar armas de fogo contra os manifestantes e de usar helicópteros para jogar bombas de fumaça. O exército afirma que os manifestantes usaram armas e explosivos caseiros.
Em 10 de janeiro, a Procuradoria do Peru afirmou que começou a investigar Boluarte e pessoas do governo dela por “genocídio, homicídio qualificado e ferimentos sérios” relacionados à reação aos protestos.
O que está acontecendo nas manifestações?
Mulher passa debaixo de tronco de árvore em ponte interditada em Cusco pelos protestos que pedem renúncia da presidente do Peru, Dina Bolutarte, em 07 de janeiro de 2023.
Hugo Courotto/ Reuters
Os manifestantes bloquearam rodovias, incendiaram prédios e invadiram aeroportos. Isso implicou prejuízos de milhões de dólares e perda de receitas. Os bloqueios interromperam o comércio, suspenderam voos e trouxeram problemas para os turistas.
As forças de segurança responderam com violência e acabaram atacando civis que não estavam protestando.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos condenou a violência tanto das forças de segurança quanto dos manifestantes e pediu diálogo. Os manifestantes até agora se recusaram a dialogar com Boluarte.
Manifestantes com cartaz pedindo antecipação das eleições para 2023 no Peru, em Ica, em 6 de janeiro de 2023.
Martin Mejia/ AP

Fonte: G1 Mundo

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VÍDEO: Passageiro filma queda de dentro do avião no Nepal


Imagens foram transmitidas em uma live durante o pouso da aeronave. Segundo jornal britânico, a polícia confirmou a identidade das pessoas que aparecem na gravação. Passageiro filma queda de dentro do avião no Nepal
Imagens de uma live transmitida no Facebook no domingo (15) mostra, de dentro do avião, o pior acidente aéreo em três décadas no Nepal.
O avião, um ATR 72 da companhia Yeti Airlines, saiu de Katmandu, capital do Nepal, com 72 pessoas a bordo. Ele caiu pouco antes das onze da manhã do domingo (15), horário local (02h15 no horário de Brasília) perto de Pokhara, onde deveria pousar.
O vídeo feito por um passageiro registra a aeronave se aproximando do solo. Nele é possível ver que os passageiros estão calmos e não há qualquer indicação de que havia algum problema com o avião.
Logo depois, a imagem fica confusa e é possível ouvir gritos. A transmissão termina mostrando destroços em chamas e o que parece ser barulho de fogo.
Passageiro transmite em uma live a queda do avião ATR 72 da Yeti Airlines em Pokhara, no Nepal, em 15 de janeiro de 2023
Reprodução/Facebook
Segundo o jornal britânico “The Guardian”, o passageiro que fez a gravação de chama Vishal Koswal. Quem reconheceu ele e os outros três homens que aparecem no vídeo foi um amigo próximo. A identidade das quatro vítimas também foi confirmada pela polícia local, segundo o jornal.
O g1 entrou em contato com a Meta, companhia que administra o Facebook, para confirmar a veracidade dessa transmissão, mas não obteve resposta até a última atualização dessa reportagem.
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Equipes de resgate encaram destroços do avião que caiu no Nepal neste domingo (15)
Yunish Gurung/AP
Avião cai no Nepal
Editoria de arte/g1
‘Como uma bomba’
Em comunicado, a ATR, fabricante do avião, especificou que se tratava de um modelo 72-500, acrescentando que seus especialistas estavam “totalmente comprometidos em apoiar tanto a investigação quanto o cliente [a companhia aérea]”.
Num vídeo compartilhado nas redes sociais, o avião é visto voando baixo sobre uma área residencial antes de se inclinar de forma brusca para a esquerda, e então se ouve uma forte explosão. (Veja abaixo)
Queda de avião deixa mortos no Nepal
“Estava andando quando ouvi uma forte explosão, como se uma bomba tivesse explodido”, contou Arun Tamu, de 44 anos, que estava a cerca de 500 metros do local do impacto e que transmitiu um vídeo ao vivo nas redes com os restos do avião em chamas. (Veja abaixo)
Queda de avião deixa dezenas de mortos no Nepal
Histórico de acidentes aéreos
O setor aeronáutico do Nepal cresceu muito nos últimos anos, tanto no transporte de mercadorias quanto no transporte de turistas.
No entanto, devido à falta de treinamento da equipe e a problemas de manutenção, as empresas geralmente sofrem com problemas de segurança. A União Europeia, portanto, proibiu todas as transportadoras nepalesas de entrar em seu espaço aéreo.
O país do Himalaia também possui algumas das pistas mais remotas e complicadas do mundo, ladeadas por picos cobertos de neve que tornam a aproximação desafiadora até mesmo para pilotos experientes
As companhias indicam que o Nepal não possui infraestrutura para estabelecer previsões meteorológicas precisas, principalmente nas regiões mais remotas e de difícil relevo montanhoso, onde foram registrados acidentes fatais nos últimos anos.
O acidente deste domingo é o mais mortal no Nepal desde 1992, quando todas as 167 pessoas a bordo de um avião da Pakistan International Airlines morreram quando caiu perto de Katmandu.
Queda de avião no Nepal mata 68 pessoas

Fonte: G1 Mundo

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Entenda a cruzada de Netanyahu contra a Suprema Corte israelense


Proposta de premiê para enfraquecer o sistema judiciário tem forte reação popular e é encarada também como solução para livrá-lo de processos de corrupção. Netanyahu brinda logo após ser empossado como primeiro-ministro nesta quinta (29)
Reuters/Ariel Schalit
De volta ao poder há duas semanas como líder de uma coalizão de extrema direita, o primeiro-ministro de Israel não se abateu diante dos maiores protestos no sábado contra seu governo. Benjamin Netanyahu assegurou que seguirá adiante no plano de reformar o sistema judiciário do país.
As mudanças defendidas pelo premiê tornarão mais fraco o Supremo Tribunal Federal e, por consequência, podem livrá-lo dos três processos em que é julgado por suborno, quebra de confiança e fraude.
Em outras palavras, se aprovadas, como é previsto, a mais alta corte do país perderá poder para o Parlamento, que poderá anular as suas decisões por maioria simples de votos e terá controle sobre a nomeação de juízes.
O premiê prefere chamar de revisão a sua reforma que, segundo ele, tentará corrigir o desequilíbrio entre os poderes. Seus opositores dão outros propósitos ao projeto — minar o Estado de direito, corroer as instituições democráticas e deixar minorias indefesas em Israel.
Entre as 80 mil pessoas que protestaram em Tel Aviv, estavam líderes da oposição, juízes e ex-procuradores-gerais. “Um país em que os juízes saem para protestar é um país onde todas as linhas foram cruzadas”, resumiu em seu discurso a juíza Ayala Procaccia, que presidiu a Suprema Corte.
Os protestos em Israel contra ‘plano antidemocrático’ de Netanyahu
Netanyahu discorda e diz que ganhou respaldo da mãe de todas as manifestações: os eleitores que votaram no atual governo sabiam que a reforma do Judiciário estava em seus planos. Isso lhe dá ânimo para ir em frente, apesar de os protestos terem cooptado figuras emblemáticas da sociedade israelense.
É impossível não vincular, contudo, as mudanças propostas pelo governo aos três processos em que o premiê é julgado. E ele não está só. Seus parceiros de coalizão também estiveram às voltas com a Justiça. Nomeado ministro do Interior e da Saúde, o líder do partido ultraortodoxo Shas, Aryeh Deri, foi condenado no ano passado por fraude fiscal.
Milhares de pessoas protestam em Tel Aviv contra os planos do governo de Israel de tirar poder do judiciário, em 14 de janeiro de 2023.
Ronen Zvulun/ Reuters
O controverso ministro da Segurança, Itamar Ben-Gvir, foi condenado por incitação ao terrorismo. Outro radical, o ministro das Finanças, Betzalel Smotrich, já esteve preso, acusado de planejar um ataque terrorista.
Em uma carta aberta, todos os ex-procuradores e a grande maioria dos promotores aposentados atacaram o projeto de lei do governo, argumentando que ele ameaça transformar a Suprema Corte de uma instituição independente, que age “sem medo e preconceito”, em um órgão político.
Para voltar ao cargo, após um intervalo de 18 meses na oposição, Netanyahu se aliou a partidos ultranacionalistas e ultra ortodoxos e empurrou o país, pela primeira vez, para a extrema direita.
O governo se mantém firme na política de expansão de assentamentos na Cisjordânia, pretende reverter reformas sociais que afetariam a comunidade LGBTQIA+ e entregou a programação do sistema educacional a um dirigente de um partido homofóbico.
Em múltiplas frentes, a maquinaria governamental de Israel está sob ataque, considerou o ex-vice-conselheiro de Segurança Nacional Chuck Freilich, para quem Netanyahu está determinado a fazer de tudo para evitar uma provável sentença de prisão.
O premiê alega que o Judiciário é tendencioso contra ele e tenta minar a natureza independente que caracterizou a Suprema Corte israelense.
O Índice Anual de Democracia em Israel revelou o apoio de 57% dos entrevistados à autoridade do tribunal para derrubar as leis aprovadas pelo Parlamento, se forem consideradas contrárias aos princípios da democracia. A contar pelos gigantescos protestos de sábado nas três maiores cidades do país, a reação popular contra a proposta de Netanyahu está apenas no começo.

Fonte: G1 Mundo

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O dramático momento em que aviões quase se chocaram em Nova York


Dois aviões quase colidiram no Aeroporto Internacional John F. Kennedy. As autoridades estão investigando. Avião da Delta pousando em Nova York
GETTY IMAGES/via BBC
A Autoridade Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês) abriu uma investigação depois que dois aviões quase colidiram na noite de sexta-feira (13/01) no Aeroporto Internacional John F. Kennedy (JFK), em Nova York.
O incidente ocorreu quando um voo da Delta Airlines com destino a Santo Domingo, na República Dominicana, iniciou sua decolagem enquanto outro avião da American Airlines cruzava a pista.
O controlador de tráfego aéreo do JFK emitiu uma ordem urgente aos pilotos do avião da Delta, que conseguiram interromper a decolagem a tempo.
“M****! Delta Airlines 1943, cancele sua autorização de decolagem!”, grita um controlador na conversa entre a torre e a aeronave que foi gravada.
Um passageiro do voo da Delta contou que algumas pessoas ficaram com medo quando o avião parou.
A FAA e o National Transportation Safety Board (NTSB) vão determinar o que aconteceu e se alguém será punido.
O que se sabe sobre o que aconteceu?
O incidente ocorreu na última sexta-feira, 13 de janeiro, pouco depois das 20h (22h no horário de Brasília).
O voo Delta 1943 (DL1943) estava na pista 4L aguardando autorização para decolar para Santo Domingo.
Ao mesmo tempo, o voo da American (AA106) para Londres estava taxiando para a pista de decolagem designada.
Segundo áudio compilado pelo ATC Live, site que monitora as radiofrequências da aviação, o voo DL1943 recebeu autorização para decolar da pista 4L.
Mas no momento de iniciar sua corrida de decolagem, o voo AA106 cruzava essa mesma pista enquanto taxiava.
“M****! Delta 1943, cancele a autorização de decolagem!”, diz o controlador. “Delta 1943, cancele a autorização de decolagem”, diz ele novamente.
O piloto responde que vai abortar a decolagem e solta um suspiro.
Alguns especialistas em aviação conseguiram reconstruir as posições da aeronave por meio de sites de monitoramento de voo.
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A Autoridade Federal de Aviação informou que, com base em uma “análise preliminar”, o voo DL1943 “interrompeu sua decolagem a aproximadamente 1.000 pés (300 m) antes do ponto” onde o AA106 estava cruzando de uma pista adjacente.
Susto a bordo
A Delta informou que “depois que a aeronave parou com segurança na pista, ela voltou ao portão de embarque, onde os clientes desembarcaram”.
O voo foi remarcado para o dia seguinte. O voo AA106 decolou pouco depois para Londres.
Donall Brian Healy, passageiro do voo da Delta Airlines, disse que o incidente assustou alguns que estavam a bordo.
“Houve reações e gritos quando o avião começou a desacelerar, e depois silêncio completo. Senti uma onda de adrenalina, porque isso tudo não era normal, e fiquei sem saber o que esperar”, disse Healy ao Business Insider.
“Quando o avião parou, percebi que estávamos bem. Pensei que fosse alguma falha mecânica.”
O piloto disse às autoridades que abortou a decolagem porque outra aeronave estava passando em sua frente.
Nas gravações em áudio, o controlador diz aos pilotos do voo AA106 que eles cometeram um “possível desvio” das ordens recebidas.
Um dos pilotos responde: “A última autorização que eles nos deram (era que) estávamos autorizados a cruzar (a pista), correto?”
O controlador respondeu que as decolagens estavam ocorrendo na pista 4L. Em vez disso, o AA106 estava a caminho da pista 31L.
“Vamos ouvir as gravações, mas você deveria decolar da pista 4L. E agora está posicionado na pista 31L”, diz o controlador.
Um dos desastres mais graves da história da aviação foi uma colisão entre aviões em uma pista ocorrida em Tenerife, na Espanha, em março de 1977. Naquele episódio, 583 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.
Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-64289021

Fonte: G1 Mundo