Brasília
A correlação de forças do centrão mudou desde o início da semana e fez com que a tendência de apoio a Ciro Gomes (PDT) refluísse, abrindo espaço para uma aproximação mais assertiva do bloco com Geraldo Alckmin (PSDB).
Antes dividido, o grupo formado por DEM, PP, PRB e SD mudou de postura com a entrada do PR, de Valdemar Costa Neto, que sinalizou preferência pelo ex-governador de São Paulo durante jantar na noite desta quarta-feira (18) com a cúpula do centrão.
Nesta quinta-feira (19), em reunião na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Valdemar manteve discurso pouco assertivo, mas repetiu seu diagnóstico de que Ciro é explosivo, politicamente pouco confiável e com uma agenda de propostas muito diferente daquela defendida pelo grupo. Alckmin, pondera o comandante do PR, é mais previsível e, com até 7% nas pesquisas, pode crescer com o apoio massivo do bloco.
Outra avaliação é de que o candidato que será lançado pelo PT quando o ex-presidente Lula for impedido de disputar o Planalto deve desidratar Ciro, principalmente entre os eleitores do Nordeste.
Apesar do revés de Ciro e da tendência pró-Alckmin das últimas horas, o grupo decidiu anunciar a decisão somente na quinta-feira (26). Em nota após o encontro, o bloco reafirmou a união dos partidos —que marcharão juntos em torno de um nome ao Planalto— mas deixou a batida de martelo para a próxima semana.