O presidente do Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Rio (Muspe), Ramon Carrera, afirmou, ao sair de reunião com Luiz Fernando Pezão na tarde desta quinta-feira (22), que o governador disse “repetidas vezes” durante o encontro que não sabe se chegará ao fim do mandato, em 2018. A afirmação acontece no dia em que o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), disse que em entrevista à rádio CBN, na manhã desta quinta-feira (22), que a solução para o estado é uma intervenção do governo federal ou o impeachment do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Os comentários teriam acontecido quando foi abordada a questão financeira do estado. “Me surpreendeu a naturalidade com que o governador disse repetidas vezes que não sabe se chegará até o fim do governo em 2018. O governador disse que não tinha um plano B e que se o acordo de recuperação fiscal não for assinado, não tem como pagar os salarios”, disse o representante do Muspe.
Pezão recebeu representantes do Muspe no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, Zona Sul do Rio. Na reunião, que durou cerca de 90 minutos, Pezão reiterou que a prioridade do governo estadual é o pagamento dos salários dos servidores ativos, inativos e pensionistas.
Em nota sobre a reunião, o governo do estado não mencionou a declaração. Disse que, durante o encontro, o governador “explicou que a assinatura da adesão do Estado do Rio de Janeiro ao Regime de Recuperação Fiscal deverá ocorrer em breve e, assim que a homologação estiver concluída, os pagamentos dos salários e vencimentos deverão estar regularizados em prazo de cerca de 60 dias”.
“O termo de compromisso que resultou no Regime de Recuperação Fiscal foi assinado, entre o governo federal e o Estado do Rio, no dia 26 de janeiro. No fim de maio, houve a aprovação do texto final no Congresso Nacional, sendo que o governo fluminense já cumpriu a maior parte das contrapartidas exigidas pela União”, acrescenta o texto.
Pezão se diz ‘dedicado’ a fechar acordo após declarações
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, deputado Jorge Picciani, disse em entrevista à rádio CBN, na manhã desta quinta-feira (22), que a solução para o estado é uma intervenção do governo federal ou o impeachment do governador Luiz Fernando Pezão.
“Aprovamos muito mais na Previdência do que eles [governo federal] pediram. Aprovamos a [venda da] Cedae. Aprovamos em cima dos incentivos fiscais o pagamento de 10% do Fundo de Equilíbrio Fiscal. Aprovamos o aumento do ITB. Aprovamos o aumento do IPVA, o aumento da energia elétrica, da cerveja e do fumo. Se nada disso for suficiente para ter respeito pelo Rio de Janeiro, só vai restar ao governo Temer ter a coragem de fazer a intervenção, porque o Rio não pode ficar nesse descontrole na área da segurança e da saúde, ou nós vamos fazer o impedimento”, afirmou o presidente da Alerj.
Ao apresentador Edmilson Ávila, o governador Luiz Fernando Pezão disse, por meio de mensagem, que não vai comentar as declarações de Picciani. “Não vou comentar a opinião dele, é um presidente de um poder e eu respeito. Estou dedicado a fechar um último ponto que falta para fechar o maior acordo de um ajuste na União, e falta muito pouco”, diz a mensagem.
Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa do Palácio Guanabara disse que não vai se manifestar a respeito das declarações do presidente da Alerj.
Por volta das 13h, Pezão estava reunido com representantes do Movimento Unificado dos Servidores do Estado (Muspe), mas deixou a reunião sem falar com a imprensa. O deputado Edson Albertassi, líder do governo na Alerj, estava presente na reunião, mas também não mencionou a fala de Picciani.
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/pezao-afirmou-em-reuniao-que-talvez-nao-chegue-ao-fim-do-mandato-diz-lider-de-movimento-de-servidores.ghtml