Dados foram registrados de janeiro a julho de 2017 em Tocantinópolis, extremo norte do estado. Secretaria de saúde diz que moradores não querem entregar animais infectados.
A cidade de Tocantinópolis, no extremo norte do estado, está em estado de alerta para uma infestação de leishmaniose visceral, o calazar, em humanos e animais. Conforme a secretaria de saúde do município, nove casos foram confirmados em pessoas até julho de 2017. Em cães, 407 resultados foram positivos neste mesmo período.
O levantamento apontou que em todo o ano de 2016 foram 12 casos confirmados em humanos. Neste ano, até o momento, são 50 notificações suspeitas. Cinco casos foram confirmados em adultos e quatro em crianças menores de dez anos.
Só que a preocupação maior, segundo a Coordenação de Vigilância Epidemiológica é quanto aos casos em animais, que são hospedeiros da doença. Isso porque os moradores não querem entregar os bichos para serem sacrificados. Dos 407 que tiveram diagnóstico positivo, apenas 277 foram sacrificados.
“Os veterinários dizem que tem cura e realmente tem um tratamento, mas é muito caro e nem todo mudo pode fazer. Por isso estamos com uma positividade de cães muito alta e o pessoal não quer entregar os cães. O ministério da saúde não dá certeza nesse tratamento”, explicou a coordenadora Maria Vandecy Soares Ribeiro.
Para tentar controlar a proliferação da doença, o município tem intensificado a borrifação nos bairros com maior incidência. “Queremos a colaboração da sociedade para permitir o acesso dos agentes de endemias durante os procedimentos tanto da coleta do sangue animal, borrifação, como o recolhimento dos animais que tiveram resultado positivo. Caso contrário, teremos que acionar a justiça”, afirmou.
A secretaria afirma que também está trabalhando para eliminar reservatórios dos mosquitos transmissores. “A gente está meio assustado, porque até a metade do ano já foram nove casos. Não tivemos óbitos, mas estamos tendo esses cuidados.”
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