Aos 34 anos, Luciano Corrêa é um dos mais experientes judocas do país. Depois de representar o Brasil em duas edições das Olimpíadas, em Pequim 2008 e Londres 2012, ficou fora justamente dos Jogos Olímpicos em casa, no Rio de Janeiro, em 2016. O representante da categoria meio-pesado (até 100 kg) foi Rafael Buzacarini, que acabou ficando fora do pódio. Foi um duro golpe no sonho do brasiliense de conquistar uma medalha olímpica. Na época, Luciano comunicou ao gestor de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Ney Wilson, o fechamento de seu ciclo pela equipe nacional da modalidade. Mas a experiência que teve como comentarista do SporTV durante a Rio 2016 reacendeu a chama no veterano. Ele optou por continuar.
– Comuniquei a ele que não lutaria mais pela seleção. Mas, logo após os Jogos, eu mudei minha decisão. Bati um papo com o Ney e disse que continuaria a lutar. Cheguei a lutar em Abu Dhabi (em outubro do ano passado, Luciano foi prata na etapa de Grand Slam). Logo que nós conversamos sobre a definição da equipe olímpica, onde eu tinha perdido a vaga, eu estava pensando em não competir mais mesmo. Trabalhei no SporTV, me animei. O Ney me apoiou e fui logo convocado para Abu Dhabi. Em 2017, estive no Grand Slam de Paris, Grand Prix da Geórgia e Grand Slam da Rússia e, agora em 10 dias, teremos o Grand Prix de Cancún. Logo depois disso, teremos a convocação do Mundial (em Budapest, na Hungria, no fim de agosto e início de setembro). Vai levar em consideração todas as etapas que ocorrem durante o ano e daí vão definir as vagas – falou.
– Não posso pensar daqui a quatro anos. É possível sim, desde que eu pense ano a ano. Não tem como Luciano Corrêa falar que estará competindo dentro de quatro anos. O principal desse ano é a classificação para o Mundial. Quando terminar 2017, eu avalio 2018. Não tem como eu dizer e afirmar que vou buscar até 2020, mas que tenho vontade, eu tenho – comentou.
Luciano Corrêa segue treinando nas instalações esportivas do Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte, mas tem prestado muito mais atenção em sua recuperação, que está um pouco mais lenta. “Dormir bem e comer bem” tem sido seu lema. Ele faz um treinamento específico traçado por seu treinador e segue à risca as orientações da nutricionista da seleção brasileira de judô.
O atleta foi campeão mundial no Rio de Janeiro em 2007 e se firmou como um dos maiores nomes da sua geração. Também foi bronze no mundial de 2005, no Cairo, Egito, e em 2015 foi bicampeão dos Jogos Pan-Americanos em Toronto, no Canadá – ele já havia conquistado o ouro em Guadalajara 2011.
Mesmo estando completamente focado em conseguir sua vaga no Mundial e no calendário de treinos e competições de 2017, ele falou sobre o futuro fora dos tatames.
– Então, eu já venho me preparando para minha carreira pós-atleta. Eu fiz um MBA, sou formado em administração, meu MBA é na área de gestão esportiva. Como atleta, vou ter que ficar longe dos tatames um dia. Quero trabalhar com judô. Tenho o “Esporte Sem Fronteira”, um projeto social. Quero ser gestor – concluiu.
fontes: g1