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Ana Carolina chega aos 50 anos de vida e aos 25 anos de disco sem os ‘sinais de fogo’ do ardente começo da carreira


♫ ANÁLISE
♪ Hoje Ana Carolina faz 50 anos de vida. Nascida em Juiz de Fora (MG) em 9 de setembro de 1974, a cantora, compositora e instrumentista mineira também celebra 25 anos de disco em 2024.
Embora tenha posto os pés na profissão de cantar e tocar um instrumento em meados da década de 1990, nos bares da cidade natal, foi em 1999 que a artista irrompeu como furacão na música do Brasil ao lançar um álbum que estourou de imediato com Garganta, tema de Antonio Villeroy, compositor gaúcho de quem Ana se tornaria parceira em inspiradas canções como Pra rua me levar (2001) e Ruas de outono (2006).
Infelizmente, do ponto de vista artístico, Ana Carolina tem pouco o que comemorar hoje. A cantora mantém público fiel, o que lhe garante casas lotadas em todo o Brasil. Mas já inexistem os sinais de fogo dos áureos anos 2000. A velha chama pareceu apagada no álbum e show Fogueira em alto mar (2019).
Com a obra já sem o fôlego autoral de álbuns como Estampado (2003), ainda o melhor disco da artista ao lado do álbum inicial Ana Carolina (1999), a cantora tem se dedicado nos últimos dois anos a abordar o repertório da cantora Cássia Eller (1962 – 2001) no show Ana canta Cássia – Estranho seria se eu não me apaixonasse por você, estreado no Rio de Janeiro (RJ) em 22 de setembro de 2022 e gravado em 7 de maio de 2023 em apresentação na casa Tokyo Marine Hall, na cidade em São Paulo (SP).
A propósito, a cantora lança hoje, às 21h, o primeiro EP extraído do registro audiovisual do show Ana canta Cássia com as abordagens de músicas como All star (Nando Reis, 2000), O segundo sol (Nando Reis, 1999), Relicário (Nando Reis, 2000) e Gatas extraordinárias (Caetano Veloso, 1999).
O lançamento do EP Ana canta Cássia 1 acontece em timing tardio e atípico no imediatista mercado dos anos 2020, se levado em conta que o registro audiovisual do show foi feito há mais de um ano. De toda forma, o disco ainda chega em tempo, porque a vitoriosa turnê de Ana segue em cena e tem apresentações agendadas até 30 de novembro.
A questão é que as casas cheias e o ardor do público ainda fiel jamais abafam a sensação de que algo parece fora da ordem na trajetória artística de Ana Carolina, cantora de voz passional como as letras das músicas que compõe a sós ou com parceiros.
A rigor, a velha chama começou a se apagar lentamente há cerca de 15 anos quando a cantora buscou a artificialidade cool em álbum, N9ve (2009), formatado pelo então cultuado Kassin, produtor de outra galáxia musical.
No posterior disco de estúdio, #AC (2013), Ana Carolina se distanciou ainda mais do formato da canção ardente – a matéria-prima da artista – ao se jogar na pista em álbum com altas doses de eletrônica.
A discografia atingiu o ponto mais descendente da trajetória da artista no álbum Fogueira em alto mar (2019), disco de quentura sintética em que, seguindo instruções de executivos da gravadora Sony Music, Ana abriu parceria com Bruno Caliman, talentoso compositor que fez nome como hitmaker do universo sertanejo.
Não funcionou, embora, justiça seja feita, a parceria deu depois um bom fruto ao gerar a balada Coisa minha, coisa tua (2022), lançada de forma deslocada no roteiro do show Ana canta Cássia.
Enfim, há sinais de que, se Ana Carolina atiçar a velha chama sem se render à fórmulas mercadológicas quase sempre ineficazes, a artista ainda pode reacender o fogo e recuperar a alma como compositora e o fôlego perdido por ter ido atrás de cantos de sereia que nada lhe trouxeram de bom.
A voz calorosa da garganta inflamada ainda está lá. O público também permanece. Parece faltar somente a coragem de dar o primeiro passo para Ana Carolina voltar a ser… Ana Carolina.

Fonte: G1 Entretenimento

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Imagine Dragons: ‘Sou de altos e baixos, não existo no meio-termo’, diz vocalista sobre composições


Banda toca no neste sábado (4) no Rock in Rio 2024. Ao g1, Dan Reynolds declara seu amor ao Brasil, fala sobre como cria músicas e explica conceito do álbum ‘Loom’. Imagine Dragons: ‘Sou de altos e baixos, não existo no meio-termo’, diz Dan Reynolds sobre
Responsáveis por shows explosivos, o Imagine Dragons lançou o sexo álbum, “Loom”, em junho depois de uma pausa. Esse disco é um dos motivos para a banda voltar ao Brasil e encerrar a programação do Palco Mundo, no Rock in Rio neste sábado (14).
“A gente vai levar a turnê completa. Vai ser um show completamente novo, é um set novíssimo, tudo novo em folha. Então o Brasil e o Rio vão ter toda a experiência ‘Loom'”, diz Dan Reynolds, vocalista da banda, ao g1 (veja no vídeo acima).
“Estou empolgado para este show. Eu amo o Rock in Rio, amo tocar no Brasil, eu amo as pessoas do Brasil. As pessoas do Brasil sabem disso. São muitos anos professando meu carinho profundo e admiração pelas pessoas do Brasil.”
As apresentações da banda de Las Vegas costumam chamar atenção pelo volume, efeitos de luzes e, claro, pela performance enérgica de Reynolds. Algumas das cenas dos shows chegaram a viralizar nas redes sociais e atrair ainda mais o público feminino, mas também das crianças.
“Tenho observado ao longo dos anos nossos fãs crescerem com a gente. E isso é uma coisa linda, certo? É incrível pensar, cara, eu lembro quando eu tinha 20 anos cantando naquele palco e vendo aquele fã, e agora eu te reconheço e vi você ao longo dos anos nesses diferentes shows, e é uma coisa linda termos crescido juntos com essas músicas.”
“Mas também é lindo ir aos nossos shows e ver o garoto e pensar que provavelmente é o primeiro show dele. E ele está com o pai, que deve ter ido em 15 shows do Imagine Dragons e essa diferença de geração… Isso me traz muita alegria, ver famílias no show.”
A 40ª edição do Rock in Rio vai acontecer nos dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro, na Cidade do Rock, na zona oeste do Rio. Veja a programação completa aqui.
Imagine Dragons lança sexto álbum no fim de junho
Reprodução/Instagram
Leia a entrevista completa:
g1 – O Imagine Dragons está vindo ao Brasil para o Rock in Rio, no meio da turnê de ‘Loom’ na América do Norte. A gente vai ver um pouco desse trabalho novo na apresentação?
Dan Reynolds – Oh, sim. A gente vai levar o show todo novo. Setlist novíssimo, tudo novo em folha. Então o Brasil e o Rio vão ter a experiência do ‘Loom’. Eu estou muito animado para esse show. Eu amo o Rock in Rio. Eu amo tocar no Brasil, eu amo as pessoas do Brasil.
As pessoas no Brasil sabem que são muitos anos que eu tenho professado meu amor e admiração profundos pelas pessoas brasileiras. Isso começou quando eu tinha 10 anos de idade e fiz meu primeiro trabalho de países sobre o Brasil e toda vez que eu jogo FIFA, eu sempre jogo com o Brasil. Meu pai morou no Brasil, então, eu cresci ouvindo música brasileira e bebendo guaraná. Eu amo o Brasil.
g1 – A banda já tem mais de 15 anos de estrada e muitos dos seus fãs cresceram. Como você vê a mudança do público? Tem gente mais nova chegando, mais crianças, por exemplo?
Dan Reynolds – Claro, eu tenho observado ao longo dos anos nossos fãs crescerem com a gente. E isso é uma coisa linda, certo? É incrível pensar, cara, eu lembro quando eu tinha 20 anos cantando naquele palco e vendo aquele fã, e agora eu te reconheço e vi você ao longo dos anos nesses diferentes shows, e é uma coisa linda termos crescido juntos com essas músicas.
Mas também, como você disse, é lindo ir a um show e ver uma criança que provavelmente está no seu primeiro show. E ela está com seu pai, que talvez já tenha ido a 15 shows do Imagine Dragons, sabe? Essa conexão entre gerações me traz tanta alegria, ver famílias, ver de jovens a idosos em um show do Imagine Dragons, e isso me traz tanta alegria.
Imagine Dragons faz show no palco Mundo durante último dia de Rock in Rio 2019
Alexandre Durão/G1
g1 – Você pensa nesse público mais novo, que está chegando, quando está escrevendo suas músicas?
Dan Reynolds – Eu não penso, na real, nas crianças quando estou escrevendo.
Eu acho que quando estou escrevendo, é sempre algo egoísta, é pessoal. Eu estou apenas escrevendo algo para mim. E eu acho que se eu fizesse de outra forma, provavelmente seria ruim, certo?
Se eu estivesse escrevendo para os fãs ou para os críticos ou crianças, ou seja lá o que for, acho que seria uma música ruim. Então, eu sempre escrevo para mim primeiro, mas cara, eu amo ver, sabe? Eu levei meus próprios filhos aos shows e eu adoro isso. Mas, sim, eu nunca pensei em escrever uma música para outra pessoa. Acho que seria uma música ruim para dançar.
Cantor do Imagine Dragons diz que novo álbum é o que tem mais a cara do grupo
g1 – Você comentou que este álbum, ‘Loom’, é mais solar e colorido. Estamos vivendo um momento bem peculiar globalmente falando. Como manter a positividade e transformar esses sentimentos ruins em sentimento de esperança?
Dan Reynolds – Eu acho que é importante sentir tudo, certo? Quando eu era jovem, eu realmente tentava nunca… Tentava reprimir minhas emoções, certo? Eu achava que era ruim ficar com raiva, por exemplo. Então, eu as reprimia e depois elas simplesmente explodiam. Acho que é melhor expor isso, porque quando você reprime essas coisas, não é bom para o seu sistema nervoso.
Então, eu tento ser honesto com o que estou sentindo no momento, e se estou com medo do estado das coisas no mundo, eu direi isso e vou expressar isso. Mas eu acho que quando você expressa essas coisas, você as libera e, então, você não fica segurando aquele medo, certo? Você pode colocá-lo para fora e então vê-lo pelo que ele é. E eu acho que isso é muito importante.
g1 – Você considera ‘Loom’ menos explosivo que os outros álbuns?
Dan Reynolds – Acho que há algumas músicas que são… Quero dizer, nós sempre, você sabe, eu sou de Las Vegas, nascido e criado, e eu amo as luzes, o estilo bombástico e a excentricidade de tudo isso. Então, isso sempre está presente na nossa música, de certa forma.
Mas acho que sou uma pessoa muito emocional, de altos e baixos. Eu realmente não existo no meio-termo. Gostaria de existir, Deus sabe, que minha terapeuta também gostaria que eu existisse, tenho certeza.
Eu realmente tenho altos-altos e baixos-baixos, então acho que a música é ou muito alegre ou raivosa ou triste, não há muita sutileza no Imagine Dragons, para o bem ou para o mal. Eu falo abertamente das minhas emoções e posso ser bastante bipolar de várias maneiras, então, você sabe.

Fonte: G1 Entretenimento

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De volta após cinco anos, 5 a Seco já tem pronto o quinto álbum do grupo


♫ NOTÍCIA
♪ Em 13 de abril, o grupo paulistano 5 a Seco anunciou que estava de volta após pausa de cinco anos, comunicada em 11 de abril de 2019. O retorno se concretizou com a apresentação do quinteto no Coala Festival.
Leo Bianchini, Pedro Altério, Pedro Viáfora, Tó Brandileone e Vinicius Calderoni aproveitaram o show feito hoje, 8 de setembro, e anunciaram no palco que já tem pronto o quinto álbum do grupo, o primeiro desde Pausa (2019). O disco reúne 15 músicas inéditas de autoria dos integrantes do grupo, formado em julho de 2009.
Coube a Vinicius Calderoni dar a boa notícia no palco do Coala: “Quando a gente fez o último show antes da pausa em 2019, eu comecei meu discurso dizendo: ‘Tudo precisa respirar. Inclusive o amor. Sobretudo o amor’. Então a gente respirou e usou a pausa para repensar o que merecia nos mover. Porque, pra manter o amor, precisa fazer sentido. E naquele momento tudo fez sentido, e a pausa foi o movimento possível para a manutenção do amor. Agora, cinco anos depois, o movimento de afirmação de amor é estarmos novamente reunidos. Porque é o que faz sentido. E é nessa hora que a gente lembra que sentido também é sinônimo de direção. Sinônimo de percurso. Então, no sentido que a estrada do dia de hoje inaugura, a gente queria dizer que já tem um disco novo gravado. Um disco com quinze faixas inéditas que passa bem, tá forte, tá saudável. E que vocês vão ter muitas notícias dele logo logo. E tomara que faça todo sentido pra vocês”, filosofou Calderoni, ao som de aplausos do público que assistia ao show de retorno do grupo 5 a Seco.

Fonte: G1 Entretenimento

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Guinga tem músicas iluminadas pela artista italiana Joia Luz no EP ‘Noturna’


Capa do EP ‘Noturna’, de Joia Luz com participação de Guinga
Divulgação
♫ NOTÍCIA
♪ A obra autoral do compositor e violonista carioca Guinga ecoa há anos além das fronteiras do Brasil, reverberando sobretudo em países da Europa como a Itália. Tanto que dois artistas italianos já dedicaram discos ao cancioneiro do artista. E Guinga figura em todos esses discos.
Há 20 anos, Guinga se uniu ao clarinetista italiano Gabriele Mirabassi no álbum Graffiando vento (2004). Em 2018, os artistas repetiram a parceria fonográfica no álbum Passos e assovio – Guinga invites Gabriele Mirabassi.
Agora é a vez de Joia Luz, cantora e multi-instrumentista italiana nascida em Roma, em 1999, com o nome de Gioia Persichetti,. Na próxima quarta-feira, 11 de setembro, a gravadora Kuarup põe no mundo um EP, Noturna, gravado por Joia Luz com Guinga em estúdio situado nas montanhas de Petrópolis (RJ), cidade da região serrana do estado do Rio de Janeiro (RJ).
Em imersão de quatro dias, com o técnico de som Sérgio Lima, Joia e Guinga deram forma aos registros de quatro músicas. A seleção de repertório do EP Noturna inclui Choro pro Zé (Guinga e Aldir Blanc, 1993), Fonte abandonada (Guinga e Paulo César Pinheiro, 2003), o fado Navegantes (Guinga e Paulo César Pinheiro, 2014) e a recente canção Jogo de damas (2021).
Embora o cancioneiro de Guinga tenha música intitulada Noturna, composta com Paulo César Pinheiro e lançada em 1987 em disco de Alaíde Costa, essa música ficou fora da seleção de Joia Luz.
Filha do violonista Gianluca Persichetti, a cantora italiana cresceu em família apaixonada pela música brasileira e conhece Guinga desde os nove anos.
“Guinga era amigo do meu pai. Já naquela idade, eu conhecia a obra do Guinga, pois a música dele era muito ouvida por toda a minha família. Desde então, Guinga se apaixonou pela minha voz e, sempre que podia, me convidava para cantar com ele, mesmo eu sendo muito nova. Foi criada entre a gente uma relação próxima, apesar das nossas diferenças de idade e nacionalidade”, ressalta Joia Luz, atualmente com 25 anos.

Fonte: G1 Entretenimento

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Kendrick Lamar fará show do intervalo no Super Bowl em 2025


O Super Bowl LIX vai acontecer em 9 de fevereiro de 2025, no Caesars Superdome, em Nova Orleans. Kendrick Lamar no clipe de “Not Like Us”
Reprodução / redes sociais
O rapper norte-americano Kendrick Lamar foi confirmado como o artista escolhido para se apresentar no show de intervalo do Super Bowl LIX, que vai acontecer em 2025.
O anúncio foi feito neste domingo (8), por meio do Instagram, em conjunto com Apple Music, Roc Nation e NFL. O evento está marcado para 9 de fevereiro de 2025, no Caesars Superdome, em Nova Orleans.
Essa será a segunda apresentação de Kendrick Lamar no show de intervalo do Super Bowl. O rapper fez uma participação especial em 2022, ao lado de Dr. Dre, Snoop Dogg, Mary J. Blige, 50 Cent, e Eminem.
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“Kendrick Lamar é realmente um artista e performer único em uma geração. Seu profundo amor pelo hip-hop e pela cultura informa sua visão artística. Ele tem uma habilidade incomparável de definir e influenciar a cultura globalmente. O trabalho de Kendrick transcende a música, e seu impacto será sentido nos próximos anos”, afirmou Jay-Z, o fundador da Roc Nation, em nota.

Fonte: G1 Entretenimento

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Sergio Mendes abriu caminho em 1964 com álbum antológico que faz 60 anos com o eterno frescor do samba-jazz


Capa do álbum ‘Você ainda não ouviu nada!’ (1964), de Sergio Mendes com o sexteto Bossa Rio
Paulo Namorado com design de Licínio Almeida
♫ MEMÓRIA
♪ “Não sou profeta, mas creio que este disco, produto de muito trabalho e amor, abra novos caminhos no panorama da nossa música”, apostou Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994) ao fim do texto que escreveu para a contracapa da edição original do álbum Você ainda não ouviu nada!, primeira obra-prima da vasta discografia de Sergio Mendes.
Sim, Jobim foi profético ao se referir ao caráter progressista do disco gravado por Sérgio Santos Mendes (11 de fevereiro de 1941 – 5 de setembro de 2024) com o sexteto Bossa Rio.
Lançado em 1964 pela gravadora Philips, com arranjos de Jobim, de Moacir Santos (1926 – 2006) e do próprio Sergio Mendes, que na época ainda não havia limado o acento agudo do nome artístico, o álbum Você ainda não ouviu nada! completa 60 anos em 2024 como um dos títulos mais importantes da discografia brasileira.
Lembrado nas redes sociais no rastro das lamentações pela morte de Sergio Mendes, o disco resiste bem ao tempo por ter sido marcado pelo frescor perene do samba-jazz, gênero derivado da bossa nova que floresceu nas boates cariocas na primeira metade da década de 1960.
Pianista e arranjador fluminense que saiu de cena em Los Angeles (EUA) na noite de quinta-feira, aos 83 anos, Sergio Mendes caiu no samba-jazz na efervescência do Beco das Garrafas, reduto de boates do bairro de Copacabana onde se iniciou como músico.
O artista já lançara um álbum em 1961, Dance moderno, com jazz latino e bossa nova, mas foi com Você ainda não ouviu nada! que o pianista começou de fato a marcar nome. Por ironia do destino, o disco foi lançado no mesmo ano de 1964 que Sergio Mendes decidiu migrar definitivamente para os Estados Unidos, onde morou nos últimos 60 anos.
Produzido por Armando Pittigliani, o álbum Você ainda não ouviu nada! tem apenas meia hora de música – precisamente 29 minutos e 49 segundos – que se conserva com o viço e a energia de 1964.
No disco, Mendes harmoniza o piano com os toques dos músicos do Bossa Rio, sexteto formado pelo baterista Edison Machado (1934 – 1990), o baixista Tião Neto (1931 – 2001), os trombonistas Raul de Souza (1934 – 2021) e Edson Maciel (1926 – 2011) e os saxofonistas Aurino Ferreira (1926 – 2019) e Hector Costita.
Mendes era o líder dos músicos, mas Você ainda não ouviu nada! é um disco de grupo. Tanto que os sete músicos aparecem expostos em fotos de Paulo Namorado na capa criada por Licínio Almeida.
Cultuado por gigantes da música brasileira como Milton Nascimento, que incentivou o selo Dubas a lançar em 2002 uma caprichada edição em CD do álbum, Você ainda não ouviu nada! toca um samba-jazz refinado, sem nota jogada fora e sem exibicionismo dos músicos. O virtuosismo se faz ouvir naturalmente.
Gravado em 1963, mas lançado em 1964, o disco abre com Ela é carioca (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes) – samba lançado naquele ano de 1963 pelo conjunto Os Cariocas – e segue com O amor em paz (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1960).
Jobim predomina nos créditos do repertório como compositor de cinco das dez músicas. Entraram também no disco Desafinado (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1959), Corcovado (1960) e o samba Garota de Ipanema (1962), standard instantâneo da parceria de Tom com Vinicius de Moraes (1913 – 1980).
Sergio Mendes assinava duas músicas inéditas, Nôa… Nôa… e Primitivo, enquanto o maestro Moacir Santos era o autor e arranjador de dois temas, Coisa nº 2 e Coisa nº 5, este assinado por Santos com o letrista Mario Telles (1926 – 2001) e popularmente conhecido como Nanã.
O álbum Você ainda não ouviu nada! fecha em tom frenético com a abordagem de Neurótico, tema do saxofonista J.T. Meirelles (1940 – 2008).
Sergio Mendes conquistaria a glória nos Estados Unidos a partir de 1966, mas deixou no Brasil um álbum antológico. Você ainda não ouviu nada! foi facho de luz que abriu e iluminou os caminhos de muitos músicos ao longo de 60 anos. E essa luz ainda brilha em 2024, expondo o talento sobressalente do pianista e arranjador que acaba de sair de cena para ficar na história.

Fonte: G1 Entretenimento

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The Weeknd traz Anitta e Playboi Carti em show apoteótico em SP, com músicas inéditas


Músico trouxe ‘templo’ e convidados especiais ao estádio Morumbis para divulgar ‘Hurry Up Tomorrow’, novo álbum.
The Weeknd em show em São Paulo, em 7 de setembro de 2024
Reprodução/YouTube
Quando The Weeknd, um dos maiores popstars dos dias atuais, anunciou um show em São Paulo para o dia 7 de setembro, ninguém sabia o que esperar. O músico não se apresentava desde 2023 e prometeu uma apresentação “única no mundo”, fora da turnê que o trouxe ao Brasil no ano passado.
Mas quem chegou neste sábado (7) no Morumbis estava pronto para tudo. Fãs de diferentes idades, vestidos a caráter com roupas temáticas e camisetas do cantor, estavam empolgados com a ideia do ineditismo. Afinal, foram os primeiros a ouvir músicas do “Hurry Up Tomorrow”, novo álbum do canadense. Viram Anitta, Playboy Carti, e um show inédito, com ares de ritual.
A apresentação deu mais uma chancela ao Brasil, que voltou a ser palco de momentos pop importantes. Em um ano, o país recebeu uma visita especial de Beyoncé, um show histórico de Madonna e neste sábado, testemunhou músicas inéditas de The Weeknd.
The Weeknd em show em São Paulo, em 7 de setembro de 2024
Reprodução/YouTube
Cantor ministrou ‘missa’ dançante
Recebido com gritos extasiados, The Weeknd surgiu em uma estrutura em formato de templo. Ele vestia um manto preto bordado, algo entre maçom estiloso e pastor dark, prestes a ministrar um culto.
“São Paulo, bem vindos à minha ópera”, disse.
Não ficou claro se aquela era uma celebração do fim do mundo ou a gênese de outro. De toda forma, o músico transformou o momento em um espetáculo, trazendo de volta as dançarinas em manto vermelho da última turnê.
The Weeknd em show em São Paulo, em 7 de setembro de 2024
Reprodução/YouTube
Na setlist, entraram faixas inéditas e hits dos últimos álbuns, sem sucessos antigos como “Can’t Feel My Face” ou “The Hills”. Sem banda no palco, ele entoou — sempre afinado — hits mais recentes como “Take My Breath” e “Save Your Tears”. E preferiu focar nas faixas novas com um ocasional “São Paulo, amo vocês” para manter os gritos do público.
A plateia não sabia algumas letras, mas tudo bem: boa parte se contentou em gritar “caralho” e “ai, meu Deus!” para cada novo momento no palco.
Anitta em show do The Weeknd em São Paulo, em 7 de setembro de 2024
Reprodução/YouTube
Convidados especiais
Além das músicas inéditas, The Weeknd trouxe convidados. O trapper Playboi Carti surgiu na metade do show, sem anúncio prévio, para duas músicas. Mas o estádio foi abaixo mesmo com Anitta, participação já especulada, mas não menos ovacionada.
No topo do templo de The Weeknd, a carioca surgiu como de costume: sob uma batida de funk, entoando versos explícitos. “O novinho me olhou e quis comer minha pepequinha”, cantou Anitta, enquanto The Weeknd dançava (seria ele o novinho?).
O momento coroa a fase da brasileira que, de tanto prometer, acabou de fato se consolidando embaixadora internacional do funk. No Morumbis, ela foi tão estrela pop quanto o dono do show.
The Weeknd em show em São Paulo, em 7 de setembro de 2024
Reprodução/YouTube
Álbum encerra trilogia
A julgar pelo que The Weeknd apresentou, “Hurry Up Tomorrow” tem tom de encerramento. Depois de “After Hours”, um álbum sobre decadência, e “Dawn FM”, que visitou o purgatório, “Hurry Up Tomorrow” é uma espécie de fim conceitual da trilogia. Esteticamente, o álbum — e o show — apresentam a ideia de ascender, se superar, andar rumo à luz no fim do túnel.
As músicas novas seguem a toada dos álbuns anteriores, com desabafos sobre solidão, synths potentes e produção oitentona. Ele mescla pop, trap, R&B e disco, com faixas mais atmosféricas e grandiosas. Há uma música no estilo jersey club que ele descreve como sua faixa preferida, além do funk com Anitta.
Dedicado ao conceito do disco, The Weeknd encerrou o show ao desaparecer na fumaça, atravessando o “portão” do telão. “Se apresse ao amanhã. No céu, tudo fica bem”, disse. Depois, drones formaram o nome do álbum no céu.
A saída ficou um pouco anticlimática para os fãs. “Eu não vou embora”, reclamou o pessoal. Mas os fiéis de The Weeknd acabaram tendo que aceitar o fim da missa.
The Weeknd em show em São Paulo, em 7 de setembro de 2024
Reprodução/YouTube

Fonte: G1 Entretenimento

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Luísa Sonza se afina com Rita Lee no dueto virtual d‘Esse tal de roque enrow’


Capa do single ‘Esse tal de roque enrow’, lançado ontem, 6 de setembro, com dueto virtual de Rita Lee (1947 – 2023) com Luísa Sonza
Divulgação
♫ COMENTÁRIO
♩ Ao escrever o texto que anuncia o lançamento do single Esse tal de roque enrow, em gravação que costura as vozes de Rita Lee (1947 – 2023) e Luísa Sonza com recursos tecnológicos, o jornalista Guilherme Samora parece estar na defensiva quando afirma que, no livro Outra autobiografia (2023), Rita teria dito que “gostou muito” de homenagem que lhe foi prestada por Sonza com o canto de músicas como Amor e sexo (2003).
Na realidade, Rita apenas menciona no livro homenagens que vinha recebendo de cantoras da nova geração – entre elas, Luísa Sonza e Manu Gavassi – sem fazer juízo delas, as homenagens e as cantoras.
Seja como for, o single Esse tal de roque enrow – lançado ontem, 6 de setembro, em edição da gravadora Universal Music – prescinde de defesas prévias. Por mais improvável que possa soar tal afirmação, Luísa Sonza se afina com Rita Lee no canto de Esse tal de roque enrow (1975), rock lançado há 49 anos.
Parceria de Rita com Paulo Coelho, então letrista celebrado pelos versos escritos para músicas de Raul Seixas (1945 – 1989), Esse tal de roque enrow é composição que integra o segundo e mais coeso álbum de Rita com a banda Tutti Frutti, Fruto proibido (1975).
Idealizado por marca de chicletes para campanha feita na carona das comemorações dos 40 anos do Rock in Rio, festival viabilizado pelo empresário Roberto Medina em 1984 e estreado em janeiro de 1985, o dueto virtual de Luísa Sonza e Rita Lee foi bem realizado do ponto de vista técnico. A calorosa atmosfera de gravação ao vivo – na qual o single foi ambientado – colabora para a eficácia da costura das vozes.
E, de todo modo, é justo que duas mulheres estejam no centro de campanha relacionada a um festival de rock, gênero musical historicamente dominado pelo império masculino. “Por isso, não provoque / É cor de rosa choque” …

Fonte: G1 Entretenimento

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Foi bonito: canto de Martins embala a onírica cena final de ‘Renascer’ ao som da poética canção ‘Jardim da fantasia’


Martins é o intérprete da canção do compositor mineiro Paulinho Pedra Azul na gravação que arrematou a trama da novela ‘Renascer’
José de Holanda / Divulgação
♫ COMENTÁRIO
♩ Foi bonito ouvir o canto suave de Martins embalar a onírica cena final de Renascer, novela que terá o último capítulo reprisado pela Globo na noite de hoje, 7 de setembro.
Foi ao som de Jardim da fantasia – música de Paulinho Pedra Azul regravada por Martins especialmente para a trilha sonora do remake de Renascer – que o público da novela testemunhou a reencontro do casal José Inocêncio (Marcos Palmeira) e Maria Santa (Duda Santos) no plano espiritual.
Lançada pelo cantor e compositor mineiro Paulinho Pedra Azul em 1982 no álbum intitulado justamente Jardim da fantasia, a canção apareceu na trilha de Renascer ao fim do primeiro capítulo da novela criada por Benedito Ruy Barbosa e atualizada por Bruno Luperi. Exibido em 22 de janeiro, o capítulo inicial terminou ao som da gravação de Martins, tal como o capítulo derradeiro.
Com letra lírica e poética, a canção Jardim da fantasia foi a trilha sonora do primeiro encontro do Coronelzinho com Santinha na trama rural situada no interior da Bahia. Conhecida nos interiores do Brasil profundo, a música Jardim da fantasia já tinha sido regravada pela dupla Pena Branca & Xavantinho, por Renato Teixeira e por diversos cantores de alcance regional.
O registro de Martins deu à canção uma inédita projeção nacional por ter sido veiculado com destaque no início e no fim da novela Renascer.
Feita em apropriado tempo de delicadeza, a gravação de Jardim da fantasia por Martins está disponível em single editado pela gravadora Deck em 15 de janeiro.

Fonte: G1 Entretenimento

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‘The Room Next Door’ leva Leão de Ouro no Festival de Veneza; veja lista de vencedores


Brasil levou o troféu de Melhor Roteiro, por “Ainda Estou Aqui”, o primeiro longa original Globoplay. Pedro Almodovar, vencedor do Leão de Ouro de 2024, por ‘The Room Next Door’,
Joel C Ryan/Invision/AP
A 81ª edição do Festival de Veneza chegou ao fim neste sábado (7). O principal vencedor foi o filme “The Room Next Door”, dirigido pelo espanhol Pedro Almodóvar.
O Brasil levou o troféu de Melhor Roteiro, por “Ainda Estou Aqui”. Primeiro longa original Globoplay, o filme é dirigido por Walter Salles é inspirado na história real da brasileira Eunice Paiva, mãe de Marcelo, que passou 40 anos procurando a verdade sobre seu marido desaparecido, Rubens.
Assista ao trailer de ‘Ainda Estou Aqui’
Veja abaixo a lista dos principais vencedores do Leão de Ouro:
Leão de Ouro de Melhor Filme: “The Room Next Door”, de Pedro Almodóvar
Leão de Prata de Melhor Diretor: Brady Corbet, por “The Brutalist”
Grande Prêmio do Júri: “Vermiglio”, de Maura Delpero
Prêmio Especial do Júri: “April”, de Dea Kulumbegashvili
Atriz: Nicole Kidman, por “Babygirl”
Ator: Vincent Lindon, por “The Quiet Son”
Roteiro: Murilo Hauser, Heitor Lorega, por “Ainda Estou Aqui”
Prêmio Marcello Mastroianni (atuação iniciante): Paul Kircher, por “And their Children After Them”
‘Ainda estou aqui’ ganha melhor roteiro em Veneza

Fonte: G1 Entretenimento