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Como povos pré-incas podem ter descoberto linha do Equador muito antes dos ocidentais


No século 18, cientistas franceses pensaram ter identificado a localização exata do equador terrestre ou paralelo 0°. Mas muito antes disso, há sinais de que civilizações antigas já haviam mapeado sua localização. O monumento do centro do mundo no Equador, visto a partir de cima
BBC
“Equador significa ‘meio do mundo’ e, obviamente, isso está ligado à missão geodésica francesa, que definiu o ponto no centro do mundo onde hoje existe um monumento”, diz Jorge Eduardo Carrera, gerente da Ciudad Mitad del Mundo, onde fica o famoso ponto turístico da linha equatorial.
De 1734 a 1744, a Academia Francesa de Ciências realizou diversas expedições para determinar a forma real da Terra.
A missão geodésica francesa verificou a teoria de Isaac Newton de que o planeta era achatado nos polos e largo ao redor do equador terrestre, também conhecido como linha do Equador ou paralelo 0°.
Mas a linha divisória que eles traçaram não estava precisamente na latitude real de 0°.
“Eles erraram por alguns metros. Hoje, com o GPS, dá para ver que o ponto exato é bem próximo daqui, mas a referência é aqui, no lugar mais visitado do Equador continental”, diz Carrera.
Apesar do erro, centenas de milhares de turistas vêm todos os anos àquela monumento estabelecido há mais de três séculos para percorrer a linha que, embora imaginária, pode ser vista pintada em amarelo.
Expedição aos Andes
“A missão geodésica que chegou ao Equador se viu em um país cheio de pequenas colinas e montanhas muito altas, onde tiveram que triangular para conseguir medir o que queriam medir”, diz María Patricia Ordóñez, da Universidade San Francisco de Quito.
Placa no monumento do centro do mundo no Equador
GETTY IMAGES
“E você também deve ter em mente que o país estava no meio de muitas mudanças políticas, então ,o trabalho da missão geodésica foi complicado desde o início.”
Uma equipe foi enviada à Finlândia e outra aos Andes para aplicar diferentes métodos, incluindo triangulação.
Outro método foi o do pêndulo. Quando estão mais próximos do meio da Terra, os pêndulos se movem de forma diferente. Isso ocorre porque, devido à sua protuberância equatorial, a atração gravitacional da Terra é um pouco mais fraca no equador.
“E o terceiro [método] é por meio das estrelas.”
O céu
Mas os franceses não foram os primeiros a contemplar as estrelas nestas terras.
Mesmo antes da chegada dos incas e espanhóis, os povos que governavam e viviam nos Andes equatoriais, conhecidos como quitus, já procuravam respostas nos céus.
“A Ciência não vem apenas do mundo ocidental; as culturas antigas também criaram ciência e tecnologia, e há evidências de que elas duram milhares de anos”, diz a antropóloga Esterlina Quinatoa Cotacachi.
“Eles sabiam que estavam no centro do mundo e sabiam o que significavam todos os efeitos do Sol.”
Turistas com um pé no hemisfério norte e outro no hemisfério sul no Equador
GETTY IMAGES
“A gestão da astronomia era muito importante, especialmente para os ciclos agrícolas, mas muito mais do que isso. Dizem que os incas vieram aqui para o norte em busca do sol reto.”
E “Quito é o lugar do sol reto e da hora certa”, afirma Gustavo Guayasamin, especialista em calendários andinos.
Os calendários solares do México, Guatemala e Colômbia, Bolívia, norte da Argentina, Chile lançam sombras assimétricas, explica.
“Quito é o lugar onde se pode contar um ano com sombras exatamente iguais.”
O firmamento
Ao longo dos anos, a linha do Equador se moveu alguns metros para um lado e outros para o outro, e apesar do advento do GPS de alta sensibilidade que prometia corrigir isso permanentemente, vários lugares no Equador hoje afirmam ser o verdadeiro meio do mundo.
Um deles é o topo do morro Catequilla, cujo nome vem de kati killa, “aquele que segue a Lua”. “Em Catequilla também há uma construção semicircular que não é inca: é pré-inca”, diz Cotacachi.
“Catequilla é um lugar muito importante, porque você pode ver toda a Via Láctea.”
O monumento ao meio do mundo marca o ponto onde se acreditava que a linha do Equador atravessava o país naquela época
GETTY IMAGES
“Uma das peculiaridades desta região é que somente na latitude 0° podemos observar absolutamente todas as estrelas do céu”, destaca o astrônomo Cristóbal Cobo.
“Se formos para o norte, por exemplo, para o México, ou para o sul do Peru, não podemos mais ver algumas estrelas.”
“Na linha equatorial podemos ver 100% das estrelas, então, aqui, possivelmente, foi gerada uma consciência integral da observação da abóbada celeste.”
O todo
O problema é que este território foi conquistado duas vezes, então, há poucas evidências arqueológicas anteriores aos incas. No entanto, a linguística ajuda a preencher as lacunas históricas.
Tsafiki é uma língua pré-colonial falada até hoje por uma pequena minoria de pessoas e nos oferece uma pista.
“Em Tsafiki, quit-sa significa metade e to, mundo: metade do mundo. Possivelmente a fonte do nome Quito. ‘Quit’ metade, ‘To’, mundo.”
Então, quão avançados eram os povos pré-hispânicos? Eles eram capazes de reconhecer a forma real da Terra?
“A ideia de uma terra quadrada e plana vem da Europa medieval, onde o obscurantismo surgiu e afetou o conhecimento, mas parece que não na América.”
“Acredito que nesses aspectos essas culturas americanas, como a matemática maia nos mostrou, eram muito mais avançadas do que outras culturas ao redor do mundo.”
“Essas pessoas foram muito sábias no uso dos recursos naturais da água, do solo, da biodiversidade.”
* Este artigo é adaptado do vídeo da BBC Reel “Who discovered the equator”.
Texto originalmente publicado em www.bbc.com/portuguese/geral-63609665

Fonte: G1 Mundo

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Democratas vencem em Nevada e mantêm maioria no Senado americano, aponta agência

AP indica que a senadora Catherine Cortez Masto foi reeleita, garantindo ao menos 50 vagas para os aliados de Joe Biden na casa. Democratas vencem em Nevada e mantêm maioria no Senado americano, aponta agência AP indica que a senadora Catherine Cortez Masto foi reeleita, garantindo ao menos 50 vagas para os aliados de Joe Biden na casa. Veja as projeções atuais, da agência de notícias Associated Press: . Câmara: Democratas 203 x 211 Republicanos. Senado: Democratas 50 x 49 Republicanos. São necessários 218 deputados e 51 senadores para controlar cada uma das Casas.. No Senado, apenas 1/3 é renovado; democratas já tinham 36 senadores, e republicanos, 29.

Fonte: G1 Mundo

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Democratas conquistam maioria no Senado dos EUA, diz agência


Ainda falta o resultado da Geórgia, que terá 2º turno, e do Alaska, mas Republicanos não conseguem mais passar o Partido Democrata. Disputa pela maioria da Câmara continua. A senadora democrata Catherine Cortez Masto lidera um comício antes das eleições de meio de mandato em Nevada, EUA, em 7 de novembro de 2022
REUTERS/David Swanson
A candidata do Partido Democrata, Catherine Cortez Masto, foi reeleita senadora pelo estado de Nevada, nos Estados Unidos, no sábado (12), segundo a Associated Press. Com a vitória dela e do astronauta Mark Kelly, no Arizona, os democratas garante a maioria no Senado dos Estados Unidos após uma apertada disputa com os republicanos.
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Esse resultado tem um gosto de virada para os democratas, pois as projeções iniciais apontavam uma vitória expressiva do Partido Republicano no Congresso, que é composto pelo Senado e pela Câmara. A disputa pela maioria da Câmara dos Representantes continua, conforme os votos ainda estão sendo contados 5 dias após a votação.
Cidadãos americanos foram às urnas na terça-feira (8) para escolher os 435 deputados da Câmara e 35 senadores de um total de 100, além de 36 governadores e todas as Câmaras locais, além de votações pontuais.
Entenda as eleições de meio de mandato nos EUA
Moradores de Nevada votam nas eleições de meio de mandato em Las Vegas, nos Estados Unidos, em 8 de novembro de 2022
REUTERS/David Swanson
Entenda a maioria no Senado
O Senado é composto por 100 cadeiras no total. De acordo com o resultado parcial, o Partido dos Democratas ocupará 50 vagas, contra 49 dos Republicanos.
A disputa no Alaska ainda não está definida segundo as projeções da agência Associated Press, mas a concorrência é entre dois candidatos republicanos e a vaga deles já está na contagem de 49 cadeiras.
Já na Georgia, o candidato mais votado não atingiu o mínimo de votos necessário para ser eleito e o estado terá um segundo turno no dia 6 de dezembro apenas para o cargo de senador. Se o candidato republicano Herschel Walker ganhar, cada partido ficará com 50 cadeiras.
Só que nos Estados Unidos, o vice-presidente do país é também o presidente do Senado e tem direito a um voto de desempate. Como Kamala Harris é democrata, o partido pode contar com 51 votos.
Foto do Senado dos EUA, no Capitólio, em Washington, na madrugada de terça-feira, 8 de novembro de 2022
J. Scott Applewhite/AP
Como está a disputa na Câmara
Segundo as principais projeções, os republicanos seguem à frente na disputa principal, a da Câmara dos Deputados do país – chamada por lá de Câmara dos Representantes.
É esta Casa a que detém o maior poder de barrar ou aprovar os projetos de lei do presidente dos Estados Unidos. Portanto, quem conquistar maioria na Câmara vai definir os caminhos do líder do país, o democrata Joe Biden, na segunda parte do seu mandato, que vai até 2024.
Desde meses antes da votação, as principais pesquisas projetavam uma vitória por ampla maioria do Partido Republicano na Câmara, amparada por baixos índices de aprovação do governo de Joe Biden e por uma forte campanha, na reta final, do ex-presidente Donald Trump, que lidera centenas de candidatos negacionistas.
Conforme a contagem dos votos foi avançando, no entanto, a possibilidade de um controle amplo da Casa pelos republicanos foi se afastando. Até a tarde deste sábado (12), os dois partidos rivais tinham apenas dez votos de diferença, de um total de 534 assentos que tem a Câmara dos Representantes.
A provável derrota dos democratas, acabou, portanto, sendo tomada agora como uma espécie de vitória pela pouca diferença e foi inclusive celebrada pelo presidente Joe Biden.
No geral, no entanto, o Partido Democrata vê as eleições de meio mandato como uma derrota de uma forma geral.
AO VIVO: Siga apuração e resultados da eleição de meio de mandato dos EUA
Afinal, como é a contagem de votos nos EUA?
Especial – Eleições de meio de mandato nos EUA
Para um brasileiro acostumado a urnas eletrônicas e contagem de votos e anúncio de resultados em pouco mais de três horas, o sistema de apuração dos Estados Unidos pode ser um grande bicho de sete cabeças.
E é algo perto disso, mas dá para entender por que: o país não tem um órgão governamental único responsável por fazer essa contagem e anunciar o resultado à nação. É competência de cada estado fazer sua própria contagem, com seu sistema e tempos particulares.
Quem agrega todos esses dados são órgãos independentes – ou seja, não governamentais. O principal deles é a agência de notícias Associated Press.
Com equipes especializadas no processo eleitoral e presente nos locais de votação em todos os 50 estados, a agência recolhe dados das contagens e os insere em um banco de dados eleitorais próprio, submetido a rechecagens.

Fonte: G1 Mundo

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Homem cai em forno com alumínio derretido a 720ºC e sobrevive, na Suíça


Segundo autoridades locais, o eletricista sofreu queimaduras graves e ferimentos no acidente. Tanque de alumínio que o homem de 25 anos caiu na Suíça
divulgação/prefeitura de St. Gallen
Um eletricista de 25 anos sobreviveu após cair em um forno que continha alumínio derretido a 720º célsius em St. Gallen, na Suíça, na quarta-feira (9). Segundo autoridades locais, o homem sofreu queimaduras graves e ferimentos no acidente.
Veja:
Dois aviões colidem no ar durante apresentação nos EUA
De acordo com a prefeitura da cidade, o eletricista estava fazendo a manutenção de um forno de retenção de alumínio quando caiu por uma abertura na fornalha. Ele ficou imerso até os joelhos no líquido, mas conseguiu se sustentar e se levantar novamente.
Após o acidente, o homem foi atendido por paramédicos e dois médicos de emergência. Depois, foi levado ao hospital. A prefeitura afirma ainda que “o histórico exato do acidente está sendo esclarecido pela polícia da cidade”.
Segundo a imprensa suíça, o patrão do eletricista informou que o homem precisou ser operado, mas conseguiu voltar a andar.

Fonte: G1 Mundo

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Dois aviões colidem no ar durante apresentação nos EUA


O acidente ocorreu durante o show comemorativo da Força Aérea em Dallas. Dois aviões colidem no ar durante apresentação em Dallas, nos EUA
Reprodução/Redes Sociais
Dois aviões militares históricos colidiram no ar e caíram neste sábado (12) durante um show aéreo em Dallas, segundo autoridades federais.
Não se sabe ainda quantas pessoas estavam a bordo das aeronaves ou se alguém ficou ferido. Equipes de emergência foram até o local do acidente no Aeroporto Executivo de Dallas.
Um Boeing B-17 Flying Fortress e um Bell P-63 Kingcobra colidiram e caíram por volta das 13h20 no horário local (16h20 em Brasília), informou a Administração Federal de Aviação em um comunicado. A colisão ocorreu durante o show comemorativo da Força Aérea sobre Dallas.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram duas aeronaves parecendo colidir no ar antes que ambas descessem rapidamente, causando um grande incêndio e levantando nuvens de fumaça preta. (Veja abaixo)
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A FAA e o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes vão investigar o acidente.
O B-17 é um imenso bombardeiro de quatro motores e foi uma peça importante do poder aéreo dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial. O Kingcobra, um avião de caça americano, foi usado principalmente pelas forças soviéticas durante a guerra.
A maioria dos B-17 foram desmantelados no final da Segunda Guerra Mundial e existem apenas alguns nos dias de hoje, em grande parte estão expostos em museus ou participam de shows aéreos, de acordo com a Boeing.

Fonte: G1 Mundo

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Trabalho sob 50 graus, passaportes confiscados… construtora francesa no Catar entra na mira da Justiça


Ex-funcionários mencionam salários muito baixos para semanas de trabalho de 66 a 77 horas, às vezes sem folga, condições de vida precárias e passaportes confiscados. Nesta foto de arquivo tirada em 24 de março de 2015, funcionários da QDVC (Qatari Diar/VINCI Construction Grands Projets), a filial do Catar da gigante francesa de construção Vinci, trabalham em um canteiro de obras na capital Doha
Karim Jaafar / Al-Watan Doha / AFP
Na esteira de escândalos envolvendo situações de desrespeito aos direitos humanos a trabalhadores que atuaram nas obras das instalações para a Copa do Mundo no Catar, a Vinci Construction Grands Projets, subsidiária do grupo francês Vinci, se soma agora às empresas que entraram na mira da Justiça, após uma denúncia da ONG Sherpa e de ex-funcionários por “redução à servidão” nos canteiros de obras.
A Vinci Construction Grands Projets (VCGP) foi indiciada na última quarta-feira (9), na França, por “submissão a condições de trabalho ou alojamento incompatíveis com a dignidade”, “obtenção do fornecimento de pessoa em situação de vulnerabilidade ou dependência de serviços, com retribuição alheia” e “redução à servidão”, termo do código penal francês para definir quando uma pessoa cuja vulnerabilidade ou estado de dependência é aparente ou conhecido do autor.
A decisão acontece sete anos após uma primeira reclamação apresentada pela Sherpa, denunciando o tratamento dado aos funcionários em três canteiros de obras da empresa no Catar, entre 2011 e 2018.
Sejam de soldadores, vigias, sejam de encanadores, mecânicos ou pedreiros, os depoimentos são unânimes. Colhidas em 2014 e 2018, e consultadas pela France 24, as declarações de 12 ex-funcionários mencionam salários muito baixos para semanas de trabalho de 66 a 77 horas, às vezes sem folga, condições de vida precárias e passaportes confiscados.
“Eu trabalhava das 6h às 18h, com uma hora de intervalo ao meio-dia”, testemunha um trabalhador indiano, empregado entre dezembro de 2012 e setembro de 2015. “Trabalhávamos 8 horas e mais 3 horas extras por dia. E eu trabalhava duas sextas-feiras por mês, então 7 dias por semana”, ele continua.
Esta carga horária é contrária mesmo à lei do Catar, que já é pouco protetiva e limita as horas extras semanais a 12 horas, contra os casos de 18h a 21h denunciados. A lei ainda prevê no mínimo um dia de descanso, às sextas-feiras, de acordo com a ONG Sherpa.
“Eu não tinha problemas cardíacos antes de ir para o Catar”
Um outro empregado, que trabalhou até 2017, explica que se demitiu após desenvolver problemas cardíacos. Em Lusail, nova cidade que sediará a final da Copa do Mundo, ele trabalhava no bombeamento de água a 30 metros de profundidade no canteiro de obras do metrô, em que a única ventilação era assegurada por “pequenos ventiladores de mesa”, e sem máscara de oxigênio.
“Eu não tinha problemas cardíacos antes de ir para o Catar. Comecei a ter por causa dos gases, da fumaça, do petróleo”, ele declara.
De volta à Índia, ele diz que não pode mais realizar trabalhos braçais.
Acusações questionadas pelo advogado da Vinci, para quem esses depoimentos não constituem prova: “Os fatos não correspondem à realidade. Cerca de 240 mil funcionários trabalharam nas obras da Vinci no Catar, e a ONG Sherpa encontrou 12 vítimas”, aponta Maître Versini-Campinchi. “Eles voltaram após o término do contrato e trabalharam por seis anos. São adultos consentidos, é difícil falar de coação nesse contexto”, ele argumenta.
No entanto, os funcionários, que são partes civis ao lado da Sherpa e do Comitê contra a Escravidão Moderna (CCEM), mencionam o confisco de seus passaportes, até pelo menos 2015, associado à proibição de mudar de empregador no Catar.
Trabalho sob o sol e mais de 45 graus
Muitos ainda revelam que tiveram que pagar altas comissões junto às agências de recrutamento em seus países de origem. Enquanto a Vinci alega tê-los reembolsado sistematicamente, um dos reclamantes afirma: “Paguei 85 mil rúpias nepalesas (mais de R$ 3 mil) para vir [ao Catar]. A QDVC (filial da Vinci no Catar) nunca devolveu esse dinheiro”.
Por unanimidade, eles denunciam condições de trabalho “muito duras”, muitas vezes diretamente sob o sol. Um supervisor, contratado até 2017, fala de uma temperatura habitual de “45, às vezes 50 graus”, associada a uma umidade elevada, causando “dificuldades respiratórias”. “Vi pessoas caírem”, ele conta.
A denúncia apresentada pela Sherpa também visa não somente as condições de trabalho, mas também as condições de vida dos funcionários, alojados pela empresa em acampamentos localizados no deserto, a uma hora de carro dos canteiros de obras. Até pelo menos 2015, os quartos eram compartilhados por seis pessoas, e os banheiros, por 12 ou até 15 pessoas.
Durante uma visita organizada pelo governo do Catar em 2015, o trabalhador imigrante Kuttamon Velayi, da Índia, fala com jornalistas enquanto está sentado em sua cama em um quarto que divide com outros sete trabalhadores indianos em Doha
Maya Alleruzzo/AP
Padrões de trabalho “diferentes”
“Não é a Vinci quem decide sobre as condições de vida dos funcionários no local, mas a empresa do Catar, onde a subsidiária da Vinci é minoritária”, reage Versini-Campinchi, colocando a responsabilidade na construtora QDVC, que é 49% detida pela VCGP. “E esses trabalhadores não foram maltratados, foram tratados de forma diferente da França. Os padrões de trabalho no Catar não são os mesmos”, alega.
A Sherpa espera, no entanto, que a responsabilidade criminal da multinacional seja mantida e que um “forte sinal” lhes seja enviado. “Acreditamos que a VCGP tinha controle sobre as condições de vida e de trabalho dos funcionários”, afirma Laura Bourgeois, advogada da ONG.
“Resulta dos elementos do processo que a elaboração e aplicação das regras relativas ao recrutamento, alojamento e condições de trabalho pertenciam à VCGP. Sem contar que o gerente geral da QDVC na época também era funcionário da VCGP. Esperamos que esta acusação envie um sinal para as multinacionais de que agora é cada vez mais difícil se esconder atrás da ideia de que o que suas subsidiárias fazem não é da sua conta”, relata Bourgeois.
Com isso, caberá à Justiça averiguar, poucos dias antes da abertura da Copa do Mundo no Catar, onde morreram 6,5 mil trabalhadores migrantes, desde a decisão da realização deste campeonato mundial pelo emirado, em 2010, de acordo cum uma investigação do jornal britânico The Guardian.
Jogadores australianos criticam condições de trabalhadores no Catar

Fonte: G1 Mundo

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Como cães dados por Kim Jong-un criaram disputa entre atual e ex-presidente na Coreia do Sul


Ex-presidente sul-coreano ficaria com os cachorros em sua casa, mas acusou o governo de não ter garantido que ofereceria suporte financeiro para cuidar dos animais. Yoon Suk Yeol, atual presidente da Coreia do Sul, nega a acusação. Moon Jae-in, ex-presidente da Coreia do Sul, brinca com cachorro Gomi, um dos que foram oferecidos pela Coreia do Norte, em foto de outubro de 2018
South Korea Presidential Blue House via AP
Os cães dados de presente pelo líder norte-coreano Kim Jong-un causaram uma disputa política na vizinha Coreia do Sul. A situação envolve o suporte financeiro do governo sul-coreano para cuidar dos animais, que ficariam com o ex-presidente.
Moon Jae-in recebeu do governo norte-coreano dois cães de caça da raça Pungsan em setembro de 2018, quando ainda era presidente da Coreia do Sul. Ele deixou o cargo em maio deste ano e foi substituído por Yoon Suk Yeol.
Os cães, um macho e uma fêmea chamados Songkang e Gomi, serviram para celebrar a cúpula entre os dois líderes em Pyongyang, capital da Coreia do Norte. A raça tem origem na região montanhosa de Pungsan, na Coreia do Norte, e é criada para caçar animais selvagens.
Oficialmente, os dois animais oferecidos por Kim Jong-um são propriedade do estado sul-coreano. Mas eles e um de seus filhotes foram levados com Moon Jae-in após sua saída da presidência.
Isso foi possível por conta de uma mudança na lei da Coreia do Sul em março que passou a permitir que animais ou plantas que foram presentes presidenciais fiquem fora de instalações do governo.
O líder norte-coreano Kim Jong-un e o presidente sul-coreano Moon Jae-in posam com suas esposas no topo do Monte Paektu
Pyeongyang Press Corps / Pool / via Reuters
Ex-presidente alega falta de verbas
Na última segunda-feira (7), porém, representantes de Moon afirmaram que ele não ficará mais com os bichinhos porque os custos com ração e cuidados veterinários não serão cobertos pelo atual governo, do presidente Yoon Suk Yeol.
Cães da raça Pungsan foram presente do líder norte-coreano Kim Jong-un ao presente sul-coreano Moon Jae-in
Reprodução/Twitter/The Blue House KR
O Ministro do Interior e da Segurança da Coreia do Sul disse que os cães voltaram na terça-feira (8) aos cuidados do governo. Segundo o órgão, os dois que foram oferecidos por Kim Jong-un estavam sendo examinados em um hospital veterinário.
Em um comunicado publicado no Facebook, a equipe de Moon acusou o governo atual de bloquear “inexplicavelmente” a proposta do ministério de fornecer recursos para tratamento dos animais.
O ministério havia cogitado destinar 2,5 milhões de wons (cerca de R$ 10 mil) mensais em subsídios. A quantia incluiria 500 mil wons (R$ 2 mil) para comida e cuidados veterinários e 2 milhões de wons (R$ 8 mil) para pagar funcionários que cuidariam dos cachorros, mas o plano não foi aprovado.
“Parece que o gabinete presidencial, ao contrário dos Arquivos Presidenciais e do Ministério do Interior e da Segurança, tem uma visão negativa sobre confiar o cuidado dos cães Pungsan ao ex-presidente Moon”, afirmou a equipe de Moon Jae-in.
Os representantes do ex-presidente afirmaram que a decisão de Yoon Suk Yeol seria aceita. “Eles eram animais de companhia e se apegaram [a Moon Jae-in], mas não haveria como rejeitar o término da atribuição”, disse o comunicado.
Atual presidente nega acusação
O gabinete de Yoon, por sua vez, disse que nunca impediu o ex-presidente de ficar com os animais e alegou que as discussões sobre o suporte financeiro ainda estavam em andamento.
“Foi inteiramente do ex-presidente Moon Jae-in a decisão de devolver os cães Pungsan aos Arquivos Presidenciais” em vez de esperar uma emenda legislativa para garantir os subsídios, disse o gabinete de Yoon.
A disputa entre o atual e o ex-presidente gerou críticas na internet, onde usuários lamentaram que os animais estejam sendo tratados apenas como propriedades.
Yoon Suk Yeol, presidente da Coreia do Sul
Kim Hong-Ji/Reuters

Fonte: G1 Mundo

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SIGA: Democratas vencem disputa pelo Senado no Arizona; atenção agora é pelo resultado de Nevada

Se republicanos ganharem a vaga de Nevada, a maioria do Senado será decidida na Georgia, que terá 2º turno. Na Câmara, republicanos caminham para vitória apertada. Americanos foram às urnas na terça (8) para escolher os 435 deputados da Câmara e 35 de cem senadores, além de 36 governadores e todas as Câmaras locais. SIGA: Democratas vencem disputa pelo Senado no Arizona; atenção agora é pelo resultado de Nevada Se republicanos ganharem a vaga de Nevada, a maioria do Senado será decidida na Georgia, que terá 2º turno. Na Câmara, republicanos caminham para vitória apertada. Americanos foram às urnas na terça (8) para escolher os 435 deputados da Câmara e 35 de cem senadores, além de 36 governadores e todas as Câmaras locais. Veja as projeções atuais, da agência de notícias Associated Press: . Câmara: Democratas 202 x 211 Republicanos (projeção da AP às 14h23).. Senado: Democratas 49 x 49 Republicanos (projeção da AP às 14h23).. São necessários 218 deputados e 51 senadores para controlar cada uma das Casas.. No Senado, apenas 1/3 é renovado; democratas já tinham 36 senadores, e republicanos, 29.

Fonte: G1 Mundo

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Soldados ucranianos procuram áreas com explosivos deixados por russos em Kherson

Tropas ucranianas retomaram a cidade nesta sexta-feira (11). Tropas russas abandonam morteiros em Kherson, na Ucrânia
Soldados ucranianos estão procurando, neste sábado (12), minas e explosivos deixados pelas forças russas, após a retirada da região de Kherson, no sul da Ucrânia. As informações são do jornal “The New York Times”.
‘Humilhação para Putin’: o que a retirada das tropas russas de Kherson significa para a guerra na Ucrânia
Na sexta-feira (11), as tropas ucranianas retomaram a cidade de Kherson, e reivindicaram a “importante vitória” contra a Rússia, que mais cedo anunciou ter retirado 30 mil homens da região. Era a única capital regional que Moscou havia ocupado em quase nove meses de invasão.
Os militares ucranianos encontraram ainda na sexta-feira armas e munições abandonadas em uma vila, na margem ocidental do rio Dnipro, no arredor da cidade.
As tropas da Ucrânia dizem que estão trabalhando para garantir a segurança da área. Eles também buscam soldados russos que podem estar escondidos em casas abandonadas na região.
Segundo a publicação, embora o Ministério da Defesa da Rússia tenha anunciado na sexta-feira que todas as suas forças foram retiradas da cidade, a agência de inteligência militar ucraniana disse neste sábado que ainda havia soldados em posições defensivas fixas, e que não estava claro se eles lutariam, fugiriam ou se renderiam.
Ucranianos de Kherson comemoram retomada em Kiev

Fonte: G1 Mundo

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Em ‘dia histórico’, ucranianos celebram reconquista de Kherson em clima de vitória na guerra


Cidade, a primeira grande área ocupada pelos russos no início da invasão à Ucrânia, foi retomada por forças de Kiev esta semana. Ministro da Defesa ucraniano diz que guerra não acabou, mas cidadãos comemoram vitória na batalha regional. Ucranianos de Kherson comemoram retomada em Kiev
Em clima de vitória, uma das primeiras desde o início da guerra, ucranianos celebraram nas ruas com festa e música a reconquista da cidade de Kherson, uma das maiores do país e tomada de volta da Rússia na sexta-feira (11).
Foi “um dia histórico” segundo o presidente do país, Volodymyr Zelensky, e uma “vitória extraordinária”, para o secretário de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, em declaração neste sábado (12).
Na noite desta sexta-feira, moradores de Kherson, refugiados há meses em Kiev, comemoraram a notícia com euforia. “Finalmente minha cidade livre, aquela onde nasci, onde vivi toda minha vida”, declarou Nastia Stepenska, com lágrimas nos olhos e as cores nacionais pintadas sobre o rosto.
Moradores de Kherson celebram reconquista ucraniana da cidade, em 11 de novembro de 2022.
Nina Lyashonok/AP
“Quando eles [os russos] chegaram, foi horrível, não sabíamos o que aconteceria no dia seguinte, se continuaríamos vivos”, disse a estudante de 17 anos.
Em posição estratégica – ao lado da península ucraniana da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014 e à beira do Mar Negro -, Kherson foi a única grande capital regional capturada por Moscou desde o início da invasão russa ao país vizinho, em 24 de fevereiro deste ano. E uma das primeiras cidades totalmente tomadas pelas tropas russas.
Em setembro, no entanto, a Ucrânia pôs em ação uma ambiciosa campanha de reconquista de territórios ocupados pelos russos, com o apoio logístico e armamentista de países do Ocidente. Kherson foi uma das principais miras do novo plano, e, com planejamento tático, forças ucranianas entraram em peso na cidade.
Nesta semana, o Ministério da Defesa russo já havia anunciado que cerca de 30.000 de seus homens haviam deixado a região. Há relatos de que muitos soldados de Moscou fugiram.
Bandeira da Ucrânia retorna à Kherson
VÍDEO: Tropas russas abandonam morteiros ao saírem de Kherson, na Ucrânia
‘HUMILHAÇÃO DE PUTIN’: O que a retirada das tropas russas de Kherson significa para a guerra na Ucrânia
“Parece que os ucranianos acabaram de obter uma vitória extraordinária: a única capital regional que a Rússia conquistou nesta guerra está agora de volta sob a bandeira ucraniana, o que é notável”, declarou Sullivan.
“Hoje é um dia histórico. Estamos retomando o sul do país, estamos retomando Kherson”, afirmou Zelensky, em seu discurso na noite de sexta-feira.
O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmitro Kuleba, afirmou neste sábado (12), no entanto, que “a guerra continua”. “Mas a guerra continua. Entendo que todos querem que essa guerra termine o mais rápido possível. Definitivamente, somos nós que queremos isso mais do que ninguém”, disse.

Fonte: G1 Mundo