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Federação de discotecas de Barcelona pede à Justiça para fazer parte de acusação contra Daniel Alves

Grupo apresentou recurso à juíza responsável pelo caso e pode participar de julgamento ao lado da Promotoria, caso a Justiça aceite a petição. Prisão de Daniel Alves: entenda como funciona a investigação na Espanha
Proprietários de discotecas e bares de Barcelona apresentaram à Justiça um pedido para que faça parte da acusação contra o jogador Daniel Alves por estupro. O caso enfureceu proprietários de discotecas da cidade, que vêm adotando protocolos para evitar situações do tipo.
Alves foi preso preventivamente na sexta-feira (24) após se contradizer em depoimento à polícia sobre o caso. Ele é acusado por uma jovem de 23 anos de tê-la estuprado no banheiro de uma boate da capital catalã.
O caso enfureceu também outros proprietários de bares e boates de Barcelona, que, segundo Boadas, têm investido muitos recursos financeiros e humanos para coibir qualquer tipo de abuso ou agressão sexual dentro dos estabelecimentos.
Por isso, a classe quis fazer parte do processo contra Daniel Alves. Caso a juíza aceite o pedido da Fecasarm, o grupo integrará a acusação formal a Alves ao lado do Ministério Público. Foi a Promotoria quem pediu a prisão preventiva sem fiança do brasileiro, pedido acatado pela Justiça.
Os proprietários da boate onde ocorreu o suposto crime estão “devastados”, segundo contou ao g1 o presidente da Federação Catalã de Associações de Atividades Musicais e de Restauração (Fecasarm, na sigla em catalão), Joaquim Boadas, que apresentou o pedido formal à Justiça.
“Estamos todos preocupados. Não esperavam que pudesse acontecer algo tão grave assim dentro do local”, contou.
Ainda segundo Boadas, os proprietários da Sutton continuam colaborando com a Justiça, com imagens, depoimentos e facilitação de testemunhas.

Fonte: G1 Mundo

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Cidade chinesa atinge -53°C e registra menor temperatura da sua história


Mohe, no norte do país asiático, nao passava por frio tão brutal desde 1969. Repórter quebra ovo e ele congela em segundos, na China
A cidade de Mohe, no extremo norte da China, atingiu sua temperatura mais baixa já registrada, informou a mídia estatal chinesa nesta terça-feira (24).
De acordo com a emissora estatal CCTV, Mohe, que faz fronteira com a Rússia ao norte, registrou uma temperatura de cerca de -53°C por volta das 7h no horário local do último domingo.
A temperatura passou o antigo recorde de -52,3°C registrado em 1969.
Guarda de trânsito acena para carro atravessar cruzamento durante pico de frio na cidade de Mohe, na China
CCTV/Reprodução via REUTERS
Um correspondente local da CCTV demonstrou o quão frio estava em Mohe quebrando um ovo do lado de fora em uma pá e mostrando-o congelado em segundos na câmera.
Segundo a mídia estatal, essa não é a temperatura mais baixa da história da China. Genhe, também no norte, chegou a -58°C em 2009.

Fonte: G1 Mundo

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Terremoto no Nepal deixa um morto, e tremores chegam a Nova Deli

Tremor, de magnitude 5,6 também deixou feridos e mais de 20 casas danificadas. Região é alvo frequente de terremotos. Em 2015, um deles matou 9.000 pessoas. Um terremoto de magnitude 5,6 que atingiu o Nepal nesta terça-feira (24) deixou uma pessoa morta e mais de 20 casas danificadas. Bombeiros ainda buscam por desaparecidos.
Os tremores foram sentidos até na capital da Índia, Nova Déli, a 600 quilômetros do epicentro.
O terremoto ocorreu na região do Bajura, no oeste do país, para onde equipes militares e policiais foram levados às pressas, segundo afirmou uma autoridade distrital à agência de notícias Reuters.
Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, que registra tremores no mundo inteiro, disse que o terremoto ocorreu a uma profundidade de 25 quilômetros, cerca de 63 quilômetros a noroeste do distrito de Jumla, no Nepal, a mais de 300 quilômetros da capital Katmandu.
“Foi um grande tremor. Havia pessoas reunidas nas ruas. Houve terror por algum tempo”, disse Nain Rawal, um funcionário do distrito de Bajura.
Uma mulher morreu na aldeia de Gaumul, segundo o policial local Deb Bahadur Rokaya, enquanto tentava coletar forragem para animais no alto de uma colina.
As casas que foram destruídas ou desenvolveram rachaduras nas aldeias eram em sua maioria feitas de lama e pedra, disse Pushkar Khadka, outro funcionário do distrito, acrescentando que mais detalhes das equipes de resgate são aguardados.
O Centro Sismológico Europeu-Mediterrâneo disse anteriormente que a magnitude do terremoto foi de 5,4.
Usuários de redes sociais na Índia disseram ter sentido fortes tremores que abalaram ventiladores de teto e outras luminárias.
O Nepal é constantemente atingido por terremotos. Em 2015, um grande tremor de magnitude 7,8 matou quase 9.000 pessoas.

Fonte: G1 Mundo

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Vídeo mostra homem desarmando atirador na Califórnia: ‘Foi um instinto primitivo’


Massacre deixou 11 pessoas mortas e 9 feridas em um salão de danças em Monterey Park. Câmeras de segurança mostram quando o suspeito tentava entrar em um segundo local. Homem desarma atirador suspeito de matar 11 pessoas em Monterey Park
Imagens de uma câmera de segurança mostram quando um jovem desarma o suspeito de ter matado 11 pessoas em um salão de dança na Califórnia no sábado (21). Essa briga, mostrada no vídeo, aconteceu quando o atirador tentava entrar em um segundo salão.
Autoridades dizem que Huu Can Tran foi o responsável por matar 11 pessoas e deixar 9 feridos
Massacre aconteceu no salão de danças Star Ballroom, em Monterey Park
Depois, o atirador foi ao Lai Lai Ballroom, uma outra boate na cidade vizinha de Alhambra
Brandon Tsay, que trabalhava na entrada do salão, conseguiu tirar a arma dele
Briga de 4 minutos ficou registrada pelas câmeras de segurança e vídeo foi obtido pelo canal americano NBC
Acredita-se que o jovem tenha prevenido mais mortes ao impedir que o atirador entrasse nesse segundo local
Cerca de 12 horas depois, policiais abordaram uma van branca e ouviram um tiro de dentro do veículo; lá encontraram o atirador morto
O ataque aconteceu durante as celebrações do Ano Novo Lunar Chinês, feriado popular na região predominantemente asiático-americana ao leste de Los Angeles.
A família de Tsay é a responsável pela operação do Lai Lai Ballroom.
“Naquele momento, foi um instinto primitivo”, disse Tsay em uma entrevista. “Algo aconteceu… não sei o que deu em mim.”
“Ele não parecia estar aqui por nenhum dinheiro. Ele não estava aqui para nos roubar. Quando ele estava olhando ao redor da sala, parecia que ele estava procurando alvos, pessoas para machucar”, disse o jovem de 26 anos, que disse não reconhecer Tran.
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Salão de danças Star Ballroom foi alvo de um tiroteio em massa durante as celebrações do Ano Novo Lunar Chinês em Monterey Park, Califórnia, EUA
REUTERS/David Swanson
O suspeito de 72 anos costumava frequentar o Star Ballroom dando aulas informais, e conheceu lá sua ex-mulher, segundo amigos e reportagens da imprensa.
Adam Hood, que disse ser inquilino há anos em um imóvel de propriedade de Tran e que falava com ele com frequência, disse que Tran era uma pessoa raivosa, agressiva e desconfiada, que não tinha muitos amigos, mas gostava de dança de salão, sua principal atividade social.
O motivo do ataque permanece desconhecido, mas o prefeito de Monterey Park, Henry Lo, disse à imprensa que o atirador tinha como alvo a ex-esposa.
Dez pessoas morreram no local e outras 10 ficaram feridas. Uma das vítimas hospitalizadas não resistiu aos ferimentos e morreu na segunda-feira (23), disse o chefe de polícia de Monterey Park, Scott Wiese, subindo o número de mortos para 11.
Em um outro ataque aparentemente não relacionado, também na Califórnia, sete pessoas foram mortas e outras ficaram feridas em um tiroteio na cidade de Half Moon Bay.
Pessoas se reúnem para uma vigília após massacre em Monterey Park, na Califórnia
REUTERS/David Swanson

Fonte: G1 Mundo

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Como visita de Lula a Buenos Aires pode ajudar presidente da Argentina em ano eleitoral


Segundo analistas, Alberto Fernández enfrenta dificuldades às vésperas da eleição e proximidade com Lula pode impulsionar sua imagem. Lula foi eleito em outubro do ano passado e Fernández deve tentar reeleição neste ano.
Reuters via BBC
Em um auditório lotado de empresários, políticos e jornalistas brasileiros e argentinos, em Buenos Aires, na segunda-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) toma o presidente Alberto Fernández pelo braço e dá o comando.
“Stuckinha (apelido do fotógrafo presidencial Ricardo Stuckert)! Bate a foto aqui! Nós não estamos em campanha”, tentou alertar Lula antes de posar para uma foto de braços dados com Fernández.
Lula, de fato, não está em campanha. Assumiu o governo no início do ano após uma das eleições mais disputadas do país, em que venceu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Fernández, por outro lado, poderá estar em franca corrida presidencial já nos próximos meses.
A Argentina terá eleições presidenciais em outubro deste ano e Fernández, em seu primeiro mandato, deverá tentar a reeleição. Mas se Lula ainda vive o que se convencionou chamar de “lua de mel” do início de governo, Fernández vive um momento distinto.
De acordo com pesquisa do instituto Management & Fit mencionada pelo jornal Clarín, o maior da Argentina, 68% da população desaprovava a gestão de Fernández em maio do ano passado. Em 2021, a coalizão de oposição conquistou a maioria dos assentos no Parlamento argentino.
É em meio a esse cenário adverso para Fernández que especialistas ouvidos pela BBC News Brasil afirmam que a visita de Lula pode ser vista como uma tentativa de “turbinar” a popularidade do presidente argentino com vistas às eleições de outubro.
Inflação, desgaste e adversários
Fernández é um político peronista (principal força política de centro-esquerda na Argentina) que se elegeu em 2019 vencendo o ex-presidente Maurício Macri, principal líder da centro-direita no país.
Fernández é um dos principais nomes do peronismo, corrente político-ideológica fundada pelo ex-presidente argentino Juan Domingo Perón.
No início dos anos 2000, ele se aproximou do casal Néstor e Cristina Kirchner e foi chefe de gabinete dos dois quando ocuparam a presidência do país. Em 2008, ele se afastou de Cristina para se reaproximar nas eleições de 2019 e vencer Macri.
Atualmente, Fernández e Cristina Kirchner têm uma relação estremecida em meio a disputas internas dentro do peronismo.
Fernández foi eleito prometendo reverter medidas liberais adotadas pelo governo Macri, diminuir a taxa de desemprego e controlar a inflação.
Quase quatro anos depois, porém, o país ainda vive uma crise econômica, dificuldades em obter divisas para financiar suas exportações e uma taxa de inflação que está entre as maiores da região.
Dados do governo argentino mostram que, entre janeiro e novembro de 2022, a inflação oficial no país foi de 92%. Internamente, a vulnerabilidade do Peso Argentino faz com que seja normal, pelas ruas de Buenos Aires, fazer compras em outras moedas como o dólar ou mesmo o real.
Para se viabilizar eleitoralmente, Fernández terá que enfrentar a disputa interna com Cristina Kirchner e superar os candidatos da centro-direita e da direita mais radical do país, com nomes que vão da opositora Patricia Bullrich, presidente do Partido Proposta Republicana, ao deputado e economista liberal Javier Miley.
“Fernández provavelmente enfrentará grandes dificuldades para se reeleger, pois o contexto é marcado por obstáculos políticos e econômicos. Politicamente, cabe lembrar as fricções e os desentendimentos sobre a condução da política econômica entre ele e a vice-presidente, Cristina Kirchner […] Do ponto de vista econômico, a Argentina enfrenta sérias dificuldades”, explicou a professora de Relações Internacionais e pesquisadora Lívia Milani.
Para o professor de Relações Internacionais da PUC de São Paulo, Arthur Murta, a passagem de Lula pela Argentina pode “potencializar” o grupo político de Fernández em um ano eleitoral.
“O fato de Lula escolher a Argentina como a primeira viagem internacional do seu mandato sinaliza um prestígio para a opinião pública dos nossos vizinhos e isso pode, em alguma medida, impulsionar a coalizão de Fernández”, disse o professor.
Anúncios em série
Diante dessas dificuldades e com as eleições se aproximando, o governo argentino aproveitou a visita de Lula a Buenos Aires para fazer uma série de anúncios na área econômica antes mesmo da chegada da comitiva brasileira ao país.
Entre eles estavam a possível liberação de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção de um trecho do gasoduto que poderá ligar a bacia de Vaca Muerta ao Brasil. O financiamento seria de pelo menos R$ 3 bilhões e marcaria a volta do banco aos empréstimos para obras no exterior.
Em outra frente, autoridades argentinas chegaram a anunciar que os dois países estariam trabalhando na criação de uma moeda comum para transações comerciais bilaterais, driblando, assim, a necessidade da Argentina de obter dólares para financiar suas importações.
No Brasil, a notícia gerou controvérsia em meio aos rumores de que o projeto poderia unificar o real e o peso argentino, ideia que foi rechaçada pelo ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad.
Para Arthur Murta, as dificuldades eleitorais de Fernández ajudam a explicar a série de anúncios na área econômica feitos pelo governo argentino nos últimos dias.
“Para a Argentina, ter o apoio do BNDES em projetos de desenvolvimento e a criação de um grupo de trabalho econômico-comercial conjunto, é um ganho enorme, principalmente em ano eleitoral e em um cenário de poucas opções para resolução da crise argentina”, disse o professor.
“Financiamento via BNDES e a criação de uma moeda comum que possibilite as transações comerciais sem o uso de dólar são iniciativas que podem ter efeitos relevantes para a economia argentina, o que é essencial para um governo em ano eleitoral”, afirmou a professora Flávia Milani.
Lula mostra arte com símbolo das mães da Praça de Maio ao lado de Janja e Fernández.
Reuters via BBC
Lula cauteloso
Do lado brasileiro, apesar da foto e das declarações mútuas de apreço entre Lula a Fernández, o presidente brasileiro fez questão de manter pontes com Cristina Kirchner, que ainda é uma importante liderança do peronismo no país. Durante sua visita, havia a expectativa de que Lula pudesse ter uma reunião com a ex-presidente, o que ainda não ocorreu. Ele também não fez críticas públicas a Macri, antecessor de Fernández.
Lula também foi cauteloso ao ser questionado pela imprensa argentina durante uma entrevista coletiva. Indagado sobre sua avaliação do cenário político local, Lula evitou declarar seu apoio a candidatos, mas alertou sobre o suposto risco de uma vitória da extrema-direita.
“Eu não gosto de dar palpite sobre a política de outro país […] A única coisa que eu posso dizer é que quando Alberto Fernandez ganhou as eleições, eu fiquei muito feliz. Não sei se ele será candidato ou não […] A única coisa que eu espero é que a Argentina não permita que a extrema-direita ganhe as eleições aqui”, disse Lula.
A fala de Lula ocorreu após ele fazer críticas ao seu antecessor, Jair Bolsonaro, e Fernández comparar Bolsonaro a Mauricio Macri.
“Pelo Brasil passou Bolsonaro e pela Argentina passou Macri”, disse Fernández.
Lula, porém, não criticou Macri em seu primeiro dia de viagem à Argentina. Para o professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Oliver Stuenkel, Lula evitou críticas a Macri, considerado um integrante da direita moderada, e focou na extrema-direita por entender que uma vitória de um representante desse segmento político traria prejuízos à integração da América Latina.
“Acho que esse cenário da extrema-direita ganhando na Argentina preocupa (Lula) porque representaria um fechamento para pensar o futuro da cooperação na América Latina”, disse o professor.
“Mas se vencer alguém como (Horácio Rodriguez) Larreta, acho que isso não interessaria a Lula, mas não ao ponto de ele se indispor com a direita moderada argentina”, disse o professor, em referência ao prefeito de Buenos Aires.
Stuenkel pondera que essa aproximação de Fernández com um líder considerado popular como Lula normalmente é útil em anos eleitorais, mas tem efeito limitado.
“Com a campanha se aproximando, certamente é útil estar perto de pessoas conhecidas internacionalmente para passar uma imagem de estadista. Ao mesmo tempo, o impacto disso não pode ser superestimado. Basta olhar para o caso do Brexit. Barack Obama foi ao Reino Unido falar contra o Brexit e isso teve pouco impacto”, disse o professor.
– Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-64384246

Fonte: G1 Mundo

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Lula participa de reunião de cúpula da Celac em Buenos Aires nesta terça

Evento faz parte da agenda do petista em Buenos Aires, na Argentina. Brasil deixou bloco em 2020, mas retornou este ano. Grupo é composto por países da região latino-americana e caribenha. Lula participa da reunião da cúpula da Celac, em Buenos Aires, nesta terça-feira (24)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa nesta terça-feira (24) da 7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Buenos Aires, na Argentina.
A Celac é um grupo composto por 33 países da região latino-americana e caribenha criado oficialmente em 2010.
O bloco busca a integração latino-americana e caribenha, além da coordenação política, econômica e social dos países. Entre as pautas estão temas como agricultura familiar, energia e meio ambiente.
O Brasil foi um dos responsáveis pela criação do grupo. No entanto, em 2020, durante o governo de Jair Bolsonaro, o país deixou a Celac (veja mais abaixo).
A participação na 7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos marca o retorno do país ao grupo e é um dos compromissos da primeira viagem internacional de Lula desde que voltou à presidência (veja mais abaixo).
Em uma rede social, o presidente afirmou que pretende “retomar laços” e que “o Brasil está voltando ao cenário internacional e atuará pelo fortalecimento do Mercosul”.
Celac: entenda o que é o bloco de países que o Brasil pode voltar a integrar
Brasil e a Celac
A Celac foi estabelecida formalmente em fevereiro de 2010, em Cancún, no México. No entanto, dois anos antes, Lula, que na época ocupava a presidência, convocou a I Cúpula de Países da América Latina e Caribe (CALC).
O evento aconteceu em Costa do Sauípe, na Bahia, e foi o primeiro grande encontro com governos latino-americanos e caribenhos sem a participação dos Estados Unidos ou Europa.
Em 2020, o então presidente Jair Bolsonaro decidiu retirar o Brasil do grupo, por divergências políticas e ideológicas com Cuba e Venezuela.
A participação de Lula na cúpula nesta terça (24) marca o retorno do Brasil ao grupo. No início do mês, o Ministério das Relações Exteriores divulgou nota em que disse que informou, por todos os meios diplomáticos, a reincorporação do país em todas as instâncias da Celac.
Outras agendas
Lula desembarcou na Argentina neste domingo (22) e nesta segunda (23) se reuniu com o presidente e empresários do país.
Em seus discursos, o presidente brasileiro buscou reforçar a relação entre Brasil e Argentina.
Entre outros pontos, Lula:
afirmou que ele e empresários brasileiros estão interessados na conclusão da rede de tubulação para transporte de gás natural argentino;
disse que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltará a financiar projetos de desenvolvimento e engenharia em países vizinhos, e
pediu desculpas ao colega Alberto Fernández por ‘grosserias’ de Bolsonaro.
Lula diz que BNDES vai voltar a financiar projetos em países vizinhos
A previsão é que nesta terça (24), o presidente também participe de um encontro com o Presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel e se reúna com a Primeira-Ministra de Barbados, Mia Mottley.
Na próxima quarta-feira (25), Lula segue em viagem oficial para o Uruguai, onde se encontrará com o chefe do Executivo no país, Luis Alberto Lacalle Pou, receberá um prêmio pela sua atuação em defesa do Meio Ambiente, entregue pela Intendência da cidade, e encontrará o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica.

Fonte: G1 Mundo

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VÍDEO: Frades franciscanos brincam na neve em Assis, na Itália


Uma forte nevasca atingiu a região dos Apeninos no final de semana, criando belas paisagens. Pelas imagens, é possível ver o pátio da Basílica de São Francisco todo coberto de neve. Frades franciscanos brincam na neve em Assis, na Itália
Frades franciscanos se envolveram em uma divertida guerra de bolas de neve na segunda-feira (23) depois que uma nevasca cobriu o pátio da Basílica de São Francisco, em Assis, na Itália.
“Queridos irmãos e irmãs, vejam, a irmã Neve chegou, aqui em Assis, e ela torna esta cidade muito bonita. E ela é perfeita para bolas de neve!”, disse o irmão Rafael Normando para a câmera antes de jogar uma bola de neve nos outros frades.
Assis é conhecida pela beleza de sua basílica, um local de peregrinação não só para os fiéis, como também para artistas e estudantes de história da arte pela série de afrescos de Giotto e outros mestres, como Cimabue, Simone Martini e Pietro Lorenzetti.
Uma forte nevasca atingiu a região dos Apeninos no final de semana, criando paisagens pitorescas, mas também causando transtornos à população, com estradas bloqueadas e escolas fechadas.
Basílica de São Francisco fica coberta de neve durante uma forte nevasca em Assis, Itália, em 23 de janeiro de 2023
Sacro Convento Assisi/Divulgação via Reuters
Um frade joga uma bola de neve durante uma forte nevasca em Assis, Itália, em 23 de janeiro de 2023
Sacro Convento Assisi/Divulgação via Reuters
Um frade joga uma bola de neve durante uma forte nevasca em Assis, Itália, em 23 de janeiro de 2023
Sacro Convento Assisi/Divulgação via Reuters

Fonte: G1 Mundo

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‘Holocausto esquecido’: ciganos lutam pela memória de vítimas do nazismo


Os nazistas mataram mais de 11 milhões de pessoas durante o Holocausto, incluindo seis milhões de judeus. Grupo de nômades marginalizado, os ciganos também sofreram muito durante a guerra. Quase um quarto de sua população foi exterminada na Europa e, mesmo décadas depois, muitos não sabem desse passado de sofrimento. Hinta Gheorghe ao lado da esposa, Agripina Hirta; ele diz que gerações de ciganos sofreram ódio e discriminação
DELFIN LAKATOSZ/via BBC
“Por que eles queriam nos matar? Por que nos mataram?”, indaga Hinta Gheorghe, cigano e sobrevivente do Holocausto de 83 anos.
Aos dois anos de idade, durante a Segunda Guerra Mundial, ele foi levado para um campo de concentração na Transnístria, uma área entre os rios Dniester e Bug. O campo foi administrado pelo Reino da Romênia entre 1941 e 1944.
“Não tenho muitas lembranças da viagem em si, mas ela deixou marcas em toda a minha existência”, disse Gheorghe à BBC por meio de sua sobrinha-neta Izabela Tiberiade.
Aproximadamente 11 milhões de pessoas foram mortas por causa da política genocida nazista, e 5 milhões dos assassinados não eram judeus.
Historiadores estimam que 250 mil a 500 mil ciganos foram assassinados durante o Holocausto — mas essas vítimas permanecem em grande parte esquecidas.
Os nazistas acreditavam que os alemães eram arianos, uma “raça superior”. Algumas pessoas eram consideradas indesejáveis pelos padrões nazistas por suas origens genéticas, culturais ou por condições de saúde. Entre os grupos assim considerados estavam judeus, ciganos, poloneses e outros eslavos, além de pessoas com deficiências físicas ou mentais.
As vítimas incluíam ainda Testemunhas de Jeová, homossexuais, clérigos dissidentes, comunistas, socialistas, “associais” (um termo usado pelos nazistas para categorizar pessoas que não se conformavam com suas normas sociais) e inimigos políticos.
Campos de extermínio
Izabela Tiberiade diz que seu tio-avô é muito traumatizado para relatar todas as histórias horríveis que ele escutou
DELFIN LAKATOSZ
“Minha mãe perdeu filhos durante a viagem em veículos usados para transportar gado. Acho que parte dela ficou para sempre ali, mesmo depois de longos anos”, conta Gheorghe.
“Nós entendemos o que estava acontecendo no campo antes mesmo de chegarmos lá. Muitos morreram no caminho.”
O “Escritório Central de Combate ao Problema Cigano”, em Munique, foi criado em junho de 1936 pelos nazistas. O órgão foi encarregado de “avaliar os resultados de pesquisas raciais-biológicas” sobre os ciganos.
Em 1938, ciganos dos grupos Sinti e Roma passaram a ser enviados para campos de concentração.
Fotos da prisioneira cigana Antonina Donga, levada a campo de concentração Auschwitz-Birkenau
GETTY IMAGES/via BBC
Como os judeus, os ciganos foram privados de seus direitos civis. As crianças foram banidas das escolas públicas e os adultos tiveram cada vez mais dificuldade de garantir um emprego.
Os ciganos que haviam se estabelecido na Alemanha foram perseguidos por séculos. O regime nazista continuou a perseguição, vendo essas pessoas como antissociais e racialmente inferiores aos alemães.
“Ninguém se importava conosco, mas, ao mesmo tempo, eles nos odiavam muito”, lembra Gheorghe.
Campo cigano em Auschwitz
Em 1943, uma grande área do campo Auschwitz-Birkenau foi designada para os ciganos.
O número de detidos é estimado em cerca de 23 mil. Muitos se tornaram vítimas de experimentos médicos; outros morreram de exaustão ou foram mortos nas câmaras de gás.
Flores em homenagem aos ciganos no campo de Buchenwald
GETTY IMAGES/via BBC
O campo foi dissolvido em agosto de 1944. Muitos de seus prisioneiros foram assassinados ou transferidos para outros campos. Ao fim, pelo menos 21 mil homens, mulheres e crianças foram mortos.
Quando Hinta Gheorghe e os sobreviventes de sua família retornaram do campo de extermínio após três terríveis anos, eles descobriram que suas casas na Romênia tinham sido destruídas ou tomadas por outra pessoa.
“Eles nos desumanizaram e o pior é que ainda nos privam da nossa história. Muitas crianças hoje em dia não fazem ideia do que aconteceu, mas escutam cantigas sobre o que ocorreu das avós, que choram enquanto cantam.”
“Nossas canções carregam o sofrimento, as condições insuportáveis e devastadoras dos campos. Sujeira, fome, frio, abrigos inadequados […], superlotação levando a doenças lentas e dolorosas”.
Preconceitos arraigados
Barbara Warnock, curadora sênior da Biblioteca do Holocausto de Wiener, localizada em Londres, diz que a exclusão social e a discriminação legalizada na sociedade alemã tornaram muito mais fácil para os nazistas atingirem a comunidade cigana.
Foto de um cigano (possivelmente Jozef Kwiek) usando uma braçadeira; a imagem data de 1940 e foi tirada no campo de trabalho de Belzec
WIENER HOLOCAUST LIBRARY COLLECTIONS/via BBC
“No começo, houve uma espécie de continuação de medidas e atitudes preconceituosas já existentes. Os nazistas se basearam na legislação vigente. Os ciganos eram um grupo bastante marginalizado na Alemanha”, diz ela.
Warnock também aponta para a falta de registros oficiais sobre os ciganos durante a Segunda Guerra Mundial.
“Há muita incerteza sobre os números. Alguns foram mortos em campos de extermínio, muitos morreram em tiroteios em massa, principalmente em territórios soviéticos. O exército alemão foi acompanhado por Einsatzgruppen (esquadrões da morte paramilitares da Alemanha nazista) e colaboradores locais estiveram envolvidos no tiroteios em massa”.
Imediatamente após a guerra, muitos nazistas importantes foram capturados e julgados por tribunais militares e pelo tribunal de Nuremberg. Nesses casos, ninguém foi acusado de matar um cigano.
Os nazistas frequentemente afirmavam que “os ciganos que prenderam eram criminosos”.
Medos renovados
Para Gheorghe, a discriminação que ele e sua comunidade vêm enfrentando na Alemanha não se limitou ao regime nazista.
A nova geração de ciganos, incluindo jovens como Izabela Tiberiade, está empenhada em manter vivas as memórias do Holocausto para mudar a narrativa sobre sua comunidade
DELFIN LAKATOSZ/via BBC
Após a queda do comunismo soviético, Gheorghe trocou a Romênia pela Alemanha.
Mas poucos meses depois de chegar, ele testemunhou um brutal ataque xenófobo em 1992, conhecido como ataque de Rostock-Lichtenhagen, ocorrido em agosto daquele ano.
Foi o pior ato de violência da extrema-direita na Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial. Os extremistas atacaram os migrantes atirando pedras e coquetéis molotov em um prédio onde viviam solicitantes de asilo.
“É tão triste que o sucessor do povo que trouxe tanto sofrimento carregue o mesmo legado. Nossos filhos merecem mais do que ódio e raiva”, diz Hinta Gheorghe.
Nova geração
Os descendentes das vítimas esquecidas do Holocausto também aumentaram o interesse pelos sofrimentos de seus ancestrais.
Izabela Tiberiade diz que achava que o racismo contra os ciganos era coisa do passado — até que ela mesma foi vítima do ódio
DELFIN LAKATOSZ/via BBC
A sobrinha-neta de Hinta Gheorghe, Izabela Tiberiade, ainda não havia nascido quando sua família enfrentou novos ataques inspirados na ideologia neonazista.
Na escola, ela estudou sobre a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto, mas o sofrimento dos ciganos foi omitido, diz ela. Foi apenas em casa, na Romênia, que ela se debruçou sobre o assunto. Determinada a buscar justiça, ela decidiu estudar direito internacional e direitos humanos.
“Eles costumavam contar histórias que nossas novas gerações não podiam compreender”, diz Tiberiade sobre gerações as mais velhas.
“Descobri que meus avós, tios e muitos outros compartilharam a mesma experiência. Eles foram deportados para campos de extermínio apenas porque eram ciganos.”
“As novas gerações não têm acesso à informação, falta representatividade e os jovens raramente se ligam ao seu passado e às raízes. Alguns até consideram que ser cigano é algo muito errado.”
Izabela Tiberiade acredita que se mais pessoas fossem informadas sobre as vítimas esquecidas do Holocausto, haveria mais empatia com os ciganos
DELFIN LAKATOSZ/via BBC
Izabela Tiberiade trabalha para a organização juvenil cigana Dikh he na bsiter (“Olhe e não esqueça”), que visa disseminar o que aconteceu à comunidade cigana durante o Holocausto.
Tiberiade quer que os jovens ciganos, assim como outros, aprendam mais sobre o Holocausto, o que “ela espera que faça com que outras pessoas vejam sua comunidade com muito mais empatia”.
Há também esforços internacionais.
Em 2015, um relatório das Nações Unidas pediu um compromisso político forte e tangível para combater a discriminação que continua a levar a violações dos direitos do povo rom.
O Parlamento Europeu também aprovou, em 2015, a criação do Dia em Memória do Holocausto Rom. A data ocorre todo 2 de agosto. Os ciganos também são lembrados ao lado de outras vítimas durante o Dia Memorial do Holocausto.
“Não podemos mudar muito da noite para o dia. Demanda tempo, determinação e muito esforço. Precisamos de aceitação e tolerância”, diz Tiberiade.
“Precisamos celebrar nossa cultura, história e idioma juntos. Precisamos parar de falar sobre os outros, mas sim conversar uns com os outros.”
O tio-avô de Tiberiade, sobrevivente do Holocausto, Hinta Gheorghe, agora vive em Craiova, na Romênia. Ele tem um desejo para sua comunidade:
“Quero que todos os jovens ciganos frequentem a escola, aprendam e realizem tudo o que nunca pudemos.”
Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-64381258

Fonte: G1 Mundo

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‘Alugo meu útero’: como negócio das barrigas de aluguel cresce na Colômbia


Muitas mulheres jovens do país estão alugando seu ventre para sobreviver, mas a prática, que está se tornando cada vez mais popular, ainda não tem regulamentação oficial, o que as coloca em risco. Algumas mulheres dizem que ficam felizes em ajudar casais a se tornarem pais, outras são motivadas pelo dinheiro
GETTY IMAGES/via BBC
Encontrar uma barriga de aluguel na Colômbia é um processo simples.
Trata-se de uma prática relativamente comum no país — com muitas mulheres jovens recorrendo a esse tipo de gestação para sobreviver.
“Sou de Bogotá, alugo meu ventre”, diz um anúncio em um grupo público do Facebook de uma jovem colombiana — e sua mensagem não é incomum.
Mery — uma venezuelana de 22 anos que agora mora na Colômbia — é uma das milhares de mulheres que oferecem seu útero para futuros pais em toda a América do Sul há meses.
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Como a maioria das mulheres que anunciam nas plataformas, seu motivo é principalmente financeiro.
“Comecei quando me separei do meu marido. Ficamos juntos por quase cinco anos e temos dois filhos. Então, estou fazendo isso para ajudar um casal a conceber, mas mais para me ajudar a pagar as contas.”
Mery ouviu pela primeira vez sobre a barriga de aluguel em um podcast, mas não pensou muito nisso até que sua situação financeira mudou.
Em meio ao aumento do custo de vida e com medo de não conseguir mais pagar as contas, ela passou a cogitar a possibilidade de alugar seu ventre.
Algumas mulheres cobram o equivalente a R$ 60 mil e outras, um terço disso, cerca de R$ 20 mil.
Mery não sabia quanto deveria cobrar. Ela viu anúncios que variavam entre R$ 40 mil e R$ 200 mil, então finalmente decidiu alugar sua barriga por R$ 50 mil a R$ 60 mil.
“Esse dinheiro me ajudaria a criar meus filhos, agora que estou sozinha”, conta.
‘Estou fazendo isso para ajudar um casal a conceber, mas mais para me ajudar economicamente’, diz Mery, de 22 anos, que está alugando seu ventre em anúncios on-line
MERY/via BBC
Sem regulamentação
Lucía Franco, uma jornalista colombiana que vem pesquisando a fundo esse mercado, diz ter ficado chocada ao descobrir como é fácil encontrar indivíduos alugando ou buscando uma barriga de aluguel no país.
“Não sabia que funcionava tão abertamente. Foi muito chocante encontrar tantos anúncios em redes sociais como o Facebook. São mulheres muito pobres, que alugam seus úteros porque essa é a única maneira para elas de se sustentar. E por valores bem baixos”, diz.
A barriga de aluguel, termo popular para a “maternidade por substituição” ou “gestação de substituição”, é uma prática legalizada na Colômbia, embora não seja regulamentada.
No Brasil, ela é permitida, desde que não haja pagamento pela gestação ou oferecimento de qualquer vínculo comercial.
Caso envolva dinheiro, a barriga de aluguel é considerada criminosa — o argumento é de que, constitucionalmente, é proibido no país trocar órgãos ou tecidos por dinheiro.
A prática pode culminar em penas de três a oito anos de prisão, além de multa. As punições são aplicáveis aos pais ou à mulher que gerou a criança.
Apesar disso, uma reportagem publicada pela BBC News Brasil em 2018 revelou que diversas mulheres brasileiras também se oferecem como barriga de aluguel em páginas e grupos de redes sociais.
No ano passado, o Conselho Federal de Medicina (CFM) flexibilizou algumas das regras, não sendo mais obrigatório, por exemplo, que a barriga solidária tenha grau de parentesco com o casal ou com a mulher que pretende ser mãe.
Outras normas não foram alteradas: a mulher que cede o útero continua não podendo ser a doadora dos óvulos ou de embriões, entre outras.
Muitas jovens colombianas oferecem serviços de barriga de aluguel online
GETTY IMAGES/via BBC
‘Vazio legal’
Em nota enviada à BBC, o Ministério da Saúde e Proteção Social da Colômbia admite haver um vazio legal.
“O governo está atualmente trabalhando em um projeto de lei para controlar as barrigas de aluguel uterinas”, informou o órgão.
A pasta reconhece que as próprias clínicas de fertilidade acabam ditando as regras devido à ausência de um arcabouço regulatório.
Não há, por exemplo, registros oficiais do número de barrigas de aluguel ou de quantas vezes o procedimento foi realizado.
Franco diz que essa falta de regulamentação põe em risco tanto a mãe quanto o bebê — deixando as mulheres que oferecem barrigas de aluguel vulneráveis a abusos dos direitos humanos.
Em declarações ao jornal El País, o ex-deputado Santiago Valencia disse que as barrigas de aluguel são muitas vezes maltratadas e trancadas em apartamentos alugados pelas agências para controlá-las durante toda a gravidez.
A BBC entrou em contato com clínicas envolvidas na prática, mas não recebeu resposta de nenhuma delas.
Proibida em muitos países europeus, a barriga de aluguel acaba movimentando um mercado de agências e clínicas na Colômbia; os principais clientes são estrangeiros muitas vezes interessados em alugar um ventre com a menor burocracia possível.
Algumas pessoas que buscam barrigas de aluguel também estão postando anúncios online. Este diz: “Estou procurando barriga para alugar, já temos os embriões prontos para a transferência na Colômbia, envie-me um direct.”
Facebook/via BBC
Opções de barriga de aluguel
Existem duas opções de barriga de aluguel na Colômbia. A mulher pode não ter relação genética com o embrião — carrega apenas o óvulo fertilizado — ou pode doar o próprio óvulo e gestar o embrião por meio de inseminação artificial.
Quando uma mãe de aluguel dá à luz na Colômbia, seu nome deve constar na certidão de nascimento.
No entanto, subornos são comuns. Clínicas e médicos acabam recebendo dinheiro para registrar os nomes dos pais que pagaram pelo procedimento.
Dessa forma, o nome da mãe biológica não aparece na certidão de nascimento ou em qualquer registro.
Questionado sobre as supostas lacunas burocráticas nos registros das certidões de nascimento, o Ministério da Saúde e da Proteção Social admitiu tratar-se de uma preocupação grande do governo.
“Os dados que vão para a certidão de nascimento devem corresponder à pessoa que concluiu a gravidez e deu à luz, em coerência com o regulamento dos cuidados materno perinatal.”
Mery também está pensando em subornar a equipe médica. Isso torna o processo mais barato, fácil e rápido para o casal que decide alugar o ventre e levar o recém-nascido de volta para o seu país natal, pois não precisa passar pelo processo normal de adoção, aumentando, portanto, suas chances de encontrar clientes.
Ela não se importa de onde são os pais, mas quer oferecer seus serviços de barriga de aluguel a um casal e “ajudar alguém que realmente quer e lutou por isso”.
Em muitos países, a barriga de aluguel é uma prática regulamentada, como no Brasil
GETTY IMAGES/via BBC
Marketing
Encontrar ofertas não é difícil; há muitas opções, com cada grupo do Facebook apresentando uma região ou solicitação específica.
“Alugo meu ventre. 22 anos. Sem filhos”. “Quero ajudar uma família a realizar seus sonhos, sou saudável, sem vícios”. “Clientes do Equador, por favor, enviem-me uma mensagem inbox… de preferência se puderem viajar para os EUA.”
Estes são alguns dos anúncios com os quais a reportagem da BBC se deparou online.
Algumas mulheres postam fotos de seus filhos para mostrar as características que os pais em potencial podem estar procurando: “Minha filha tem olhos azuis claros. Mais fotos disponíveis.”
Nos últimos anos, houve esforços para regulamentar esse setor. Membros do Congresso de diferentes partidos políticos, como o Centro Democrático, apresentaram um total de 16 projetos de lei ao Congresso para tornar a barriga de aluguel legal apenas quando não houver fins lucrativos — como no Brasil ou nos Estados Unidos. Nenhum dessas propostas avançou.
Em setembro de 2022, o Tribunal Constitucional da Colômbia determinou que o Congresso regulamentasse a barriga de aluguel, dando ao Congresso um prazo de seis meses para isso.
Até o momento, não houve progresso, embora um projeto de lei esteja em tramitação.
Mulheres estão cobrando até R$ 200 mil para alugar barriga na Colômbia
GETTY IMAGES/via BBC
O objetivo da lei “é definir os parâmetros que regulam a barriga de aluguel para gravidez, entre outros, o atendimento e o processo clínico, o tipo de acordo entre as partes, as relações filiais e a proteção da barriga de aluguel […]”.
Franco argumenta que regular esse setor problemático é o primeiro e principal passo para lidar com seu crescimento acelerado. Em sua visão, a regulamentação também protegerá as mulheres vulneráveis que estão sendo encorajadas a alugar seu ventre.
A prática não é restrita à Colômbia. Aqueles que buscam barrigas de aluguel em países onde a prática é ilegal enfrentam inúmeras barreiras, mas mesmo onde ela é legalizada, há desafios como levar o recém-nascido de volta para casa.
Na Colômbia, ofertas de barriga de aluguel se popularizaram na internet
GETTY IMAGES/via BBC
Na Colômbia, esse processo é mais fácil, pois existem poucos impedimentos legais, e os nomes dos futuros pais costumam constar nas certidões de nascimento.
A barriga de aluguel pode ser gratificante para mulheres que buscam ajudar pessoas incapazes de conceber seus próprios filhos. Muitas fazem isso para realização pessoal — e não visando dinheiro.
Daniela, do Chile, por exemplo, diz estar alugando seu ventre “para ajudar uma família a realizar o sonho de ser mãe. A maternidade é muito especial e eu quero fazer parte disso”.
Mas na Colômbia, Mery, assim como milhares de mulheres, a barriga de aluguel se tornou sinônimo de sobrevivência financeira.

Fonte: G1 Mundo

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Daniel Alves contrata advogado que defendeu Messi e família mais influente da Catalunha


Família quer mudar estratégia de defesa. Novo advogado, Cristóbal Martell, também defendeu ex-presidente da região espanhola da Catalunha, em um dos maiores escândalos de corrupção da Espanha. Entenda prisão preventiva de Daniel Alves por suposta agressão sexual na Espanha
Em busca de uma nova estratégia de defesa, o jogador brasileiro Daniel Alves, preso preventivamente na Espanha por uma acusação de estupro em Barcelona, contratou um dos advogados penalistas mais conhecidos do país europeu.
O advogado espanhol Cristóbal Martell passou a integrar nesta terça-feira (24) a defesa do jogador e tentará uma nova estratégia para conseguir um recurso permitindo que Alves responda pelo caso em liberdade.
Martell é conhecido por ter defendido casos famosos na Espanha, entre eles:
O do ex-presidente da Catalunha Jordi Pujol, patriarca da família mais influente da região espanhola que governou por mais de duas décadas, de 1980 a 2003. Pujol foi um dos principais nomes da transição da Espanha para a democracia, mas também é acusado de liderar um dos maiores esquemas de corrupção no país europeu, do qual sua mulher e filhos também são acusados de fazer parte. O processo, que pede pena de 29 anos para Pujol e 92 anos no total para sua família, ainda está em andamento na Audiência Nacional, a corte mais alta da Justiça espanhola;
O do jogador argentino Lionel Messi, que foi acusado por fraude fiscal quando jogava no Barcelona. Messi acabou condenado a 21 meses de prisão no caso, mas não cumpriu pena por uma brecha na lei espanhola, que permite liberdade a condenados a menos de dois anos de prisão sem antecedentes criminais;
Os ex-presidentes do Futebol Clube Barcelona, Sandro Rossel e Josep Bartomeu no caso que julgava uma denúncia do Ministério Público espanhol por irregularidades na contratação de Neymar para o clube. Martell conseguiu que ambos fossem inocentados após um acordo com a Promotoria envolvendo o pagamento de multas milionárias.
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ENTENDA: Como a Espanha enquadra crime pelo qual Alves é acusado e o que acontecerá com o processo
Nova lei
O jogador brasileiro Daniel Alves é acusado de agressão sexual contra jovem na casa noturna Sutton, em Barcelona, na Espanha.
Ulises Ruiz/AFP e TV Globo/Reprodução
Um dos grandes desafios de Martell será a nova lei contra a violência sexual aprovada na Espanha no fim do ano passado. Conhecida como “Solo sí es sí” (“Apenas sim quer dizer sim”), a nova medida é focada no consentimento explícito da vítima, o que, neste caso, não foi feita, segundo a acusação.
Alves alegou, em depoimento à Justiça que contradisse sua primeira versão, que teve relações sexuais consentidas com a suposta vítima, uma jovem de 23 anos. A jovem negou e, também à Justiça, alegou ter sido estuprada e agredida pelo jogador brasileiro.
Pela nova lei, ele poderia pegar até 12 anos de prisão, caso seja confirmado que houve penetração forçada.

Fonte: G1 Mundo