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Tatuagem foi motivo de contradição em depoimento de Daniel Alves, diz jornal

Jovem que afirma ter sido estuprada pelo jogador descreveu tatuagem de meia lua que ele tem em parte do abdômen próxima à cintura. Entenda prisão preventiva de Daniel Alves por suposta agressão sexual na Espanha
Uma tatuagem de meia lua motivou contradições no depoimento de Daniel Alves sobre a acusação de estupro que o jogador sofre, afirmou o periódico espanhol “El Mundo”. O brasileiro foi preso na semana passada por suspeita de estupro e agressão sexual contra uma jovem em uma boate de Barcelona, na Espanha.
Fontes do jornal relataram que, em seu depoimento perante a juíza, a vítima explicou que viu a tatuagem no abdômen de Alves quando o jogador tentou forçá-la a fazer sexo oral e ela resistiu. Questionado sobre a tatuagem pela juíza, Alves apresentou versões diferentes da história.
1ª versão: Alves reconheceu ter uma tatuagem de meia lua no abdômen e disse que foi a jovem que o atacou enquanto ele estava sentado no vaso sanitário.
Ao ouvir o depoimento do jogador, a juíza afirmou que, se o que Alves estava dizendo fosse verdade, a vítima nunca poderia ter visto a tatuagem, porque sua camisa estaria tampando o desenho. O jogador, então, se contradisse, apresentando outra versão dos fatos.
2ª versão: Alves declarou que se levantou quando a jovem entrou no banheiro, o que a permitiu ver a tatuagem, localizada em uma parte do abdômen próxima à cintura. Nesta versão, o jogador disse que a relação sexual entre os dois foram consentidas.

Fonte: G1 Mundo

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Na Argentina, Lula diz que BNDES voltará a financiar projetos em países vizinhos


Petista deu a declaração em Buenos Aires ao lado do presidente argentino Alberto Fernández. Lula se encontrou com Alberto Fernández nesta segunda (23)
Agustin Marcarian/Reuters
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (23) que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltará a financiar projetos de desenvolvimento e engenharia em países vizinhos.
Lula deu a declaração durante pronunciamento em Buenos Aires, na Argentina, ao lado do presidente argentino, Alberto Fernández. Os dois participaram de um encontro com empresários dos dois países.
“Eu vou dizer para vocês uma coisa. O BNDES vai voltar a financiar as relações comerciais do Brasil e vai voltar a financiar projetos de engenharia para ajudar empresas brasileiras no exterior e para ajudar que os países vizinhos possam crescer e até vender o resultado desse enriquecimento para um país como o Brasil. O Brasil não pode ficar distante. O Brasil não pode se apequenar”, disse Lula.
O petista afirmou que a ideia é que o Brasil seja um “protagonista” internacional no financiamento de grandes projetos.

Fonte: G1 Mundo

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Polônia diz que vai entregar tanques alemães à Ucrânia independentemente da posição de Berlim


Tanque de fabricação alemã combina poder de fogo, mobilidade e proteção e poderia ser determinante no conflito contra Rússia. Um tanque Leopard 2 é fotografado durante um evento de demonstração realizado para a mídia pela Bundeswehr alemã em Munster, perto de Hannover, Alemanha, quarta-feira, 28 de setembro de 2011
AP – Michael Sohn
O primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, disse nesta segunda-feira (23) que seu governo pedirá permissão à Alemanha para enviar tanques alemães Leopard à Ucrânia, mas que planeja enviá-los independentemente da resposta de Berlim.
“Vamos pedir tal acordo, mas isso é uma questão secundária”, disse Morawiecki a repórteres.
“Mesmo que não consigamos o acordo, daremos nossos tanques à Ucrânia como parte de uma pequena coalizão, mesmo que a Alemanha não faça parte dela”, acrescentou.
A Polônia, que se declara pronta para entregar 14 Leopards a Kiev, indica que está em conversações com cerca de 15 países sobre este assunto.
A Alemanha está sob crescente pressão para entregar seus tanques Leopard à Ucrânia, que os exige insistentemente, depois que a chefe da diplomacia Annalena Baerbock considerou seu país pronto para fazê-lo, apesar da relutância do chanceler Olaf Scholz em comentar o assunto.
O primeiro-ministro polonês estimou que a Alemanha tinha um total de “mais de 350 Leopards em funcionamento” e cerca de 200 outros “em stoque”.
A ministra das Relações Exteriores alemã, por sua vez, disse no domingo (22) que Berlim não se oporia à decisão da Polônia.
“Se nos fizessem a pergunta, não nos oporíamos”, disse domingo a ministra do Meio Ambiente, Steffi Lemke, que governa em coalizão com os social-democratas de Olaf Scholz e os liberais.
“Por enquanto, a pergunta não foi feita” pela Polônia, disse a ministra, entrevistada em Paris no canal francês LCI, sobre um pedido oficial a Berlim.
Primeiro aniversário da guerra
A questão de fornecer tanques Leopard 2 de fabricação alemã à Ucrânia dominou as últimas discussões entre os aliados ocidentais. Os debates são sobre a quantidade e o tipo de assistência material a ser fornecida à Ucrânia, com a aproximação do primeiro aniversário da invasão russa.
Existem expectativas de que as duas partes preparem ofensivas de primavera (no Hemisfério Norte) para sair do impasse de uma guerra desgastante no leste e no sul da Ucrânia.
Os combates se centram atualmente na cidade de Bakhmout, no leste do país, onde os mercenários russos do grupo Wagner e as Forças ucranianas se enfrentam. A Rússia declarou no domingo (22) que suas forças estavam melhorando suas posições na região de Zaporijia no sul da Ucrânia. 
Nesta segunda-feira, os ministros de Relações Exteriores reunidos me Bruxelas aprovaram uma nova ajuda militar de € 500 milhões à Ucrânia, declararam à Reuters três fontes diplomáticas.

Fonte: G1 Mundo

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Homem perde testículo após ser agredido por policial durante manifestação em Paris


Vídeos e fotografias que circulam nas redes sociais e em sites de emissoras francesas mostram claramente o momento em que um policial se afasta do pelotão, vai em direção ao rapaz, que está caído na rua, lhe dá um golpe de cassetete entre as pernas, e volta para o pelotão. Policiais reprimem manifestantes durante protesto contra a reforma das pensões na França, em Paris, em 19 de janeiro de 2023.
Benoit Tessier/ Reuters
Um engenheiro franco-espanhol de 26 anos, que fotografava a manifestação contra a reforma da Previdência na quinta-feira (19) em Paris, teve que amputar um testículo após ter sido agredido por um policial. Vídeos nas redes sociais mostram o momento em que um membro das forças de segurança usa seu cassetete para dar um único golpe entre as pernas do jovem Ivan, que já estava no chão. Um processo está sendo aberto contra a polícia.
A informação foi divulgada na manhã deste domingo (22) por Lucie Simon, advogada da vítima. Ela afirma estar iniciando um processo contra o policial, que é acusado de violência levando à mutilação, cometida por autoridade pública.
Segundo a advogada, trata-se de um crime e o argumento da legítima defesa não poderá ser usado pelo agente para justificar seu ato. “As imagens provam isso”, argumenta a advogada, que lembra que o rapaz não foi preso após a agressão.
Trabalhadores da França protestam contra o plano de reforma da previdência do governo
Vídeos e fotografias que circulam nas redes sociais e em sites de emissoras francesas mostram claramente o momento em que um policial se afasta do pelotão, vai em direção ao rapaz, que está caído na rua, lhe dá um golpe de cassetete entre as pernas, e volta para o pelotão. O jovem, que segura um aparelho fotográfico, afirma que havia sido jogado no chão por outro policial.
“Foi um golpe tão forte que ele teve que amputar um testículo”, afirmou a advogada, que fala de um ato deliberado. “Ele apontou deliberadamente para seus órgãos genitais em um gesto cuja violência gratuita beira o sadismo”, completa.
Ivan, que vive em Guadalupe e estava de passagem pela França, continua hospitalizado. “Ele permanece em estado de choque e não para se que perguntar porque foi agredido”, diz a advogada. “Ele não representava nenhum perigo e sente uma mistura de incompreensão, choque e raiva, pois vai sofrer consequências irreversíveis”, declarou Lucie Simon.
Em entrevista ao jornal francês Libération, Ivan lembra que não é a primeira vez que um civil é vítima de violência da parte de policiais na França. “A diferença é que agora a cena foi filmada”, diz o rapaz, que afirma acionar a justiça “para que isso cesse”.
Ivan faz alusão às várias agressões cometidas pelas forças de ordem francesas nos últimos anos, principalmente durante manifestações. Na época dos protestos dos “coletes amarelos”, em 2019, dezenas de pessoas foram atingidas com balas de borracha lançadas por policiais. Pelo menos dez perderam a visão e os casos chamaram a atenção para o uso desproporcional da força em protestos.
A agressão de Ivan ocorreu durante os confrontos entre manifestantes e policiais nos arredores da Praça da Bastilha, em Paris, por onde passava cortejo de quinta-feira. Alguns manifestantes atiraram pedras e objetos contra as forças de segurança, que revidaram com gás lacrimogênio, mas também atacando diretamente alguns civis.
Governo exprime “empatia” com a vítimaUma investigação administrativa interna foi aberta desde sábado (21) para analisar o caso. Segundo a polícia, Laurent Nuñez, secretário de Segurança Pública de Paris, “pediu que as circunstâncias exatas do incidente sejam esclarecidas”. No entanto, as autoridades frisam que os fatos ocorreram “em um contexto de extrema violência e como parte de uma manobra da polícia para deter indivíduos violentos”.
Olivier Véran, porta-voz do governo francês, reagiu ao acontecimento e expressou sua “empatia” à vítima, mas disse que “é necessário entender as condições nas quais essa intervenção aconteceu”, e “identificar o que constitui legítima defesa”.
“Foi um momento bastante difícil para os policiais que foram, em alguns casos, foram agredidos”, lembrou o porta-voz. Mas “quando olhamos para a imagem [dos vídeo da agressão], sem dúvidas nos questionamos” e “nada justifica ser ferido desta maneira e ser operado desta forma”, avaliou Véran.
A manifestação em Paris reuniu 80 mil pessoas, segundo o Ministério do Interior, 400 mil de acordo com os sindicatos que organizavam a passeata. 

Fonte: G1 Mundo

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As descobertas sobre origem e história dos povos indígenas da América do Sul reveladas pela genética


Graças à investigação do DNA, pesquisadores estão encontrando peças para montar o quebra-cabeça da povoação do continente e da relação entre diferentes populações. Veja o que já se sabe — e as perguntas ainda sem resposta. Algumas populações indígenas brasileiras podem ter realizado ‘a maior migração da história da humanidade’, apontam pesquisas
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Como os primeiros seres humanos chegaram ao continente americano? Como se expandiram por regiões tão diferentes, desde as geleiras canadenses ao litoral brasileiro? E qual era a relação entre os povos que dividiram territórios próximos, mas completamente distintos, como os Andes e a Amazônia?
Muitas dessas perguntas começaram a ser respondidas com mais precisão na última década, graças ao avanço da genética e das técnicas que permitem avaliar e comparar a ancestralidade de duas ou mais pessoas.
Mais especificamente na América do Sul, essas ferramentas de análise do DNA estão causando uma verdadeira revolução no conhecimento — e permitem entender melhor as origens e as histórias dos povos originários.
Esse trabalho é liderado por um grupo de cientistas do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP).
Nos últimos anos, a equipe coordenada pela geneticista Tábita Hünemeier publicou pelo menos três trabalhos que modificaram o que se sabia sobre as populações que já habitavam o continente bem antes da chegada dos europeus nos séculos 15 e 16.
“Graças à genética e à capacidade de processamento de dados pelos computadores, conseguimos hoje estudar essas populações de uma maneira muito mais profunda. A partir disso, detectamos mutações e traçamos a história desses indivíduos”, resume Hünemeier.
“Saber tudo isso é muito importante, porque temos praticamente um apagão da história indígena brasileira. Nas escolas, o estudo da época pré-colombiana não é obrigatório e, mesmo quando existem aulas sobre o tema, elas focam de forma superficial apenas nos incas, nos maias e nos astecas.”
“O DNA talvez seja a única maneira de reconstruir a história dessas populações”, completa.
Conheça a seguir as principais descobertas sobre o passado dos povos indígenas do Brasil e da América do Sul até agora — e o que ainda falta descobrir.
Os primeiros humanos nas Américas
Nas aulas de História na escola, aprendemos que a chegada dos primeiros indivíduos às Américas se deu pelo Estreito de Bering, um canal de gelo e terra firme que conectou a Sibéria, na Rússia, ao Alasca, nos Estados Unidos.
O estreito de Bering conectou a Sibéria (esq.) com o Alasca (dir.) e serviu como porta de entrada dos seres humanos nas Américas há cerca de 15 mil anos
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E esse trajeto continua a ser encarado como a principal — e talvez a única — porta de entrada para o continente. A partir dali, os grupos “desceram” até chegar à Patagônia, ao sul.
“Mas nossos trabalhos mostram que o povoamento das Américas é muito mais complexo do que se imaginava”, aponta Hünemeier.
Um dos conceitos que caiu por terra a partir das pesquisas da USP é a ideia de uma entrada única — ou seja, a teoria de que houve apenas uma incursão de seres humanos pelo novo território, que deu origem a todas as populações ameríndias dali em diante.
“Hoje em dia, vemos que foram vários fluxos migratórios. As populações vieram da Ásia e chegaram nessa região conhecida como Beríngia, que se conectava com as Américas. Mas elas permaneceram ali por cerca de 10 mil anos”, calcula a pesquisadora.
Depois, com a mudança nas condições climáticas locais — como a inundação desses territórios —, essas populações tiveram que sair da Beríngia e foram em direção ao que conhecemos hoje como Alasca e Canadá.
Outra vantagem dessa mudança de território pode ter sido a maior quantidade de recursos em terras americanas. Embora a porção norte do continente seja tão fria quanto a Sibéria, ela apresenta uma umidade maior, o que facilita o desenvolvimento da fauna, com mais possibilidade de caça e alimentos.
“Também vimos que essas ondas migratórias da Beríngia não aconteceram todas ao mesmo tempo. Elas ocorreram em levas, e grupos foram chegando aos poucos às Américas”, explica Hünemeier.
Outra descoberta interessante das pesquisas foi a de que algumas populações nativas da América do Sul, como os suruí, os karitiana, os xavante e os guarani-kaiowá, no Brasil, e os chotuna, no Peru, ainda trazem no genoma uma pequena, mas estável semelhança com povos da Austrália e da Oceania.
Segundo o trabalho, eles compartilham 3% do genoma.
Isso indica, segundo Hünemeier, que esses indivíduos seriam descendentes de uma daquelas primeiras levas que cruzaram a Beríngia há cerca de 15 mil anos.
Esse grupo antepassado é conhecido entre os cientistas como população Y (a letra inicial de ypykuéra, ou “ancestral” em tupi).
Que fique claro: não há nenhuma evidência de que povos da Oceania cruzaram o Pacífico e chegaram diretamente à América do Sul. O que muito provavelmente aconteceu, segundo os dados mais recentes, foi a migração deles para a Ásia e depois para a Beríngia.
Ali, eles se relacionaram com as populações que já habitavam o local — e uma fração do DNA desses indivíduos se preservou até hoje.
A (intensa) troca entre povos andinos e amazônicos
O biólogo Marcos Araújo Castro e Silva, que faz parte da equipe de Hünemeier, explica que, durante muito tempo, acreditava-se que as dinâmicas populacionais eram muito diferentes na América do Sul.
“Por um lado, teríamos grandes populações conectadas nos Andes, que teriam dado origem a impérios, como os incas. Do outro, acreditava-se que os povos da Amazônia eram pequenos e isolados”, contextualiza.
Em tese, essa teoria poderia ser explicada pelo DNA. Se isso fosse de fato verdade, a tendência era que a diversidade genética dos andinos fosse vasta — já que eles estariam em maior número e com comunidades conectadas —, enquanto os amazônicos teriam uma menor variabilidade genômica — porque seriam poucos e sem muita relação entre os grupos.
“Só que não foi isso o que vimos na prática. Com base na diversidade genética que encontramos entre os habitantes da Amazônia, podemos inferir que existiam grandes populações ali, com milhões de indivíduos”, pontua Castro e Silva.
Esse achado, aliás, vai ao encontro do que é observado em outras áreas do conhecimento. Em trabalhos publicados recentemente pelo arqueólogo Eduardo Góes Neves, também da USP, há estimativas de que a Amazônia teria abrigado entre 8 e 10 milhões de pessoas no passado, antes da chegada dos europeus.
Outro mito que cai por terra a partir das últimas pesquisas é a chamada “divisão Andes-Amazônia”. Segundo essa noção, existiria uma pretensa separação entre os povos que habitavam essas duas regiões, de modo que eles não se relacionavam.
“As análises genéticas revelam que isso não acontecia, e essas populações tiveram trocas e contatos”, afirma Hünemeier.
Antes, acreditava-se que os povos que habitavam os Andes (esq.) não mantinham relações com as comunidades das terras baixas da Amazônia (dir.)
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A grande expansão Tupi
“A expansão tupi é uma das maiores migrações da história da humanidade”, diz a geneticista.
“Em resumo, eles saíram do noroeste da Amazônia e andaram mais de 4 mil quilômetros para vários cantos da América do Sul. E isso tudo aconteceu em cerca de mil anos.”
De acordo com as pesquisas, essas populações tupi estavam em franco crescimento e foram margeando os rios ou a costa litorânea, em busca de terras férteis para a agricultura.
Esse fenômeno começou mais ou menos há 2,1 mil anos e teria atingido o seu pico no ano 1000, quando a população tupi teria de 4 milhões a 5 milhões de indivíduos.
“Antes, acreditava-se que essa onda migratória tinha acontecido por uma rota só”, diz Hünemeier.
Os trabalhos da USP mostram que a expansão se iniciou no noroeste amazônico e, já na origem, se desmembrou em três ramos principais.
A primeira parte seguiu até a Ilha de Marajó, no Pará, e desceu pela costa do Atlântico até o litoral sul de São Paulo — no caminho, deu origem aos tupinambá, tupiniquim e tamoios, grupos que se tornaram os senhores da costa litorânea e fizeram os primeiros contatos com os portugueses.
“Um segundo grupo foi em direção ao sul, na borda da Bolívia e Paraguai, e deu origem aos Guarani. O terceiro, por sua vez, seguiu para o oeste, na região da fronteira entre Brasil e Peru”, completa.
A pesquisadora entende que esse é um feito notável, já que falamos de uma sociedade que não tinha acesso a metalurgia ou exércitos organizados.
“Os tupis se locomoveram em grupos grandes e, conforme encontravam outros indivíduos, lutavam ou desviavam o caminho”, explica.
Os tupi saíram do noroeste da Amazônia e se expandiram por praticamente todo o Brasil
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Uma evidência dessa “dominação” vem da Amazônia peruana: lá, é possível encontrar o povo kokama, que há gerações fala tupi.
Mas a análise do DNA de integrantes dessa população mostra que eles são muito mais semelhantes geneticamente aos chamicuro, que são seus vizinhos e falam a língua arawak.
“Ou seja, eles adotaram a língua tupi, mas, geneticamente, são mais próximos de outro povo”, explica Hünemeier.
“Essa pode ter sido uma assimilação cultural que ocorreu a partir da expansão tupi, e corrobora algo que já foi sugerido por estudos de outras áreas.”
A ascensão tupi foi seguida por uma queda vertiginosa.
“Tivemos o crescimento dessa população até chegar aos 5 milhões de indivíduos. Porém, um pouco antes da chegada dos portugueses, ela entra em declínio”, observa.
Ainda não se sabe muito bem os motivos disso — as principais suspeitas são mudanças climáticas ou uma tensão populacional por recursos cada vez mais escassos.
“Quando os europeus se instalam, então, acontece um desastre. A partir dali, estimamos uma redução de 98% na população tupi, números semelhantes ao que foi observado entre os povos que habitavam o México e a América Central”, calcula Hünemeier.
Os tupiniquim estão entre nós
Para fechar a lista de descobertas, o grupo da USP conseguiu restaurar por meio da genética a história e a origem dos tupiniquim.
Hünemeier conta que essa população era considerada completamente desaparecida.
“Eles não estão no censo do IBGE e eram declarados extintos desde o século 19”, diz ela.
Mesmo assim, alguns moradores de Aracruz, no Espírito Santo, sempre declararam pertencer à etnia tupiniquim.
A análise genética feita pelo grupo da USP mostrou que, de fato, os tupiniquim nunca foram extintos, e os genes deles estão presentes nesses indivíduos até hoje.
“Eles nos disseram que sempre lutaram muito para que fossem ouvidos. É claro que nós nunca duvidamos — se eles se consideram tupiniquins, são tupiniquins —, mas agora há um dado que corrobora e dá força ao que sempre defenderam”, destaca a geneticista.
Com isso, os indígenas tupiniquim de Aracruz se juntam aos tupinambá da Bahia e aos potiguara da Paraíba como os últimos remanescentes dos povos tupi que ocupavam o litoral na época das grandes navegações europeias.
Genética está ajudando a desvendar o passado da migração pelas Américas
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Ela conta que, depois de concluir o estudo, a equipe de cientistas foi mostrar os resultados aos participantes.
“Daí, nós contamos que eles tinham vindo do norte, e não a partir dos guarani do sul, que chegaram a ser uma população de 100 mil pessoas e, hoje, são cerca de 3 mil”, afirma.
“E foi interessante ver os caciques dizendo que já sabiam daquilo tudo. Porque eles têm muito forte as questões da ancestralidade e da transmissão do conhecimento de geração em geração”, complementa.
Muito trabalho pela frente
Mas como é possível descobrir tanta coisa sobre o passado?
Castro e Silva explica que nosso DNA é formado por 3 bilhões de letrinhas (ou pares de bases nitrogenadas, no jargão científico). Elas formam o genoma e definem basicamente todas as nossas características físicas e condições de saúde.
“Dessas 3 bilhões, 99,9% são idênticas em todos os seres humanos. Mas há 0,1% que varia de pessoa para pessoa”, calcula o cientista.
Esse 0,1% pode até parecer pouco, mas, em um universo de 3 bilhões de bases nitrogenadas, representa um espaço para 3 milhões de “letrinhas” diferentes.
“Ao comparar isso, conseguimos inferir qual a relação entre dois indivíduos, de acordo com as mutações compartilhadas ou não entre eles”, diz o geneticista.
Ilustração de 1888 retrata algumas das etnias das Américas
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Ao coletar amostras de DNA no sangue e na saliva das populações indígenas, os cientistas usam equipamentos para fazer o sequenciamento genético. Depois, todas essas informações são comparadas e classificadas por computadores muito potentes.
E, embora o esforço de pesquisa já tenha encontrado algumas peças deste enorme quebra-cabeça, o trabalho está apenas começando.
“Queremos montar uma espécie de fotografia de como era o Brasil em 1499, antes da chegada dos portugueses. A partir daí, poderemos voltar ou avançar no tempo para entender as dinâmicas populacionais e migratórias”, avalia Hünemeier.
“Os indígenas são a população menos estudada do ponto de vista genético, então, precisamos fazer praticamente tudo desde o início”, pondera.
E, considerando as características da América do Sul, a genética talvez seja a mais poderosa ferramenta para reconstituir esse passado remoto.
“Na maioria das vezes, não encontramos registros por escrito, e o próprio clima dessa região dificulta a preservação de esqueletos de seres humanos ou animais”, complementa Castro e Silva.
“É claro que não andamos sozinhos e precisamos da antropologia, da arqueologia e da história, entre outras disciplinas”, acrescenta Hünemeier.
“Mas não há dúvidas de que estamos diante de um trabalho imenso, para o qual ainda temos mais perguntas do que respostas”, conclui.
Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-64309059

Fonte: G1 Mundo

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Maduro desiste de viajar a cúpula na Argentina e denuncia plano de ataque da ‘direita neofascista’


Motivo do cancelamento foi informado em nota do governo venezuelano ao jornal ‘La Nación’. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, faz um discurso sobre o estado da nação na Assembleia Nacional, em Caracas, Venezuela, em 12 de janeiro de 2023
REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, não irá à Argentina para participar da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) em Buenos Aires. A decisão foi confirmada pelo governo venezuelano ao jornal “La Nación” por meio de um comunicado em que cita um suposto “plano da direita neofascista” para atacar o mandatário.
“Eles pretendem dar um show deplorável, para perturbar os efeitos positivos de um evento regional tão importante, e assim contribuir para a campanha de descrédito -já malsucedida- que foi lançada contra nosso país desde o Império Norte-Americano”, diz o comunicado.
Mais cedo, o governo brasileiro informou que a reunião bilateral entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Maduro havia sido cancelada.
O encontro tinha sido anunciado, também pela equipe de Lula, horas antes. Mas, segundo assessores, o cancelamento foi definido pelo governo venezuelano. O motivo não foi informado naquele momento.

Fonte: G1 Mundo

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Crise demográfica pode levar a crise econômica na China


País registrou seu primeiro declínio populacional em 60 anos, e taxa de natalidade deve cair ainda mais na próxima década, com reflexo nas ambições econômicas de Pequim. População da China diminui pela primeira vez em 62 anos
A China registrou seu primeiro declínio populacional em 60 anos. Com a expectativa de que a taxa de natalidade caia ainda mais na próxima década, a tendência é de que o legado da política de filho único, implementada no final da década de 1970 e revogada há seis anos, seja um significativo retrocesso econômico para o país.
O governo chinês divulgou que no ano passado a população de cerca de 1,4 bilhão de pessoas diminuiu pela primeira vez desde a Grande Fome em 1961. A diminuição populacional em cerca de 850 mil pessoas ocorreu uma década antes da previsão de Pequim e das Nações Unidas e é resultado de um milhão de nascimentos a menos e um número elevado de mortes – que alguns observadores especializados em China atribuem à pandemia de covid-19.
Pessoas fazendo compras em mercado popular de Pequim, na China.
Tingshu Wang/Reuters
A política de filho único – frequentemente implementada de forma brutal por meio de abortos forçados e esterilização – teve amplas ramificações para a sociedade chinesa. Nasciam mais meninos do que meninas, devido a uma sociedade na qual os homens tinham maior probabilidade de conseguir um trabalho com segurança empregatícia. E a falta de filhos exacerbou o envelhecimento da população.
Quando o governo mudou de rumo em 2016 e decidiu permitir até três filhos por casal, a taxa de natalidade já vinha caindo drasticamente há anos. Na virada do século, nasciam 14,03 crianças por mil habitantes e, no ano passado, o número era de apenas 6,77.
Apesar de Pequim encorajar os casais a terem mais filhos por meio de isenções fiscais e subsídios, muitas pessoas seguem desestimuladas devido ao aumento do custo de vida. Além disso, há um choque cultural entre os valores tradicionais e modernos, no qual a sociedade chinesa espera que as mulheres cuidem das crianças e dos idosos sem negligenciar suas carreiras profissionais.
População pode encolher 40%
A expectativa é de que a bomba-relógio demográfica da China tenha consequências de longo alcance. As Nações Unidas estimam que a população da China pode cair para menos de 800 milhões de habitantes até o final do século.
Viajantes caminham por dentro do aeroporto de Pequim, na China
Tingshu Wang/REUTERS
Alguns especialistas acreditam que a China pode enfrentar um destino similar ao do Japão, cuja economia sofreu com anos de baixo crescimento como resultado da queda da taxa de natalidade e do envelhecimento populacional.
A China pode até ter dificuldades para ultrapassar os EUA e se tornar a maior economia do mundo, alertou Yi Fuxian, demógrafo e especialista em tendências da população chinesa da Universidade de Wisconsin. “As perspectivas demográficas e econômicas da China são muito mais sombrias do que o esperado”, disse. “A China terá que ajustar suas políticas social, econômica, de defesa e de relações exteriores.”
O crescimento econômico da China ainda é dominado pela manufatura. Nos últimos 20 anos, a oferta aparentemente infinita de mão de obra barata do país ajudou a reduzir o custo de produtos de consumo, incluindo computadores, smartphones, móveis, roupas e brinquedos.
Mas o outrora polo de produção de baixo custo tem sofrido cada vez mais concorrência de outras nações asiáticas como Índia, Vietnã, Indonésia e Bangladesh. Com o tempo, a escassez de trabalhadores mais jovens e produtivos tornará a manufatura na China ainda menos competitiva.
Aumento necessário de produtividade
“Para resolver esse problema, a China precisa aumentar a produtividade da força laboral, passando de uma economia de trabalho intensivo para uma de inovação e crescimento impulsionado pela tecnologia”, disse Xiaobing Wang, diretor de pesquisa do Manchester China Institute, em entrevista à DW. “Caso contrário, a China cairá na armadilha da renda média.”
A chamada armadilha da renda média é uma situação de desenvolvimento econômico na qual países emergentes ou recém-industrializados, como Brasil e África do Sul, não conseguem capitalizar seu surto inicial de crescimento e a crescente riqueza da população é reduzida. Em termos genéricos, é quando um país perde sua competitividade na exportação de bens manufaturados por causa do aumento dos salários.
A China foi declarada uma nação de renda média alta em 2010 e, dentro de um ou dois anos, pode vir a se tornar um país de renda alta. O banco de investimentos Goldman Sachs divulgou no mês passado um relatório no qual afirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) da China deve ultrapassar o dos EUA até 2035, muito antes da previsão anterior de 2050.
Primeiro, porém, reformas maciças nas instituições públicas, no sistema educacional e na cultura empresarial na China são imprescindíveis para evitar um crescimento econômico baixo – na última década, a média foi de 6,19% ao ano.
Pequim consegue reorientar para um novo curso?
Mas esse tipo de mudança sísmica será difícil para uma liderança acostumada a um governo autoritário, conforme foi testemunhado durante a pandemia. A política de zero tolerância contra a covid-19 do governo forçou regras draconianas de quarentenas por quase três anos para tentar manter o coronavírus sob controle – sem sucesso. Muitos observadores da China não creem que os líderes chineses estejam dispostos a adotar políticas mais liberais.
“Você tem que encorajar a inovação, encorajar as pessoas a pensar de forma diferente… E permitir que acumulem novas aptidões para que possam contribuir para esta economia em crescimento. Você também deve ter uma proteção muito boa dos direitos de propriedade intelectual. A China está melhorando nessas frentes, mas ainda não estão fazendo o suficiente”, disse Wang.
O demógrafo Yi afirmou acreditar que a população da China começou a diminuir quatro anos antes do admitido por Pequim e disse que a população chinesa já caiu para 1,28 bilhão de pessoas. Outros economistas, no entanto, acreditam que as preocupações com a queda da taxa de natalidade na China são exageradas. Segundo eles, a China ainda tem uma imensa população em idade ativa e uma idade regulamentada para a aposentadoria de 60 anos para homens e 50 ou 55 para mulheres.
“A idade de aposentadoria na China ainda é relativamente baixa”, disse Doris Fischer, presidente do departamento de Negócios e Economia da China da Universidade de Würzburg, na Alemanha. “Assim, eles podem aliviar a pressão [sobre o mercado de trabalho] aumentando a idade de aposentadoria”, explicou em entrevista à DW.
O sistema previdenciário da China não é tão generoso quanto o do Ocidente, portanto é menos provável que o governo seja sobrecarregado por uma população que envelhece rapidamente, já que a maioria das pessoas garante sua própria aposentadoria – a principal explicação para a alta taxa de poupança na China.
Incentivos financeiros não funcionaram
Os líderes da China ofereceram benefícios fiscais, licença maternidade mais longa e subsídios de moradia para encorajar as pessoas a terem mais filhos. E o presidente chinês, Xi Jinping, disse em outubro que o governo planeja adotar outras políticas de apoio. As medidas, no entanto, até agora tiveram pouco impacto na tentativa de interromper a tendência de longo prazo de queda populacional.
Os pais chineses reclamam de esgotamento devido a empregos estressantes com longas horas de trabalho – apelidado de 996, pois muitas pessoas trabalham das 9h às 21h, geralmente seis dias por semana. A pressão para garantir que as crianças recebam uma boa educação também é enorme e cara, especialmente quando os custos de aulas particulares e atividades extracurriculares são contabilizados.
E o ônus da criação dos filhos e dos cuidados com os idosos ainda recai majoritariamente sobre as mulheres chinesas, que cada vez mais estão se posicionando contra essa cultura.
“É uma avaliação muito realista quando as mulheres dizem ‘não conheci um homem que me apoie nesta tarefa de combinar o trabalho com o cuidado de crianças ou idosos e, portanto, simplesmente não vou me casar'”, disse Fischer, que acrescentou que o governo deve melhorar a prestação de cuidados infantis para os pais que trabalham.
Um outro fenômeno crescente na sociedade chinesa não é bom presságio para o declínio populacional do país. Muitos jovens chineses desprivilegiados têm rejeitado a dedicação total ao trabalho e a busca por uma carreira exitosa, preferindo uma vida simples a ter filhos e comprar sua própria casa.
“Se o governo chinês pode ou não enfrentar com sucesso todos esses desafios é a chave para o crescimento da próxima década”, concluiu Wang.

Fonte: G1 Mundo

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Influenciadores digitais são processados por golpes financeiros na França; vítimas perderam até €100 mil


Os influencers vendem dois produtos financeiros: o NFT ‘Animoon’ e o canal de negociação ‘Blatagang’, no qual milhares dos seus seguidores têm investido, sem conseguir os ganhos prometidos. Imagem de redes sociais de Marc Blata
Reprodução/marc_blata
Uma ação coletiva foi iniciada na Justiça francesa por dezenas de pessoas que acreditam ter sido enganadas ao investir em produtos financeiros promovidos por influenciadores digitais. A informação foi divulgada pelo advogado da acusação nesta segunda-feira (23).
Duas denúncias coletivas, que reúnem 88 queixas conjuntas, principalmente por “fraude” e “quebra de confiança” foram apresentadas sexta-feira (20) ao procurador de Paris, disse o advogado Alexandre Dacos em coletiva de imprensa.
As denúncias visam principalmente as práticas de um casal de influenciadores, Marc e Nadé Blata, e uma rede que atua junto com eles. Contactados pela AFP, o casal de influenciadores não respondeu.
As queixas correspondem à venda e promoção pelos Blata de dois produtos financeiros: o NFT “Animoon” e o canal de negociação “Blatagang”, no qual milhares dos seus seguidores têm investido, sem conseguir os ganhos prometidos, segundo o advogado.
Marc Blata em imagem publicada em redes sociais
Reprodução/marc_blata
De acordo com Dacos, o prejuízo total dos envolvidos está estimado em € 6,3 milhões e “milhares de investidores perderam desde algumas centenas a € 100 mil” nestes dois projetos.
Puxada de tapete
O advogado da empresa Ziegler & Associés, especializada em golpes criptográficos, diz que se trata de um esquema bastante comum, conhecido como “puxada de tapete”. Ele envolve um programador que atrai, muitas vezes com a ajuda de influenciadores, investidores para um novo projeto de criptomoeda. Em seguida, ele se retira antes que o projeto seja construído, deixando os investidores com uma moeda sem valor.
Marc Blata, com mais de 4 milhões de inscritos no Instagram e atuante na promoção desses produtos, conquistou notoriedade nas redes sociais com revelações sobre o mundo dos reality shows, das estrelas do rap ou do futebol.
O procedimento é “inédito”, segundo o Coletivo AVI, que atua ajudando vítimas de influenciadores e que iniciou o processo. Em um comunicado, a associação indica que quer “alertar o público sobre os perigos de promoções de certos “famosos sem escrúpulos”, “apontar a passividade das plataformas” e também incentivar outras vítimas a denunciar.

Fonte: G1 Mundo

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Alemanha indicia cinco suspeitos de planejar golpe de Estado


Segundo a Procuradoria, grupo pretendia sequestrar o ministro da Saúde, matar seus seguranças, se necessário, e desencadear “condições de guerra civil por meio da violência” para derrubar governo e o sistema democrático. A cúpula transparente do Reichstag, prédio que sedia o Bundestag, em Berlim
AP Photo/Michael Probst
A Procuradoria federal da Alemanha apresentou nesta segunda-feira (23) acusações de alta traição contra cinco pessoas suspeitas de planejar o sequestro do ministro da Saúde, Karl Lauterbach, e a derrubada do governo alemão.
Segundo os promotores, o grupo formado há cerca de um ano pretendia desencadear “condições de guerra civil na Alemanha por meio da violência” a fim de derrubar o governo e a democracia parlamentar.
Todos os cinco indiciados estão presos desde o ano passado, quando as autoridades revelaram pela primeira vez os detalhes da suposta conspiração.
Em nota, a Procuradoria federal, com sede na cidade de Karlsruhe, informou que o grupo estava disposto a usar violência e até cometer assassinatos para alcançar seus objetivos.
Nesta segunda-feira, o ministro da Saúde agradeceu aos investigadores e ao Departamento Federal de Investigações (BKA, na sigla em alemão) por sustar a trama. “Os oficiais do BKA arriscam suas vidas por nós. Isso é uma grande conquista”, escreveu Lauterbach no Twitter.
Na Alemanha, uma grande operação prendeu integrantes de um grupo de extrema direita que articulava um golpe de Estado
O que eles planejavam?
Em um plano de três etapas, os conspiradores pretendiam atacar as fontes de energia a fim de causar um blecaute nacional, sequestrar o ministro da Saúde e matar seus seguranças, se necessário, e depois convocar uma assembleia para depor o governo e nomear um novo líder.
A Procuradoria concluiu que o grupo tinha o objetivo de substituir o sistema democrático por um “sistema autoritário de governo baseado no modelo do Império Alemão”.
Segundo os promotores, os suspeitos fizeram preparativos cada vez mais concretos e formaram dois ramos separados de seu grupo, um militar e outro administrativo.
O que mais se sabe sobre os indiciamentos?
Segundo a Procuradoria federal, os cinco indiciados – quatro homens e uma mulher – responderão ao tribunal regional superior em Koblenz, no estado da Renânia-Palatinado.
Eles foram acusados formalmente de “fundar ou ser membro de uma organização terrorista doméstica” e “preparar um ato de alta traição” contra o governo federal.
Alguns dos indiciados também enfrentam outras acusações, como preparar um ato grave de violência que constitua uma ameaça ao Estado ou financiar o terrorismo.
Quatro deles foram presos em abril de 2022. Uma mulher, identificada como líder do grupo, foi presa em outubro. Dezenas de outras pessoas suspeitas de ligação com o grupo estão sendo investigadas.

Fonte: G1 Mundo

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Porco reage, e açougueiro morre ao tentar abater animal em Hong Kong


Homem manuseava um cutelo quando ficou ferido. Porco já havia levado choque elétrico pouco antes. Imagem ilustrativa de arquivo mostra porcos se alimentando
Reproduçaõ/RBS TV
Um açougueiro morreu nesta sexta-feira (19), depois de se machucar com o cutelo que manuseava para abater um porco. Entenda a seguir o que aconteceu:
O caso, relatado pela TV Rthk, aconteceu em Hong Kong. Um cutelo é uma ferramenta usada para abate de animais em geral.
A polícia disse que o incidente aconteceu no matadouro Sheung Shui por volta das 13h, quando o açougueiro de 61 anos estava prestes a matar um porco que já havia sido atingido por uma arma de choque elétrica.
O porco, entretanto, recuperou a consciência e avançou sobre o homem, que caiu no chão.
Os policiais disseram que o pé esquerdo do homem foi ferido pelo cutelo durante o embate com o porco.
O homem chegou a ser socorrido com vida e levado a um hospital, mas morreu pouco depois.
A polícia disse que a causa da morte ainda não foi confirmada. O Departamento do Trabalho local disse que está investigando o caso.
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Fonte: G1 Mundo