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Presidente do Vietnã renuncia após denúncia de seu próprio partido

Nguyen Xuan Phuc, que já foi primeiro-ministro, foi acusado de “irregularidades e violações” pelo Partido Comunista. Em 2022, mais de 500 membros da legenda foram processados por corrupção. O presidente do Vietnã, Nguyen Xuan Phuc, renunciou ao cargo nesta terça-feira(17) após ser acusado pelo seu próprio partido de “irregularidades e violações” em seu governo.
Antes de ser presidente, Phuc, de 68 anos, foi primeiro-ministro do país asiático entre 2016 e 2021. O Vietnã não tem um governante supremo e é oficialmente liderado por quatro “pilares”: o poderoso secretário do partido, o presidente, o primeiro-ministro e o presidente da legislatura.
No último ano, o Partido Comunista do Vietnã, do qual ele pertence, tem feito uma forte campanha de combate à corrupção. Phuc se tornou o cargo de mais alto escalão a ser alvo das investigações de sua sigla.
“Plenamente consciente das suas responsabilidades perante o partido e o povo, apresentou um pedido de demissão dos cargos que lhe foram atribuídos, demitiu-se do emprego e retirou-se”, disse o governo em um comunicado, citando o Comitê Central do partido.
Ao longo de 2022, 539 membros do Partido Comunista foram processados ​​ou “disciplinados” por corrupção e “erros deliberados”, incluindo ministros, altos funcionários e diplomatas, segundo a própria sigla. A polícia investigou 453 casos de corrupção, um aumento de 50% em relação a 2021.
Houve especulações generalizadas nas últimas semanas de que Phuc renunciaria após a demissão em janeiro de dois vice-primeiros-ministros que serviram sob seu comando.
Para entrar em vigor, a renúncia de Phuc requer a aprovação da Assembleia Nacional, que deve se reunir esta semana para analisar o pedido.
Phuc foi escolhido em abril de 2021 para ser presidente do país e era cotado para suceder o secretário-geral do Partido Comunista, o cargo de maior prestígio do estado.
Antes, ele governou como primeiro-ministro, em uma gestão focada na liberalização econômica que incluía acordos comerciais com a União Europeia e as potências do Pacífico, como Japão e Austrália.
Apesar de sua queda, o governo na terça-feira elogiou Phuc.
“Como primeiro-ministro, ele fez grandes esforços para liderar, dirigir e administrar a prevenção e controle da epidemia de Covid-19, alcançando resultados importantes”, afirmou.

Fonte: G1 Mundo

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Brasileiras que ficaram ‘presas’ no Peru e caminharam 12 h para fugir de protestos conseguem remarcar retorno e devem chegar ao Brasil no domingo


Moradoras da capital paulista foram surpreendidas com transportes suspensos e barricadas nas estradas por conta de atos contra o governo peruano. Elas conseguiram trocar as datas das passagens aéreas e esperam retornar: ‘Torcer pra tudo continuar normal em Lima’, diz uma das jovens. Daniela e Alice chegaram dia 4 de janeiro no Peru, mas protestos impedem o retorno ao Brasil
Arquivo Pessoal
As brasileiras Daniela de Oliveira e Alice Andrade Ribeiro Gonçalves, que ficaram quase uma semana sem poderem sair na pequena cidade Andahuaylas, interior do Peru, conseguiram trocar as datas das passagens aéreas nesta segunda-feira (16) e devem retornar ao Brasil no domingo (22).
As duas não conseguiam sair do município desde o dia 10 de janeiro depois que protestos contra a presidente Dina Boluarte fecharam as estradas e suspenderam todos os transportes. Com barricadas pelas vias, comércios fechados e dinheiro acabando, as paulistanas chegaram até a pedir por resgate aéreo (veja vídeo abaixo).
Ao g1, Alice e Daniela contaram que só foi possível remarcar o retorno para São Paulo depois que peruanos a ajudaram a sair da cidade do interior no dia 14 de janeiro. Elas foram informadas que algumas barricadas eram liberadas pela madrugada e existiam viagens pelas rotas alternativas.
“Saímos 0h30 do dia 14 de janeiro e fomos de carro com outros locais, pegando rotas alternativas para evitar outras barricadas no caminho. Chegamos às 13h em Nazca, e de Nazca pegamos um ônibus até Lima, pois essa rota estava operativa e livre. Aí chegamos em Lima 22h30”.
“Ficamos com medo de encontrar barricadas. Mas dos peruanos não. Eles que têm ajudado a gente durante todo esse perrengue. Até agora não recebemos nada da Embaixada. Saímos com ajuda de locais”, ressaltou.
Ainda conforme Alice, a companhia aérea trocou a data de volta para o dia 22. Agora, ela espera que tudo acalma pelo país e que voos não sejam suspensos. “Torcer pra tudo continuar normal em Lima”, afirma.
Brasileiras no Peru não conseguem sair de cidade após protesto fechar estradas
O que disse o Itamaraty?
Em nota, o Itamaraty informou que tinha conhecimento do caso e que estava “prestando a assistência possível às nacionais, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local”.
O Ministério recomendou ainda que brasileiros considerem adiar temporariamente visitas ao Peru que não sejam urgentes ou indispensáveis.
“Brasileiros que estejam no Peru ou tencionem viajar àquele país devem também manter-se informados sobre alertas para viajantes na página do serviço consular da Embaixada do Brasil em Lima e no Portal Consular, seguindo as recomendações ali expressas, em especial as que dizem respeito a cuidados a serem tomados em viagens e deslocamentos por via terrestre”.
Manifestações durante viagem de férias
Brasileiras no Peru mostram comércios fechados e barricadas durante manifestação
As manifestações no Peru estão acontecendo principalmente em cidades turísticas como Lima, Cusco, Arequipa e Puno. Os atos pedem novas eleições no país e a renúncia de Boluarte, que assumiu o poder após o ex-presidente Pedro Castillo ser preso por tentar um golpe de estado. Segundo registros oficiais, mais de 40 pessoas já morreram.
Alice e Daniela contaram ao g1 que planejavam fazer mochilão pelo Peru e Bolívia durante o mês de janeiro. No dia 4 de janeiro as duas desembarcaram em Lima e tinham como plano ir para Machu Picchu, em Cusco, no dia 16. Depois, seguiriam para a Bolívia. Contudo, os atos a surpreenderam.
“Fomos forçadas a mudar nossa rota de Lima a Paracas ou qualquer outra cidade da província de Ica devido às greves. Fomos no dia 7 de janeiro para Ayacucho, um dos únicos destinos possíveis que se aproximavam do nosso destino real que era Cusco, para fugir desses atos. No entanto, Cusco se tornou um dos lugares mais afetados, além de ter sua principal atração, Machu Picchu, fechada”, diz Daniela.
Manifestante fala com policiais em protesto em Lima, no Peru, em 12 de janeiro de 2023.
Sebastian Castañeda/ Reuters
Daniela e Alice resolveram então, no dia 9 de janeiro, pegar uma van com peruanos que estava indo até Chincheros como forma de se afastar das áreas com manifestações.
“Mas em Chincheros encontramos a primeira barricada deixada pelos manifestantes e tivemos que fazer o restante do caminho a pé até Uripa. No dia 10 de janeiro, caminhamos de novo por 12 horas, com mochilas de 15 quilos cada, e chegamos em Andahuaylas na esperança de chegar a Cusco, mas os atos vieram na mesma direção”, conta Daniela.
As paulistanas dizem que receberam assistência do setor de turismo da cidade, do governo peruano, e ficaram em um hostel sem custo na cidade do interior.
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O que causou os protestos?
Manifestação contra a presidente do Peru, Dina Boluarte, em 12 de janeiro de 2022
Angela Ponce/Reuters
As manifestações começaram depois que o Congresso derrubou o presidente Pedro Castillo, no dia 7 de dezembro. Castillo foi preso e condenado a uma pena inicial de 18 meses.
Ainda quando era presidente, ele era investigado em diversos processos. Castillo, então, tentou dissolver o Congresso. Sem apoio do exército, do Judiciário e do Legislativo, ele foi derrubado e preso horas depois.
A vice-presidente, Dina Boluarte, assumiu o cargo.
O que está motivando os protestos?
Os manifestantes querem a renúncia de Boluarte, o fechamento do Congresso, uma nova Constituição e a libertação de Castillo. Também houve marchas que pedem o fim da agitação política.
Grupos de direitos humanos acusam as autoridades de usar armas de fogo contra os manifestantes e de usar helicópteros para jogar bombas de fumaça. O exército afirma que os manifestantes usaram armas e explosivos caseiros.
Em 10 de janeiro, a Procuradoria do Peru afirmou que começou a investigar Boluarte e pessoas do governo dela por “genocídio, homicídio qualificado e ferimentos sérios” relacionados à reação aos protestos.
O que está acontecendo nas manifestações?
Mulher passa debaixo de tronco de árvore em ponte interditada em Cusco pelos protestos que pedem renúncia da presidente do Peru, Dina Bolutarte, em 07 de janeiro de 2023.
Hugo Courotto/ Reuters
Os manifestantes bloquearam rodovias, incendiaram prédios e invadiram aeroportos. Isso implicou prejuízos de milhões de dólares e perda de receitas. Os bloqueios interromperam o comércio, suspenderam voos e trouxeram problemas para os turistas.
As forças de segurança responderam com violência e acabaram atacando civis que não estavam protestando.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos condenou a violência tanto das forças de segurança quanto dos manifestantes e pediu diálogo. Os manifestantes até agora se recusaram a dialogar com Boluarte.
Manifestantes com cartaz pedindo antecipação das eleições para 2023 no Peru, em Ica, em 6 de janeiro de 2023.
Martin Mejia/ AP

Fonte: G1 Mundo

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Davos: Haddad e Marina participam do Fórum Econômico Mundial

Davos: Haddad e Marina participam do Fórum Econômico Mundial VALDO CRUZ: Marina e Haddad vão reposicionar o Brasil junto a investidores globais. Haddad diz que Brasil leva ao mundo recados político, econômico e ambiental. Ministro da Fazenda revela que até abril enviará proposta de nova regra fiscal

Fonte: G1 Mundo

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‘Gravei em segredo a confissão do meu estuprador’


Ellie Wilson afirma que, mesmo com as descrições em áudio e por escrito apresentadas no tribunal, o veredito não foi unânime. Ellie Wilson gravou em segredo a confissão do seu estuprador
BBC
Uma mulher na Escócia conta que divulgou o áudio da confissão do seu estuprador para mostrar como os agressores podem “manipular suas vítimas”.
Ellie Wilson tem 25 anos e gravou Daniel McFarlane confessando seus crimes ao colocar seu celular para gravar dentro da bolsa. McFarlane foi considerado culpado de duas acusações de estupro e condenado a cinco anos de prisão, em julho do ano passado.
Wilson afirma que, mesmo com as descrições em áudio e por escrito apresentadas no tribunal, o veredito não foi unânime.
Os ataques ocorreram entre dezembro de 2017 e fevereiro de 2018, quando McFarlane era estudante de medicina na Universidade de Glasgow, na Escócia.
Wilson dispensou o anonimato e, desde o julgamento, vem atuando em defesa de vítimas.
Wilson era estudante de política e atleta campeã da universidade na época dos abusos que sofreu. E, na primeira quinzena de janeiro de 2023, ela publicou no Twitter o áudio de uma conversa com McFarlane, gravada secretamente um ano depois dos ataques.
Na gravação, ela pergunta: “você não percebe como eu me sinto péssima quando você diz ‘eu não estuprei você’ quando você estuprou?”
McFarlane responde: “Ellie, nós já definimos que eu fiz isso. As pessoas que eu preciso que acreditem em mim, acreditam em mim. Vou dizer a verdade para eles um dia, mas não hoje.”
Questionado como ele se sente sobre o que fez, ele respondeu: “Eu me sinto bem por saber que não estou na cadeia.”
O tuíte de Wilson superou 200 mil visualizações. Em entrevista à BBC Escócia, ela afirmou que publicou a gravação porque muitas pessoas estavam questionando quais provas ela tinha para conseguir a condenação por estupro.
Ela conta que a reação foi “preponderantemente positiva”, embora uma pequena minoria tenha sido muito desagradável. E que, mesmo com a gravação da confissão postada online, algumas pessoas ainda disseram “ele não fez isso”.
Além da confissão em áudio, Wilson tinha mensagens de texto que indicavam a culpa de McFarlane, mas ela conta que ainda temia que elas não fossem suficientes para garantir a condenação.
“O veredito não foi unânime”, afirma Wilson. “Você pode ter literalmente uma confissão por escrito, uma confissão em áudio e nem todas as pessoas do júri irão acreditar em você. Acho que isso diz muito sobre a sociedade.”
Ellie se formou na Universidade de Glasgow
BBC
Wilson havia afirmado anteriormente que sua experiência no tribunal foi terrível. Ela contou que foi submetida a ataques pessoais pelo advogado de defesa e que se sentiu culpada por ter sofrido abuso.
Wilson afirma que se sentiu “humilhada, ultrajada e maltratada” durante o interrogatório. E contou à BBC que leu recentemente a transcrição do julgamento e se sentiu mal com algumas das coisas que foram ditas a ela.
Ela conta que McFarlane foi retratado como um atleta e estudante bem sucedido que tinha um futuro brilhante pela frente e nunca cometeria esse tipo de crime.
Segundo Wilson, “ele sabia que poderia distorcer esta narrativa de que ele não era estuprador. Eu quis mostrar às pessoas a realidade dos fatos, especialmente para as pessoas que o apoiam.”
Ela conta que postou o áudio no Twitter porque queria mostrar a natureza “ambígua” dos abusadores. “Eu quis mostrar que essas pessoas também podem ser abusadoras e podem agir de forma diferente com as portas fechadas”, afirma ela.
Quando Wilson denunciou o estupro à polícia em 2020, McFarlane foi suspenso da Universidade de Glasgow, onde os dois estudavam. Mais tarde, ela descobriu que ele havia conseguido se matricular na Universidade de Edimburgo, também na Escócia, mesmo estando sob investigação policial.
“Para mim, aquilo foi realmente um choque porque eu estava pensando na população feminina de estudantes de Edimburgo. Elas também poderiam tornar-se vítimas”, ela conta.
Wilson afirma que não conseguia entender como as universidades podiam colocar os direitos de um suspeito de estupro acima da sua população estudantil. “Estou preocupada porque as universidades não estão fazendo o suficiente para garantir a segurança das pessoas”, afirma ela.
‘Estará comigo para sempre’
“Nunca irei conseguir mudar o que aconteceu comigo, aquilo estará comigo para sempre. Preciso ter uma saída para minha dor”, afirma Wilson.
“O que me motiva é pensar que posso ser capaz de mudar a sociedade para melhor e deixar tudo um pouco mais fácil para outras pessoas. É o que me faz levantar de manhã quando sinto que não consigo fazer mais”, ela conta.
Wilson era uma atleta premiada na sua universidade
BBC
A Universidade de Edimburgo publicou uma declaração afirmando que a segurança dos estudantes é sua principal prioridade e que eles agem rapidamente quando é provada a transgressão de algum estudante.
A declaração afirma: “nosso processo de admissão não exige que os candidatos revelem condenações criminais ou investigações em andamento no momento da inscrição”. Mas acrescenta que “a força do sentimento que rodeia essas questões é algo que a universidade compreende completamente”.
“Continuaremos a ouvir as opiniões sobre quais mudanças podem ser feitas para aperfeiçoar nossos processos e ajudar a garantir que todos os nossos alunos se sintam seguros e protegidos”, conclui a universidade.
Um porta-voz da Universities Scotland – o organismo que representa as universidades escocesas – afirmou que a organização estava trabalhando com Ellie e com o governo da Escócia para verificar quais medidas adicionais poderiam ser tomadas no interesse da segurança e do bem-estar dos estudantes. Ela afirma que uma mudança nas leis de proteção de dados entrou em vigor pouco antes da pandemia e criou uma oportunidade de melhorar as ações neste sentido.
Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-64298937

Fonte: G1 Mundo

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Mais de 9 mil civis morreram na guerra da Ucrânia, diz Kiev


Desse total, 453 eram crianças, segundo balanço do governo ucraniano apresentado no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Grávida é levada de maca em Mariupol, em 9 de março de 2022
Evgeniy Maloletka/AP
Mais de 9 mil civis morreram na Ucrânia desde o início da guerra no país, há quase o ano. Desse total, 453 eram crianças.
Os números são de um balanço do governo da Ucrânia apresentado nesta terça-feira (17) no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
“”Não esqueceremos um só ato de tortura nem uma só vida tirada. Cada um dos criminosos será responsabilizado”, afirmou o chefe da delegação ucraniana em Davos, Adndriy Yermak. Segundo ele, o levantamento contabiliza ainda 80 mil crimes cometidos pela Rússia.
Yermak pediu no Fórum um tribunal especial internacional para julgar líderes políticos russos e as reparações para a destruição causada pela guerra.
Pela contagem da Acnur, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para os direitos humanos, 7.000 civis morreram na guerra. A própria ONU, no entanto, reconhece que o número pode ser bem maior, já que não tem acesso a dados em algumas regiões da Ucrânia atualmente tomada por soldados russos.

Fonte: G1 Mundo

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Promotoria de Paris abre investigação contra o presidente da Federação Francesa de Futebol por assédio moral e sexual


Noel Le Graet foi alvo de uma denúncia de “abuso sexual” e o caso seguirá para o Tribunal. Devido ao caso ele está afastado das funções na Federação. Presidente da Federação Francesa de Futebol, Noel Le Graet, durante entrevista em 8 de março de 2021
FRANCK FIFE / AFP
A Promotoria de Paris abriu nesta segunda-feira (16) uma investigação contra Noel Le Graet, presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), por assédio moral e sexual.
O depoimento de uma empresária de jogadores, Sonia Souid, à revista “TIME” foi um dos mais recentes depoimentos que acusam Graet de “abuso sexual”.
A investigação foi confiada à Brigada de Repressão à Delinquência Contra a Pessoa (BRDP).
Presidente da Federação Francesa de Futebol, Noel Le Graet, durante entrevista coletiva em 2 de julho de 2016
ALAIN JOCARD / AFP
Devido às denúncias, na última quarta-feira, Graete se afastou do cargo dizendo que dará à Justiça tempo para provar sua inocência.
“Nesta fase não conheço nem os factos de que sou acusado nem as pessoas que estão por detrás deles”, escreveu o dirigente de 81 anos em um comunicado de imprensa enviado à AFP.
Durante uma reunião da FFF na última quarta-feira, o chefe do futebol francês, fiel à sua postura inicial, havia jurado perante seus colaboradores não ter “feito nada” em relação aos assédios.

Fonte: G1 Mundo

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‘Cozinha amarela da Ucrânia’: a triste imagem que viralizou após bombardeio


Imagens mostram o interior intacto da cozinha de uma família com a parede externa do apartamento arrancada por um ataque a míssil russo. Imagens como esta do interior da cozinha intacto após o ataque foram amplamente compartilhadas nas redes sociais
YAN DOBRONOSOV/via BBC
As imagens da cozinha de uma família na Ucrânia, que foi exposta ao mundo quando um míssil russo arrancou a parede externa de um prédio, causaram choque e tristeza nas redes sociais.
O apartamento era a casa do conhecido treinador de boxe Mykhailo Korenovsky, que foi morto no ataque do último sábado (14/01) em Dnipro, no leste da Ucrânia. Sua esposa e filhos teriam sobrevivido.
Um vídeo de Korenovsky comemorando um aniversário recente na família no mesmo apartamento também foi publicado.
O ataque em Dnipro matou 40 pessoas — e é considerado um dos mais brutais desde o início da invasão russa da Ucrânia, há 11 meses.
As vítimas incluem três crianças, e mais de 30 pessoas ainda estavam desaparecidas na noite de segunda-feira (16/01).
A imagem impressiona pelo forte contraste entre o normal e o anormal; a vida doméstica da cozinha acolhedora é emoldurada pela devastação repentina e total provocada pelo ataque russo.
A cozinha de aparência moderna e armários de cor amarelo vivo permaneceu notavelmente intacta após o ataque, apesar da sua parede externa ter sido completamente destruída.
Uma fruteira está sobre a mesa repleta de maçãs, os pratos estão ao lado da pia à espera de serem lavados, e as luvas de forno seguem impecavelmente penduradas em um gancho.
“Aqui as pessoas cozinhavam, batiam papo, celebravam datas comemorativas, riam, discutiam”, escreveu a parlamentar de Kiev, Zoya Yarosh, no Facebook.
Ela comparou a destruição do prédio ao destino de seu país: “Estas são as feridas no corpo da Ucrânia. Feridas em nossas casas.”
Nas redes sociais, muita gente destacou os pequenos detalhes da fotografia, sugerindo que a família vivia da melhor maneira possível, apesar da guerra.
“Quando olho para esta cozinha, tudo o que vejo é o apartamento em que cresci, o apartamento em que meus avós moravam, o apartamento em que meus primos moravam, porque todos nós tínhamos dois banquinhos enfiados embaixo da mesa da cozinha assim”, publicou a ucraniana Alina no Twitter.
Um vídeo que circulou na internet mostra uma família comemorando um aniversário na mesma cozinha
UKRAINIAN ARMED FORCES/TELEGRAM
Antes do ataque a míssil, a cozinha parece ter sido palco de um momento feliz em família — a festa de aniversário de uma criança.
Em um vídeo publicado online e republicado pelas forças armadas da Ucrânia, uma menina sorri ao ganhar um bolo de aniversário enorme e apaga as quatro velas. Os mesmos armários amarelos estão bem visíveis, assim como as luvas de forno e a televisão na parede.
Acredita-se que as pessoas no vídeo sejam da família de Mykhailo Korenovsky, que supostamente sobreviveu ao ataque, enquanto o treinador de boxe, não.
O ataque ao prédio matou pelo menos 40 pessoas
YAN DOBRONOSOV/via BBC
Não está claro quando o vídeo foi filmado, mas é um duro lembrete de como a guerra pode de repente destruir vidas.
“Talvez tenha sido ele [Korenovsky] quem comprou aquelas maçãs para a família, deixadas em cima da mesa depois que o prédio desabou”, disse a jornalista russa da BBC Liza Fokht. “Ou talvez tenha sido ele quem deixou um prato na pia —(pensando que) haverá sempre tempo para lavar depois.”
Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-64301624

Fonte: G1 Mundo

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Dez anos depois: desaparecimento de brasileiro no Peru segue como mistério


Família de Artur Paschoali, que desapareceu aos 19 anos, lamenta falta de respostas sobre o que aconteceu com ele. Investigação no Peru foi arquivada. Há uma década, a família de Artur Paschoali convive com a saudade e a incerteza sobre o que aconteceu com ele.
O jovem, que morava em Brasília e sonhava em viajar pelo mundo, desapareceu no Peru em dezembro de 2012, enquanto fazia um mochilão no país.
O caso nunca foi esclarecido.
Mãe de Artur, a arquiteta Susana Paschoali, de 62 anos, afirma que até hoje espera algum tipo de resposta sobre o caso.
“Nunca perdi essa esperança (de descobrir o que aconteceu com Artur). É uma possibilidade muito pequena, mas gostaria que isso ocorresse”, diz à BBC News Brasil.
Ao longo desses 10 anos, os familiares receberam diversas informações desencontradas sobre Artur.
Os pais do jovem fizeram investigações por conta própria e gastaram mais de R$ 200 mil com as buscas – pequena parte disso por meio de campanha de doações -, mas nada foi suficiente para esclarecer o caso.
Susana acredita que o filho morreu. “Desde o primeiro instante achei que tinham matado o Artur.”
“Não considero que sou melhor nem pior que ninguém, então se ocorreu dessa forma é porque era para ser”, diz a arquiteta. “Se fosse pra ser diferente, teria sido e já teríamos uma resposta, porque muitas pessoas desaparecem e são achadas, ou seus corpos são encontrados logo em seguida.”
Já o pai de Artur, o representante comercial Wanderlan Vieira – ele e Susana são separados -, acredita que ainda pode encontrar o filho vivo.
“É complicado porque fica tudo no campo do achismo. Mas o que eu acho é que, passado todo esse tempo, o Artur tenha sido vítima de um cartel na região do Peru e possa estar viva”, afirma.
Susana e o filho: ela ainda vive com a esperança de descobrir o que aconteceu com jovem.
Arquivo pessoal via BBC
O mochilão
Artur tinha 19 anos quando viajou com um grupo de brasileiros para o Peru no fim de setembro de 2012. A viagem era uma oportunidade para ele, que era apaixonado por artes, conhecer mais sobre a cultura local.
A princípio, o jovem passaria apenas algumas semanas na região de Cuzco, mas se encantou pelo lugar e estendeu o período. Na época, ele comunicou aos pais que queria ficar por mais cerca de seis meses no local e depois planejava seguir para a Bolívia, antes de retornar ao Brasil.
Durante a viagem, ele se comunicava com os pais somente por meio de mensagens no Facebook.
Segundo Susana, o jovem se recusava a receber ajuda financeira da família. Em razão disso, trabalhou como recepcionista em hostels e em um bar para que pudesse ter moradia e alimentação.
No início de dezembro de 2012, ele se mudou de Cuzco para Águas Calientes, também nas proximidades de Machu Picchu, a cidade perdida dos Incas.
Foi nesse período que começou o drama da família. Dias depois da chegada dele a Águas Calientes, o jovem mandou uma mensagem que causou preocupação. Segundo Susana, ele disse que bebeu demais e teve problemas com o patrão.
Preocupada, a mãe pediu que Artur a mantivesse informada. Cerca de uma semana depois, segundo Susana, ele enviou uma mensagem dizendo que estava no distrito peruano de Santa Teresa. Foi o último contato dele.
O desaparecimento e a investigação
Depois do Natal de 2012, os familiares acenderam um alerta porque Artur não mandou mensagem.
Os familiares conseguiram o contato de um hostel em Santa Tereza e descobriram que um turista brasileiro havia desaparecido, mas não receberam confirmação se era Artur.
Desesperados, Susana e Wanderlan procuraram por autoridades brasileiras ou peruanas que pudessem ajudá-los. Mas, segundo eles, não conseguiram apoio naquele momento. Compraram passagens aéreas para 31 de dezembro e embarcaram para o Peru. Em Lima, descobriram que o jovem desaparecido era Artur.
A partir de então teve início a busca pelo jovem, que reuniu autoridades peruanas e brasileiras e teve grande repercussão na mídia.
Além da investigação oficial, Susana e Wanderlan começaram a apurar o caso por conta própria. Eles descobriram que o filho desapareceu em uma região tomada pelo narcotráfico e com uma população com intenso medo de passar informações.
Os pais de Artur ficaram no Peru por quatro meses logo após o desaparecimento do jovem. Eles dizem que chegaram a sofrer ameaças de morte, mas não desistiram da busca. As informações que receberam eram passadas anonimamente por pessoas que moravam na região.
A polícia peruana passou a investigar o caso como crime, não mais somente como desaparecimento, após insistência dos pais do brasileiro.
Uma das suspeitas na época, com base em informações colhidas pelos pais do jovem, era de que o dono do bar em que ele trabalhava antes de desaparecer poderia ter envolvimento com o caso.
Uma testemunha relatou ter ouvido gritos de Artur sendo agredido e pedindo para não apanhar em uma residência que pertencia ao dono do bar. No local foram encontradas marcas de sangue. No entanto, segundo a investigação policial, uma análise apontou que o sangue não era do jovem.
Na época, apesar de apontarem alguns suspeitos, ninguém foi preso porque as autoridades alegavam que não havia sequer a comprovação de que Artur havia sido morto.
Para os pais do jovem, muitas provas foram destruídas ou desprezadas durante as investigações e isso prejudicou o esclarecimento do caso. Segundo a família, por se tratar de uma região de tráfico intenso, as autoridades tiveram receio em apurar o desaparecimento a fundo.
Susana retornou ao Peru uma vez após a primeira ida ao país, enquanto Wanderlan voltou outras vezes, sendo a última delas em 2016, para investigar o sumiço do filho.
Para o pai de Artur, o filho pode ter sido escravizado e ainda pode estar vivo. “Em uma das minhas viagens ao Peru, uma testemunha me disse que viu o Artur em um local de tratamento por meio de ervas da Amazônia. Isso foi um tempo depois do desaparecimento dele. Ele estaria escravizado lá, em um pequeno cômodo dentro da selva.”
Segundo o pai do jovem, naquela época Artur estaria sendo obrigado a trabalhar como tradutor, porque sabia inglês e espanhol. Essa informação, porém, nunca foi confirmada.
“Foi a última informação que considerei confiável (sobre a possibilidade de ele estar escravizado). Desde então, não recebi mais nenhuma informação que considero confiável sobre o meu filho, só boatos”, diz Wanderlan.
Dez anos sem respostas
Uma década depois, enquanto vive com a certeza de que o filho morreu, Susana ainda espera descobrir o que ocorreu com ele. Uma das possibilidades que ela acredita é de que, com o passar dos anos, alguma testemunha ou até mesmo pessoa que possa estar envolvida no desaparecimento a procure e dê detalhes que possam levar ao desfecho do caso.
Caso o filho realmente tenha sido assassinado, ela diz que já perdoou a pessoa responsável pelo crime.
“Há uns cinco anos, eu estava muito mal com tudo isso e fiz um propósito de perdoar. Eu entrava no banho e ficava pedindo que Deus aliviasse esse peso. Não queria mais que a pessoa fosse presa, não queria que nenhum mal acontecesse a essa pessoa e isso deu leveza à minha vida”, conta a arquiteta.
“Mais cedo ou mais tarde, acredito que essa pessoa vai ter o retorno sobre isso que fez. O que interessa é o meu filho, que eu acredito que morreu, não me interessa mais essa situação (de punição a quem possa ter cometido um crime contra o jovem)”, acrescenta a arquiteta.
Já Wanderlan acredita que um dia conseguirá recursos financeiros para voltar ao Peru e buscar novamente por respostas sobre o filho. “Não acredito que vou obter novas informações assim, do nada. Mas acredito que um dia conseguirei reabrir a investigação extraoficialmente.”
“Enquanto eu estiver vivo, vou trabalhar para desvendar esse mistério para saber o que realmente aconteceu”, acrescenta.
Em nota à BBC News Brasil, o Itamaraty não detalha sobre o caso de Artur, pois afirma que não fornece dados detalhados sobre “casos individuais de assistência consular a cidadãos brasileiros.”
“Tais informações poderão ser repassadas somente mediante autorização dos envolvidos ou de seus familiares diretos”, diz o comunicado do Itamaraty à reportagem.
Em 2020, o Itamaraty informou à BBC News Brasil que a investigação sobre o caso estava suspensa desde 2017. Os familiares de Artur confirmaram à reportagem que desde então não houve mais nenhum tipo de apuração sobre o desaparecimento.
– Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-64167755

Fonte: G1 Mundo

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Como a União Europeia define quem é terrorista?


Lista poderá em breve incluir Guarda Revolucionária do Irã. Inclusão implicaria uma série de restrições, desde congelamento de bens até proibições de viagens. Mas como a União Europeia decide quem é terrorista? Nesta foto fornecida pela Força Terrestre da Guarda Revolucionária em 17 de outubro de 2022, as tropas assistem a uma manobra no noroeste do Irã.
Iranian Revolutionary Guard’s Ground Force via AP
Após as execuçõesde pelo menos quatro manifestantes antirregime no Irã, a Alemanha e a França avaliam a possibilidade de designar a Guarda Revolucionária Iraniana, unidade de elite do exército nacional, como um grupo terrorista. A decisão, no entanto, deverá ser tomada em conjunto com outros membros da União Europeia como parte de uma política de segurança comum.
Segundo Tanya Mehra, do think tank Centro Internacional para Contraterrorismo, a resolução pode ser definida já na próxima reunião do Conselho de Relações Exteriores do bloco, em 23 de janeiro. Mas como, exatamente, o bloco designa terroristas e que impacto a eventual inclusão da Guarda Iraniana teria sobre a organização militar?
Em que consiste a lista?
A lista de terroristas da UE foi criada em dezembro de 2001, após os ataques terroristas do 11 de Setembro nos Estados Unidos. Trata-se de uma lista negra de indivíduos, grupos e entidades ligados ao terrorismo, inicialmente elaborada como apoio a uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas adotada algumas semanas após os ataques. O intuito era identificar terroristas e seus financiadores e, por fim, tentar detê-los por meio da restrição de finanças e movimentos.
A lista restrita da UE é revisada e atualizada regularmente a cada seis meses. No momento ela inclui 13 pessoas e 21 grupos que operam dentro e fora da UE, envolvidos em atividades que vão desde atentados até esquemas de assassinato.
Aparecer na lista implica ter fundos e outros ativos financeiros congelados dentro da UE. Se os membros da Guarda Revolucionária Iraniana forem listados, eles não poderão acessar nenhum ativo que porventura esteja em algum Estado-membro do bloco. Seus movimentos também serão restritos.
Em alguns casos, indivíduos e grupos banidospodem enfrentar “medidas adicionais relacionadas à cooperação policial e judicial”. Além disso, cidadãos e organizações na UE também ficam proibidos de financiar ou ajudar quem estiver na lista, sob pena de estarem igualmente sujeitos a sanções.
O que faz indivíduos ou organizações serem incluídos na lista?
Uma pessoa ou um grupo tem potencial de entrar na lista se já tiver sido investigado ou processado por atos relacionados ao terrorismo ou por tentativas de cometê-los. Mesmo nos casos em que as investigações não se concretizaram, talvez por questões logísticas, tais entidades ainda podem ser listadas.
Tanto Estados-membros da UE como países de fora do bloco podem apontar nomes cuja inclusão julguem necessária, juntamente com as justificativas para tal inclusão. Em seguida, o grupo Medidas Restritivas de Combate ao Terrorismo, abreviado Comet, avalia o mérito das propostas.
Não está claro quem exatamente compõe o Comet, mas os nomes que o grupo decide incluir são encaminhados ao Conselho Europeu, composto por todos os chefes de Estado ou governos da UE. Há ainda dois membros adicionais: os presidentes da Comissão Europeia, atualmente Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, atualmente o ex-primeiro-ministro da Bélgica Charles Michel.
Além do processo interno de indicação, se o Conselho de Segurança da ONU identificar uma pessoa ou grupo como ligado ao terrorismo, provavelmente seus nomes também entrarão para a lista de terroristas da UE.
Quem está na lista atualmente?
A Al Qaeda e suas ramificações, e o assim chamado “Estado Islâmico” (EI) e suas afiliadas, estão proibidos. Um artigo especial sobre o EI, de 2016, proíbe a venda de armas e munições ou outro equipamento militar a seus membros ou a qualquer associado ao grupo. Seus membros estão impedidos de viajar na UE, excetuados os cidadãos europeus em trânsito para seu país de origem.
O grupo islâmico palestino Hamas e vários outros grupos militantes separatistas e revolucionários como o Hisbolá, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), os Tigres da Libertação do Tamil Eelam, o Exército de Libertação Nacional da Colômbia (ELN) e o Partido Comunista das Filipinas também estão na lista do terrorismo.
Incluir a Guarda Revolucionária Iraniana UE seria uma medida inédita no UE. Ainda que alguns indivíduos da organização já constem, como o Diretório de Segurança Interna do Ministério de Inteligência e Segurança iraniano, pela primeira vez parte do Exército de um país soberano estaria enquadrado como grupo terrorista.
Na prática, a listagem implica meramente replicar as sanções já impostas ao Irã num pacote separado, avalia Tanya Mehra, do Centro Internacional de Contraterrorismo. Além disso, aqueles convocados compulsoriamente para o serviço militar podem ser injustamente afetados. No entanto, designar a Guarda Revolucionária como uma organização terrorista é um ato “simbólico e envia uma mensagem forte ao Irã”, mesmo que isso possa congelar as negociações diplomáticas.
É possível ser removido da lista?
Sim, é possível ser removido, ou pelo menos tentar. O processo pode ser feito através dos Estados-membros ou de países terceiros por meio de uma proposta de reversão do processo de listagem. Foi o que aconteceu com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc),retiradas da lista em 2016 após fecharem um acordo de paz com Bogotá.
Em casos mais complicados, pessoas ou grupos listados podem processar a UE para contestar a designação. Foi o que fez o Hamas, por exemplo, em 2014, argumentando que consiste em um movimento de resistência legítimo. O Tribunal Geral da UE determinou então que o grupo fosse removido após constatar que a designação se baseara em reportagens da mídia, e não em investigações adequadas. Mas a decisão acabou sendo anulada em 2017 pelo Tribunal de Justiça da União Europeia, o tribunal superior do bloco.
Como a UE define “terrorismo”?
Segundo a legislação do bloco, “infrações terroristas são atos cometidos com o intuito de: intimidar gravemente uma população; obrigar indevidamente os poderes públicos, ou uma organização internacional, a praticarem ou a absterem-se de praticar um ato; desestabilizar gravemente ou destruir as estruturas políticas, constitucionais, econômicas ou sociais fundamentais de um país ou de uma organização internacional”.

Fonte: G1 Mundo

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Policial de Londres confessa ser culpado por 24 estupros


David Carrick trabalhava para uma unidade especial da Scotland Yard dedicada a proteger parlamentares e diplomatas estrangeiros. Imagem sem data de David Carrick divulgada pela polícia de Londres
Reprodução/Via Reuters
Um agente da Polícia Metropolitana da cidade de Londres, no Reino Unido, confessou dezenas de estupros e crimes de natureza sexual contra 12 mulheres.
David Carrick, o policial, se declarou culpado de 49 crimes que ocorreram ao longo de duas décadas, e tiveram 12 mulheres como vítimas. Desses 49 crimes, 24 são estupros.
Ele usava seu cargo para amedrontar suas vítimas. Ele afirmava para as vítimas que se elas decidissem denunciá-lo, não iriam acreditar nelas justamente porque ele era policial.
Carrick trabalhava para uma unidade especial da Scotland Yard dedicada a proteger parlamentares e diplomatas estrangeiros.
Os crimes que ele confessou ocorreram entre 2003 e 2020, principalmente no local onde ele morava, Hertfordshitre.
O ex-policial controlava suas vítimas, dizendo a elas o que deveriam vestir, comer, onde deveriam dormir e chegou a impedir algumas mulheres de conversarem com os próprios filhos, de acordo com a BBC.
O ex-policial foi detido quando uma das vítimas decidiu denunciá-lo, em outubro de 2021.
David Carrick serviu como policial no Comando de Proteção Parlamentar e Diplomática.
Ele conheceu algumas vítimas por meio de sites de namoro online, como Tinder e Badoo.
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A polícia se explica
A polícia pediu desculpas depois que o caso veio à tona. Outros agentes já haviam investigado David Carrick por 9 incidentes (havia alegações de estupro entre esses incidentes) entre 2000 e 2021.
Um dirigente da polícia afirmou que os crimes de Carrick são “sem precedentes no policiamento”.
A comissária assistente Barbara Gray, líder da polícia, disse: “Deveríamos ter identificado seu padrão de comportamento abusivo e, como não o fizemos, perdemos oportunidades de removê-lo da organização.

Fonte: G1 Mundo