Pelo sétimo dia consecutivo, o exército filipino prosseguia com os combates contra a insurreição islâmica nesta segunda-feira (29) em Marawi, cidade de Mindanao, a segunda maior ilha do arquipélago. Cerca de 2 mil civis estão bloqueados, segundo estimativa das autoridades.
Pouco depois do início da batalha contra os homens armados, que afirmam pertencer ao grupo extremista Estado Islâmico, o presidente filipino, Rodrigo Duterte, decretou lei marcial em Mindanao.
A lei permite ao governo usar o exército para missões de ordem pública e autorizaria a detenção sem acusação por longos períodos.
As batalhas nas ruas e o bombardeio incessante de alguns bairros por parte do exército, no entanto, não conseguiram acabar com a crise em Marawi.
Zia Alonto Adiong, porta-voz do governo regional, afirmou ter recebido mensagens de texto com pedidos de ajuda. “Não podem sair porque estão com medo de cair em postos de controle administrados por homens armados”, afirmou.
As autoridades acusam os muçulmanos pela morte de 19 civis, incluindo mulheres e crianças. Além disso, 17 membros das forças de segurança e 61 insurgentes morreram nos combates.
Na manhã de domingo oito corpos foram encontrados sob uma ponte do subúrbio de Marawi.
Myrna Bandung, católica, afirmou à imprensa que estava com as oito pessoas quando elas foram assassinadas. “Não me mataram porque eu soube recitar uma oração muçulmana. Os outros não tiveram tanta sorte”, disse, emocionada.
Bombardeios
O exército anunciou a intensificação da campanha de bombardeios para acabar com a rebelião, o que aumentou a angústia dos civis que permanecem em Marawi.
Ao ser questionado sobre o temor dos civis a respeito dos bombardeios, o porta-voz do exército, general Restituto Padilla, declarou que os bombardeios aéreos serão realizados com precisão.
O general, no entanto, afirmou que bombardeios serão realizados em qualquer área na qual combatentes islamitas permanecem escondidos. Tiroteios foram registrados nesta segunda perto da universidade.
Início dos combates
Os combates de Marawi tiveram início depois de um ataque das forças de segurança contra o suposto esconderijo de Isnilon Hapilon, considerado o chefe do EI nas Filipinas.
Os Estados Unidos consideram Hapilon como um dos terroristas mais perigosos do mundo e oferecem recompensa de cinco milhões de dólares por seu cadáver. Ele também é um dos dirigentes de Abu Sayyaf, grupo islamita especializado em sequestros.
Apesar da ação das forças de segurança, dezenas de combatentes conseguiram evitar os militares e saquear a cidade, onde hastearam bandeiras do EI.
Também sequestraram um padre e 14 fiéis em uma igreja e incendiaram edifícios. Não há notícias sobre o paradeiro dos reféns.
Duterte e os comandantes do exército afirmam que a maioria dos combatentes islamitas pertence ao grupo Maute, que declarou lealdade ao EI. Mas o presidente também acusou os criminosos locais de apoiar o grupo Maute em Marawi.