Uma das empresas da família do deputado estadual Olyntho Neto (PSDB), Pronorte Empreendimentos Rurais Ltda, foi multada nesta quarta-feira (5) em R$ 3,2 milhões pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins). A multa está relacionada ao escândalo do lixo hospitalar. Segundo a Polícia Civil, a fazenda em Wanderlândia, onde o lixo foi encontrado enterrado, está no nome da família Olinto.
Veja tudo que se sabe sobre o escândalo do lixo hospitalar.
Os resíduos foram desenterrados da fazenda Caeté durante uma ação da Polícia Civil no último dia 24 de novembro. Desde a época o lixo se encontra amontoado no local e pode causar riscos.
O Naturatins informou que os 36 metros cúbicos de material biológico contaminante estavam enterrados em uma área de mais de 43 mil metros quadrados. Entre os problemas, foram detectados queima a céu aberto, desmatamento e poluição do solo. Pelo menos 20 palmeiras de babaçu foram derrubadas.
Ainda de acordo com o Naturatins, a área funcionava como depósito irregular. “Ficou comprovado que o aterro de resíduos de serviço de saúde funcionava sem a devida licença ou autorização”.
Também foi comprovada a poluição do solo. O lixo é composto principalmente por objetos, materiais, substâncias, tecidos e fluidos humanos, com alto poder contaminante e elevado grau de risco biológico. Segundo o parecer, a situação “favorece a infiltração de substâncias contaminantes e há possibilidade de comprometer o lençol freático”.
Os técnicos do Naturatins detectaram também queima a céu aberto de resíduos de diversos produtos e medicamentos de uso exclusivo em hospitais, como seringas, agulhas, bolsas coletoras, luvas, frascos e ampolas.
Além das multas, a empresa foi notificada a realizar, com urgência, a retirada do lixo do local. A empresa também deve remover e dar destinação adequada aos resíduos hospitalares.
A defesa da família informou por telefone que não pode se manifestar sobre o caso porque ainda não tem conhecimento a respeito desta multa. Afirmou que o Naturatins não fez nenhum contato com os proprietários para que eles pudessem se defender e disse que causa estranheza a divulgação da informação para a imprensa antes que isso acontecesse. Segundo a defesa, isso demonstra que os órgãos oficiais parecem mais preocupados em dar publicidade ao fato do que com o cumprimento do devido processo legal.
O deputado Olyntho Neto (PSDB) passou a ser investigado no caso nesta terça-feira (4) após a Polícia Civil encontrar um documento que liga um ex-assessor dele a uma das empresas envolvidas no esquema. Lívio de Morais Severino, que trabalhava no gabinete do deputado, tinha uma procuração para representar a Sancil Sanantônio. O parlamentar afirma que não é sócio da empresa e que não pode responder pela vida particular do ex-funcionário.
O G1 não conseguiu contato com a defesa de Lívio de Morais Severino.
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