Categorias
ESPORTE

Plano B do Brasil ganha força na Copa e abre leque para Jesus e Neymar

A vitória sobre o México, na última segunda-feira (2), abriu para a seleção brasileira uma perspectiva de variação tática que a Era Tite, em mais de dois anos, ainda não havia experimentado. Para enfrentar a Bélgica na próxima sexta, e para os dois jogos seguintes caso conquiste a classificação, o Brasil viu se confirmar uma alternativa de um novo sistema.

Para reagir em uma partida em que o controle era dos mexicanos nos 30 minutos iniciais, Tite colocou em prática um novo sistema. Essa mudança já havia sido mencionada de passagem por Thiago Silva na véspera do jogo, mas foi confirmada quando foi ordenada a troca do 4-1-4-1 para uma tática, em tese, mais simples: o 4-4-2.
Um dos pontos do novo sistema é dar maior proteção para a área. Assim, o time passou a ter dois jogadores posicionados, de fato, como volantes. Casemiro, que joga mais recuado, recebeu a companhia de Paulinho. Essa mudança é feita por Tite para controlar momentos de pressão dos adversários e já havia sido colocada em prática contra a Sérvia. Naquele jogo, foi Fernandinho quem entrou para jogar próximo de Casemiro.

Na mexida desta vez, no entanto, Tite trocou ainda mais posicionamentos. Philippe Coutinho saiu do meio para jogar pela ponta esquerda, e assim se formou uma linha com quatro meio-campistas: Willian pela direita, Paulinho e Casemiro como volantes e o próprio Coutinho. Com os quatro defensores e mais quatro jogadores próximos, o Brasil ainda protegeu Fagner e Filipe Luís, até então muito expostos ao mano a mano.

A afirmação dessa nova tática ainda beneficiou Neymar, que com maior liberdade de movimentação construiu os dois gols da vitória. Ele virou atacante de verdade, pelo centro, do lado de Gabriel Jesus. Como o UOL Esporte mostrou no começo da preparação para a Copa, esse já era um plano da comissão técnica como alternativa, mas nunca havia sido tão efetivo e emblemático em um jogo da era Tite como agora.

Nessa dança de peças de uma posição para outra, Gabriel Jesus também reencontrou uma forma de ser útil. Cada vez mais camisa 9, como atua com o Manchester City e com a seleção, ele voltou no segundo tempo a ser ponta esquerda, como foi no Palmeiras e na seleção olímpica. Nesta segunda etapa da alteração tática, Coutinho é que foi jogar próximo de Neymar, e Filipe Luís ganhou um marcador implacável para o ajudar naquele setor.

A comissão técnica do Brasil ainda enxerga nessa mudança a possibilidade de aproveitar o melhor de Firmino. O atacante, que cada vez mais se notabiliza como talismã do time e aspirante à titularidade, é visto como um híbrido de número 10 e número 9. Com uma dupla de jogadores mais avançados como no 4-4-2, ele procura espaços às costas dos volantes rivais e joga sempre próximo da área. Exatamente assim, foi fundamental para furar a retranca de Costa Rica e anotou o segundo gol sobre o México.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *