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PMs suspeitos de sequestro também são investigados por forjar flagrantes de tráfico e tortura, diz SSP


Eles foram presos nesta quinta-feira (16) suspeitos de envolvimento no desaparecimento de jovem há quatro meses. Os dois entraram na polícia no último concurso público. Operação foi feita pela Polícia Civil de Paraíso do Tocantins
Divulgação/Polícia Civil
Os soldados suspeitos de terem sequestrado o jovem Filipe Coelho Siqueira, de 21 anos, entraram para a Polícia Militar no último concurso público e são investigados por outras condutas criminosas, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP). Eles foram identificados como Felipe Augusto Lovato da Rocha e Ismael Nascimento da Conceição.
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O advogado da Associação dos Praças Militares do Tocantins, Paulo Roberto, informou, por telefone, que ainda não teve acesso à investigação, mas vai se posicionar nos próximos dias.
Os soldados foram presos na manhã desta quinta-feira (6) durante a operação Missing, realizada pela Polícia Civil. Supostamente, eles seriam os homens que aparecem rendendo e colocando Filipe Coelho dentro de um carro, no dia 1º de agosto. Desde então, o jovem não foi mais visto. (Veja abaixo)
Jovem desaparece e câmera de segurança registra possível sequestro
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), ao longo do minucioso trabalho executado pela Polícia Civil descobriu-se que os investigados estariam envolvidos em outras condutas criminosas incompatíveis com os preceitos de atuação da Polícia Militar, utilizando-se da condição de policial como justificativa.
Foi apurado que eles supostamente ofereciam dinheiro a usuários de droga viciados em crack para que adquirissem drogas em “bocas-de-fumo”. Em seguida, à paisana e utilizando carro particular, executarem buscas clandestinas nestes locais do tráfico, onde apreendiam drogas e valores.
Conforme a investigação, por vezes o material apreendido não era apresentado na delegacia e eles sequer efetuavam a prisão do traficante. Ainda foram constatadas evidências apontando envolvimento dos investigados em casos de tortura.
“Portanto, condutas completamente contrárias ao Estado Democrático de Direito, que serão devidamente apuradas através do regular processo penal, em procedimento próprio”, afirmou a SSP.
Quanto às prisões desta quinta-feira (16), a SSP informou que as ordens foram emitidas pela Justiça em razão dos crimes de homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver. Os militares devem ficar presos na unidade da Polícia Militar em Palmas.
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Entenda
Felipe Coelho está desaparecido há mais de um mês
Arquivo Pessoal
Filipe Coelho Siqueira, de 21 anos, desapareceu no dia 1º de agosto de 2023. Uma câmera de segurança registrou o momento em que ele estava andando por uma rua e foi abordado. Primeiro ele foi levado para o muro de uma casa e depois e colocado dentro de um carro.
Segundo a família, Filipe Coelho trabalhava como ajudante de pedreiro durante o dia e estudava o último ano do ensino fundamental no período noturno. No momento em que desapareceu, ele estaria voltando do serviço para almoçar.
A Polícia Civil informou que realizou várias ações para tentar localizar a vítima ou seus restos mortais. Foram usados drones com câmeras termais nos prováveis lugares onde Filipe poderia ter sido descartado, mas até o momento, ele não foi localizado.
Durante as investigações, a equipe da 6ª DEIC identificou que o crime aconteceu por volta das 11h da manhã do dia 1º de agosto na Av. Campinas, no setor Jardim Paulista.
Imagens de câmeras de segurança mostraram que ele passou por uma espécie de revista pessoal e em seguida foi colocado no carro. Depois se descobriu que os dois homens que aparecem nas imagens eram policiais militares.
A polícia descobriu que um dos PMs morava em frente ao local e que o carro pertence ao outro militar envolvido. Com Filipe no carro, os policiais inicialmente seguiram para a zona rural de Paraíso e retornaram cerca de 30 minutos depois. Eles voltaram para o ponto de partida por volta das 14h36, mas desceram do veículo sem Filipe.
O que diz a Polícia Militar
A Polícia Militar do Tocantins, por meio da Corregedoria, esclarece que acompanhou a Polícia Civil do estado, na manhã desta quinta-feira, 16, nos cumprimentos de mandados de prisão preventiva e busca e apreensão em desfavor de dois Policiais Militares, em face da Operação Missing, na cidade de Paraíso e Palmas.
Após os procedimentos judiciários, os militares serão recolhidos para uma unidade da Polícia Militar em Palmas, os quais ficarão à disposição para os procedimentos cabíveis.
A Polícia Militar do Tocantins também informa que já havia instaurado Inquérito Policial Militar para apurar o caso, cujo procedimento ainda está em curso.
Por oportuno, a Polícia Militar reafirma seu compromisso com a legalidade e imparcialidade, no exercício de sua nobre função pública.
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Fonte: G1 Tocantins