A visita do prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB), ao município de Araguaína no final de semana ganhou mais uma polêmica para além da alfinetada no ex-governador Siqueira Campos (sem partido) e da irritação com a imprensa local. O pessebista foi ao município a bordo de um avião de propriedade do empresário Rodrigo Siqueira Nogueira, alvo da Operação Águia, da Polícia Federal, e proprietário da RSN Logística, empresa que mantém contratos com a prefeitura da Capital.
O CT consultou a matrícula do avião utilizado por Amastha na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAC) realmente aponta que a aeronave é de propriedade de “Rodrigo Siqueira Nogueira e outros”, discorre o texto do órgão. O empresário também é citado como sendo o operador no documento disponibilizado pela Anac. Outro destaque indicado pelo RAC é que a aeronave em questão está na categoria de Serviço Aéreo Privado (TTP), e não como Táxi Aéreo (TPX).
Rodrigo Siqueira Nogueira teve os bens bloqueados no âmbito da Operação Ápia, responsável por investigar suposto esquema de desvios de recursos oriundos de três financiamentos com instituições internacionais, intermediados pelo Banco do Brasil, para obras de pavimentação. Nas quatro primeiras fases, a ação da Polícia Federal cumpriu 150 medidas judiciais cautelares, entre conduções coercitivas, prisões preventivas e de busca e apreensão. O dano ao erário é calculado em cerca de R$ 200 milhões, inicialmente.
O empresário é primo do ex-presidente da Agência de Máquinas e Transportes (Agetrans) Alvicto Nogueira, o Kaká, que chegou a ser preso na Ápia e é apontado pela Polícia Federal como a “figura central e coordenadora na associação criminosa”, conforme narrou o relatório parcial relacionado à operação apresentado ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), de autoria do delegado de investigação e combate ao crime organizado do Tocantins, Julio Mitsuo Fujiki.
Rodrigo Siqueira Nogueira também é proprietário da RSN Logística, que tem contratos firmados com a Prefeitura de Palmas. Em uma consulta ao Diário Oficial da Capital foi possível constatar que, em abril deste ano, a administração prorrogou por mais um ano o contrato com a empresa no valor de R$ 12.590.000,00 para a locação de caminhões, máquinas pesadas, veículos e equipamentos para serviços gerais, com fornecimento de mão de obra.
O CT acionou a Secretaria de Comunicação de Palmas e aguarda manifestação.
Fonte: Portal CT