Cinquenta vítimas do atentado de Manchester, no Reino Unido, seguem internadas nesta terça-feira (30). Dezessete delas estão em estado grave, de acordo com a Reuters. A explosão que ocorreu no fim do show de Ariana Grande deixou um total de 22 mortos e 116 feridos.
O atentado completou uma semana nesta segunda-feira (29) com uma nova detenção e a revelação de que o serviço de inteligência britânico investigará porque as advertências sobre o perigo representado pelo autor do ataque, Salman Abedi, foram ignoradas.
O chefe da polícia de Manchester, Ian Hopkins, afirmou à BBC Radio Manchester que a investigação tem progredido rapidamente. Ele confirmou que o homem-bomba era conhecido da polícia, mas por “crimes relativamente menores”, incluindo roubos, cometidos em 2012, e não por suas posições extremistas, segundo a France Presse.
Nesta terça, a estação de trem Victoria de Manchester, que fica ao lado da arena onde aconteceu o atentado, foi reaberta. O ataque forçou o fechamento da estação por medidas de segurança e também para permitir que os agentes pudessem realizar a perícia no local.
A polícia afirmou estar realizando buscas em um endereço em Wigan, perto de Manchester, e confirmou que a operação está ligada ao atentado da semana passada.
“Nós estamos atualmente realizando buscas em uma propriedade na rua Springfield em Wigan, em relação com o ataque da última segunda-feira na Arena de Manchester”, disse a polícia de Manchester em comunicado.
“Há um cordão de isolamento e nós estamos pedindo que as pessoas evitem a área”.
Investigações
A polícia britânica ainda tenta traçar os passos do homem-bomba desde 18 de maio, quando voltou para o Reino Unido depois de uma estadia na Líbia, segundo a France Presse. Salman Abedi, que tem origem líbia, havia alugado um apartamento no centro de Manchester, sua cidade natal, onde provavelmente montou o explosivo antes de utilizá-lo, de acordo com os investigadores.
Na segunda-feira, a polícia lançou um alerta sobre uma mala azul que se acredita que esteve em poder de Abedi.
Graças aos avanços na investigação, o nível de alerta terrorista no Reino Unido foi rebaixado no sábado de “crítico” para “grave”, o que significa que um ataque é “altamente provável”, mas não “iminente”.
O exército, que esteve de prontidão para apoiar a polícia durante todo o fim de semana em locais públicos, retirava-se das ruas gradualmente nesta terça-feira.
Esta noite, o ex-vocalista do Oasis, Liam Gallagher, vai se apresentar em Manchester em um show cuja renda será doada para as vítimas do ataque.
Política
O atentado colocou a segurança no centro da campanha eleitoral de 8 de junho, retomada na sexta-feira depois de ser suspensa em razão do ataque. Durante um programa de televisão na segunda-feira à noite, a primeira-ministra Theresa May foi interrogada várias vezes sobre os cortes orçamentários impostos pelo governo conservador à polícia.