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Fátima Guedes dá banho de felicidade ao harmonizar águas e mágoas de amor na correnteza do show ‘Sete chuvas’


Fátima Guedes apresenta músicas inéditas, como ‘Chuva sertaneja’, no roteiro do show ‘Sete chuvas’
Marcelo Castello Branco / Divulgação Produção Fátima Guedes
♫ OPINIÃO SOBRE SHOW
Título: Sete chuvas
Artista: Fátima Guedes
Data e local: 17 de maio de 2025 no Teatro Rival Petrobras (Rio de Janeiro, RJ)
Cotação: ★ ★ ★ ★
♬ Desacostumado de carinho, o cancioneiro de Fátima Guedes é banhado por águas densas que movem mágoas de amor. Águas e mágoas que desabam como tempestades no coração do ouvinte entre momentos de estiagem como Cheiro de mato (1980).
Ainda assim, sob a direção de João Batista, a compositora carioca conseguiu enfiar Faca (1992) e outras lâminas afiadas no roteiro do show Sete chuvas sem diluir o conceito e a atmosfera feliz deste espetáculo que chegou à cena na noite de ontem, 17 de maio, no palco do Teatro Rival Petrobras, casa que sempre abrigou a artista nascida em um mês de maio, no progressista ano de 1958.
Compositora avalizada instantaneamente por cantoras do porte de Elis Regina (1945 – 1982) e Nana Caymmi (1941 – 2025), Fátima Guedes harmonizou as águas e as mágoas de repertório próprio e alheio no fluxo de correnteza que se manteve fluente ao longo do show, orquestrado com sofisticação sob a direção musical do violonista Jean Charnaux, criador dos arranjos em que a melancolia de canções como a valsa Chove lá fora (Tito Madi, 1957) foi sublinhada pelo sopro de Eduardo Neves.
De cara, a cantora invocou Santa Bárbara (1991) quase a capella, pedindo luz para encarar as sombras dos “tempos violentos” e mostrando que a voz conserva o viço, impressão corroborada ao longo do show.
Feita a limpeza da alma, Fátima Guedes caiu em samba solar antes de fazer cair Chuva sertaneja (2025) – inédita de roteiro conceitual em que a compositora também apresentou A índia (2025), música adornada pelo vocal de tom indígena que pauta o tema – e de fazer brotar as cores vivas do arco-íris no canto e na bela luz do show (a cargo de Robson Braga) ao reviver a canção Arco-íris (1981).
Fátima Guedes se junta com o grupo Arranco de Varsóvia em boa parte do show ‘Sete chuvas’
Marcelo Castello Branco / Divulgação Produção Fátima Guedes
A entrada do Arranco de Varsóvia após a oitava música realçou a luminosidade do show Sete chuvas. Após assumir o palco para cantar o samba Água de chuva no mar (Carlos Caetano, Gerson Gomes e Wanderley Monteiro, 1999), o grupo se juntou a Fátima Guedes e assim ficou até o fim do show. Foi quando as vocalistas Andréa Dutra e Cacala Carvalho formaram trio com a cantora para regar Chovendo na roseira (Antonio Carlos Jobim, 1973) e voar sobre as harmonias de Passarim (Antonio Carlos Jobim, 1985).
Entre solos da cantora em músicas autorais como Onze fitas (1979) e Tanto que aprendi de amor (1980), números que simbolizaram momentos de “estiagem” no roteiro chuvoso, o trio surpreendeu ao mergulhar na praia do reggae com Oh! Chuva (Luis Carlinhos, 2001), sucesso do grupo de forró Falamansa.
À medida em que o show Sete chuvas foi se aproximando do fim, o clima ficou cada vez mais desanuviado, culminando com a luminosidade do samba Sempre bate o sol (2015), composto por Fátima Guedes e apresentado pela autora há dez anos com o Arranco de Varsóvia e com arranjo de Paulo Malaguti Pauleira, tecladista do grupo, em gravação feita para o álbum Transparente (2015).
O clima solar se expandiu no bis e se espalhou pela plateia quando as três artistas desceram do palco e circularam pelo público enquanto cantavam dois sambas aliciantes de Jorge Ben Jor, Chove chuva (1963) e Que maravilha (1969, parceria de Ben com Toquinho), em atmosfera de congraçamento.
Na sequência, com Fátima Guedes já saindo à francesa, Andréa Dutra e Cacala Carvalho puxaram Flor de ir embora (1990) na plateia, arrematando Sete chuvas, show que lavou a alma do público com a cantora dando banho de felicidade entre águas e mágoas com o poder da lira de cancioneiro autoral que poetiza as tempestades do coração desacostumado de carinho.
Fátima Guedes estreia o show ‘Sete chuvas’ no palco do Teatro Rival Petrobras na noite de sábado, 17 de maio
Marcelo Castello Branco / Divulgação Produção Fátima Guedes

Fonte: G1 Entretenimento

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Rapper francês Werenoi morre aos 31 anos, horas antes de show


Artista sofreu parada cardiorrespiratória no sábado (18) e foi hospitalizado, mas não resistiu. O rapper francês Werenoi, nome artístico de Jérémy Bana Owona
Divulgação/Facebook do artista
O rapper francês Werenoi, nome artístico de Jérémy Bana Owona, morreu neste sábado (18) aos 31 anos, poucas horas antes de uma apresentação que faria no Azar Club, em Lyon, na França.
O artista sofreu uma parada cardiorrespiratória na manhã de sábado (18) e foi hospitalizado, mas não resistiu.
Werenoi era considerado uma das vozes mais promissoras da nova geração do rap francês. Seu nome vinha ganhando destaque por letras que retratavam a realidade das ruas com força e autenticidade.
O amigo e colaborador Babs lamentou a perda nas redes sociais: “Descanse em paz, meu irmão. Eu te amo!!!”, escreveu nas redes sociais.
O Azar Club, onde o show aconteceria, também divulgou uma nota: “Foi com grande tristeza que soubemos do falecimento de Werenoi, um artista único e uma voz marcante de sua geração, que receberíamos esta noite no Azar Club. Lembramos do talento, da força e da autenticidade de um artista que marcou sua era”.
A causa oficial da morte ainda não foi divulgada.
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Fonte: G1 Entretenimento

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Fã vê Gaga no Rio de bem longe e pede montagens com cantora perto… E elas são hilárias


Henrie usou seu perfil no X para pedir uma ‘ajuda’ aos seguidores. Lady Gaga bate público de Madonna, mas fica atrás de Rod Stewart
Com uma plateia de 2,1 milhões de fãs em Copacabana, era difícil ficar perto do palco de Lady Gaga. Foi isso que aconteceu com Henrie, que foi assistir ao show histórico da cantora no dia 03 de maio, no Rio de Janeiro. Mas ele achou uma “solução”: pediu para seus seguidores uma ajudinha para conseguir ter uma imagem com a cantora ao fundo.
Os seguidores entraram na brincadeira e fizeram várias montagens com Henrie e as diferentes “versões” de Lady Gaga.
O pedido:
Fã de Lady Gaga pede montagem para os seguidores
Reprodução/X
As respostas:
Fã vê Gaga no Rio de bem longe e pede montagens com ela perto
Reprodução/X
Fã vê Gaga no Rio de bem longe e pede montagens com ela perto
Reprodução/X
Fã vê Gaga no Rio de bem longe e pede montagens com ela perto
Reprodução/X
Fã vê Gaga no Rio de bem longe e pede montagens com ela perto
Reprodução/X
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Fonte: G1 Entretenimento

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The Town anuncia Jason Derulo, Ceelo Green, Luísa Sonza, Pedro Sampaio e Di Ferrero


Festival está marcado para setembro no Autódromo de Interlagos, em SP. Venda geral de ingressos começa no dia 27 de maio. O festival The Town, que ocorre entre 6 e 14 de setembro no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, anunciou novos nomes para os palcos principais.
Os cantores americanos Jason Derulo e CeeLo Green, vencedor de cinco prêmios Grammy, vão se apresentam no palco Skyline em 12 de setembro.
Jason Derulo volta ao Brasil após se apresentar no Rock in Rio de 2022.
Stephanie Rodrigues/g1
No dia seguinte, a cantora britânica Natasha Bedingfield estará no mesmo espaço.
O festival também anunciou atrações brasileiras que estarão no palco The One no dia 12:
Luísa Sonza;
Pedro Sampaio;
Duda Beat;
e Di Ferrero.
A venda geral de ingressos começa em 27 de maio no site oficial do festival.
Quem já foi confirmado no festival The Town 2025
O festival terá uma noite dedicada ao rock, em 7 de setembro, com Green Day, Sex Pistols, Iggy Pop, Bruce Dickinson, Capital Inicial, Pitty e CPM 22.
No dia 12, a atração principal será o grupo Backstreet Boys.
Mariah Carey, Jessie J, Ivete Sangalo e Lionel Richie irão se apresentar no dia 13.
O dia 14 terá Katy Perry, Camila Cabello, J Balvin e Iza.

Fonte: G1 Entretenimento

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Eurovision 2025: Áustria ganha festival europeu de música com a canção ‘Wasted Love’


O cantor Johannes Pietsch, conhecido como “JJ”, de 24 anos, levou o título. Representando a Áustria, JJ é o grande vencedor do Eurovision 2025
Denis Balibouse/ Reuters
A Áustria foi a grande vencedora do Eurovision 2025, realizado neste sábado (18) na cidade suíça de Basileia. O cantor Johannes Pietsch, conhecido como “JJ”, de 24 anos, levou o título com a canção “Wasted Love”, que combina elementos de ópera e vocais agudos.
Esta é a terceira vitória da Áustria no maior concurso musical do mundo — a primeira foi em 1966, com Udo Jürgens, e a segunda em 2014, com a icônica performance da drag queen Conchita Wurst em “Rise Like a Phoenix”.
Neste ano, JJ superou Israel na votação, que considera tanto os jurados profissionais quanto o público por telefone. Mais de 160 milhões de pessoas assistiram à final em todo o mundo, segundo a Agência Reuters.
A Suíça sediou o evento após a vitória de Nemo em 2024, em Malmö, na Suécia. Cerca de 100 mil pessoas participaram das celebrações e eventos ligados ao Eurovision em Basileia durante a semana.
Apesar do apelo por neutralidade política, a edição deste ano foi marcada por polêmicas relacionadas à guerra em Gaza. O representante de Israel, Yuval Raphael, é sobrevivente do ataque ao festival de música Nova, em 7 de outubro de 2023, que deixou 1.200 mortos e 251 sequestrados por militantes do Hamas, segundo autoridades israelenses.
Grupos pró-Palestina pediram a exclusão de Israel do concurso, citando o número de mortos na ofensiva israelense em Gaza, que já ultrapassaria 50 mil, de acordo com autoridades locais de saúde. Cerca de 200 manifestantes protestaram em Basileia no sábado.
A emissora pública espanhola RTVE exibiu uma mensagem antes do início do show: “Quando os direitos humanos estão em risco, o silêncio não é uma opção. Paz e Justiça para a Palestina”.
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Fonte: G1 Entretenimento

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Ritchie revitaliza a música que o fez renascer após ser declarado morto


Ritchie lança single na terça-feira, 20 de maio, com regravação de ‘Transas’, música que o repôs no topo das paradas em 1986
Alessandra Tolc / Divulgação
♫ MEMÓRIA
♪ Para Ritchie, revitalizar Transas – em gravação que será lançada na terça-feira, 20 de maio, como quarto single de futuro álbum de regravações de sucessos próprios e alheios – simboliza reviver um tempo de ressurreição artística. Transas foi a primeira música gravada em português por Ritchie sem a assinatura do cantor, compositor e músico inglês.
A canção era de Nico Rezende com letra de Paulinho Lima –dupla de compositores que estava em alta no mercado fonográfico por conta do sucesso da gravação da música Perigo (1985) na voz de Zizi Possi.
Transas fez um sucesso massivo e ainda maior do que Perigo ao ser cantada por Ritchie em gravação editada em single – em formato de LP – e amplificada na trilha sonora da novela Roda de fogo (TV Globo, 1986 / 1987). A música trouxe o cantor à tona e o repôs no topo das paradas em virada inesperada.
Após três álbuns inteiramente autorais gravados e lançados por Ritchie na CBS, gravadora no qual o artista se tornou popstar com a edição do LP Voo de coração em 1983, Ritchie estava desacreditado no mercado fonográfico quando assinou contrato com a gravadora Polygram em 1986.
Na CBS, ele havia sido declarado artisticamente morto após um terceiro álbum, Circular, que passara despercebido em 1985, acentuando declínio comercial já sinalizado pelo segundo álbum do artista, E a vida continua… (1984), disco que tinha feito algum sucesso com as músicas A mulher invisível (Ritchie, Bernardo Vilhena e Steve Hackett) e Só pra o vento (Ritchie e Bernardo Vilhena), mas sem bisar o voo e o estrondo do disco solo de estreia do cantor.
A ascensão e queda de Ritchie foi tão rápida e vertiginosa, entre 1983 e 1985, que surgiram até teorias conspiratórias (nunca comprovadas) de que Roberto Carlos – então o campeão de vendas da gravadora CBS – teria agido nos bastidores da empresa fonográfica para minar o sucesso do jovem concorrente.
Verdade ou fake new, o fato é que Ritchie estava sem crédito no mercado brasileiro quando o sucesso de Transas o recolocou no topo das paradas radiofônicas em 1986, abrindo caminho para a gravação do quarto álbum do artista, Loucura & mágica, lançado em 1987 com foco na música-título, refinada balada composta por Ritchie com versos de Antonio Cicero (1945 – 2024).
O álbum Loucura & mágica surtiu pouco efeito comercial, assim como os sucessores Pra ficar contigo (1988) e Sexto sentido (1990). Tanto que a carreira fonográfica de Ritchie foi desativada na década de 1990, sendo retomada somente em 2002 com o álbum Auto-fidelidade.
Transas – a canção ora regravada pela segunda vez por Ritchie (a primeira foi lançada em 2009 no CD e DVD Outra vez ao vivo no estúdio), com reverência ao arranjo original de 1986 – fez sucesso pela combinação pop de uma melodia sedutora com uma letra que versava de forma direta sobre a prática do sexo sem compromisso e sem envolvimento romântico, assunto então novo no cancioneiro pop nacional.
Transas foi a grande canção pop de 1986 (ano de grandes álbuns no rock e no samba) e promoveu a ressurreição de Ritchie em uma das mais espetaculares viradas de jogo da história da indústria fonográfica brasileira.
Capa do single ‘Transas 2025’, de Ritchie
Alessandra Tolc

Fonte: G1 Entretenimento

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Pedro Pascal critica clima de ‘medo’ por políticas de imigração de Trump: ‘Não deixe que eles vençam’


Ator participou de coletiva de imprensa no Festival de Cannes. Ele estrela o filme ‘Eddington’, do diretor Ari Aster. O ator chileno Pedro Pascal disse, neste sábado (17), que a autoexpressão é a melhor forma de combater as ações contra imigrantes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Eles vencem pelo medo. Então continue contando histórias, continue se expressando e continue lutando para ser quem você é”, disse o ator durante coletiva de imprensa. “Lute e não deixe que eles vençam”, completou.
Ele foi questionado em uma coletiva de imprensa se estava com medo de sofrer alguma retaliação do governo americano quando voltasse ao país. Pascal participa do Festival de Cannes, na França, uma das mostras de cinema mais importantes do circuito internacional, e estrela o mais novo longa de Ari Aster, “Eddington”.
Joaquin Phoenix e Emma Stone também estão no filme, que se passa na pandemia de Covid-19. Na história, um casal está fazendo quarentena em uma cidadezinha no Novo México e começa a perceber alguns acontecimentos estranhos que dão um tom sinistro ao filme.
🇺🇸 O longa toca em temas como fake news, o uso de máscaras e os protestos do movimento Black Live Matters, motivos de embates nos Estados Unidos sob o primeiro mandato de Trump.
Pascal, conhecido por seu papel na série “The Last of Us”, tentou se esquivar das perguntas sobre imigração na coletiva. Ele afirmou que é “intimidador demais” para ele responder a uma pergunta sobre o tema na gestão Trump.
“A verdade é que eu tenho medo de tudo, toda hora”, disse Pascal.
Pedro Pascal posa no tapete vermelho do festival de Cannes, na França.
Stephane Mahe/Reuters
“Não estou informado o suficiente [sobre as questões de imigração]”, disse o ator. “Quero que as pessoas estejam seguras e protegidas. E quero viver no lado certo da história.”
“Eu mesmo sou um imigrante. Meus pais são refugiados políticos do Chile. Nós fugimos de uma ditadura. Eu fui privilegiado o suficiente para crescer nos EUA”, continuou.
Trump lançou uma repressão contra a imigração ilegal e também deteve e deportou residentes permanentes legais dos EUA. Suas políticas desencadearam uma série de ações judiciais e protestos.
Aster, que ficou conhecido pelo seu trabalho nos filmes de terror “Hereditário” e “Midsommar”, disse que queria capturar no novo longa como os EUA se sentiram durante a pandemia.
“Estamos vivendo um caminho perigoso e sinto que estamos vivendo um experimento que está dando errado”, disse o diretor.
Com informações da Reuters.
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Fonte: G1 Entretenimento

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Roda de Santa Rita celebra 50 anos do álbum em que ‘Madame Lee’ mordeu o ‘Fruto proibido’ e engoliu o machismo


Por ter cinco cantoras como vocalistas, grupo carioca se afina com o tom feminino do disco de 1975. Ilustração de Rita Lee (1947 – 2023), musa que inspirou a criação da Roda de Santa Rita
Reprodução / Instagram Roda de Santa Ria
♫ ANÁLISE
♪ “Mulher é bicho esquisito / Todo mês sangra”, caracterizou Rita Lee (1947 – 2023) em Cor de rosa choque, música composta pela artista em 1979 para ser o tema de abertura do programa TV Mulher (Globo), marco do feminismo na televisão brasileira.
Sintomaticamente, rosa é também a cor que envolve a foto da cantora e compositora na capa do álbum Fruto proibido (1975), o segundo e mais emblemático dos quatro discos feitos por Rita com o grupo Tutti Frutti.
Por completar 50 anos em 2025, o álbum Fruto proibido vem sendo celebrado desde janeiro com shows e eventos. Hoje, 17 de maio, a Roda de Santa Rita sobe ao palco do Kingston Club, no Rio de Janeiro (RJ), para festejar com show as cinco décadas desse disco em que Rita Lee cantou a liberdade feminina na batida do rock.
E o que Rita fez há 50 anos foi proeza não somente no universo masculino do rock, mas em toda a música brasileira, visto que, até então, somente uma mulher, Joyce Moreno, havia composto música sob ótica feminina e sofrido julgamentos severos da intelectualidade carioca por ter apresentado em festival de 1967 música que trazia escrito “meu homem” em um dos versos.
Na época, Rita Lee já fazia a revolução tropicalista com Os Mutantes quando o trio se juntou a Gilberto Gil em outro festival daquele ano de 1967. Mais tarde, a partir de 1979, bafejada pelos ventos da abertura política que sopravam na música brasileira, Rita explicitaria cenas de amor e sexo nas letras do cancioneiro composto com Roberto de Carvalho, parceiro de cama, música e banheira de espuma.
Quatro anos antes de virar a mania do Brasil, a artista enfrentou a censura de país brutalizado pela ditadura e deixou a moral de quatro com o ato de morder o fruto proibido naquele álbum gravado em abril de 1975 com repertório que se tornaria um greatest hits da fase roqueira da artista com o Tutti Frutti.
Daí que o tributo da Roda de Santa Rita tem tudo a ver porque o grupo carioca – criado há dois anos, em maio de 2023, para celebrar o legado de Rita Lee, então recentemente falecida – é formado por cinco cantoras de idades e formações distintas.
Se Andréa Cals já contabiliza seis década de vida, Sofia Mattos ainda vai fazer 20 anos. Juntas, Andréa, Sofia, Beatriz Napolitani, Nina Castro e Val Becker certamente carregam no corpo e na alma marcas e vivências femininas que darão sentido adicional ao canto de músicas libertárias como Agora só falta você (Rita Lee e Luiz Carlini), Dançar para não dançar (Rita Lee) – rock que cita a bailarina e coreógrafa norte-americana Isadora Duncan (1887 – 1927) nos versos “Faça como Isadora / Que ficou na história / Por dançar como bem quisesse” – e Pirataria (Lee Marcucci e Rita Lee, 1975).
Se o álbum Fruto proibido permaneceu tão atual e relevante ao longo desses 50 anos, resistindo às modas e mutações da música brasileira, é muito pelo fato de Rita Lee ter hasteado a bandeira da liberdade sob prisma feminista sem apelações ou panfletos.
Rita foi contra a moral machista da época ao reacender a chama da dançarina naturista Dora Vivacqua (1917 – 1967) em Luz Del Fuego (Rita Lee) e ao se permitir encarnar uma Eva maliciosa e mordaz na música-título Fruto proibido (Rita Lee). Sem falar em Ovelha negra, hino geracional que tematizou a rebeldia de uma filha contra o status quo representado pelo pai.
Os músicos da Roda de Santa Rita formam um time masculino, mas quem abre as asas e solta as feras e vozes – para citar versos de um rock das Frenéticas, Perigosa (1977), que trouxe a assinatura de Rita Lee – são as cinco mulheres vocalistas do coletivo. Por isso não provoque, é cor-de-rosa choque…
Roda de Santa Rita faz show hoje, 17 de maio, no Kingston Club, no Rio de Janeiro, para celebrar o álbum de 1975
Rogério Von Kruger / Divulgação

Fonte: G1 Entretenimento

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Sean ‘Diddy’ Combs: quem é Cassie Ventura, testemunha-chave no julgamento do rapper


Em quatro dias de depoimento, Cassie Ventura se tornou a testemunha principal no julgamento contra o rapper e magnata da música. Sean Combs e Cassie no baile de gala do Metropolitan Museum of Art Costume Institute em 2015
Reuters
Em um julgamento que está desfazendo o legado de um dos maiores magnatas da música dos anos 2000, o foco da primeira semana de procedimentos não foi o próprio Sean “Diddy” Combs, mas sua ex-namorada.
A cantora de R&B Cassandra “Cassie” Ventura depôs por quatro dias, descrevendo com detalhes emocionantes os anos de espancamento e os encontros sexuais com prostitutas, movidos a drogas, que ela alega ter sofrido nas mãos do astro do rap, com quem namorou por mais de uma década.
Mas, embora a história dela tenha claramente deixado uma impressão nos presentes no tribunal, que um espectador descreveu como uma “aura de tristeza”, é apenas uma peça do quebra-cabeça que os promotores devem apresentar para provar que Combs não era apenas um abusador, mas o mentor de um empreendimento sexual criminoso.
Na terça-feira, os suspiros irromperam em uma sala de audiências lotada em Manhattan quando os promotores chamaram Ventura – sua principal testemunha – para depor. Todos os olhos estavam fixos na cantora grávida de oito meses, enquanto ela passava pelo ex-namorado, que não via há seis anos.
Ventura estava lá para testemunhar no caso federal de tráfico sexual, extorsão e prostituição contra Combs, a quem ela acusa de abusar dela e coagi-la a praticar atos sexuais indesejados – os chamados “freak-offs” – durante o relacionamento de 11 anos e meio.
Combs é acusado de conspiração de extorsão, tráfico sexual e transporte para se envolver em prostituição – todos os quais ele negou veementemente.
Cercado por seus filhos e dezenas de familiares e amigos, o Sr. Combs observou Ventura de sua cadeira na mesa de defesa, a apenas alguns metros de distância.
Durante todo o tempo, o juiz distrital dos EUA, Arun Subramanian, pressionou os advogados a cumprirem o cronograma, pois os promotores expressaram preocupação com a possibilidade de sua testemunha principal entrar em trabalho de parto com seu terceiro filho já neste fim de semana.
Uma aspirante a musicista se apaixona por um rapper ‘maior que a vida’
Em seu primeiro dia no banco dos réus, Ventura começou levando os promotores ao início de seu tumultuado relacionamento com Combs, que ela conheceu quando era uma aspirante a musicista de 19 anos. Combs, 17 anos mais velho que ela, a contratou para sua gravadora.
O relacionamento romântico deles começou logo depois, quando Ventura se apaixonou pelo músico e empresário “maior do que a vida”, disse ela. Mas não demorou muito para que ela percebesse um lado “diferente” dele, testemunhou Ventura, às vezes enxugando as lágrimas dos olhos.
Combs, segundo ela, queria controlar todos os aspectos de sua vida. Ele pagava seu aluguel, seu carro e seu telefone, às vezes tirando os itens para “puni-la” quando estava chateado, disse ela.
Por fim, o relacionamento se tornou violento. Ela testemunhou sobre o momento em que ele a atacou porque ela estava dormindo, cortando sua sobrancelha ao jogá-la no canto da cama enquanto suas duas amigas tentavam impedi-lo. Foi mostrada ao tribunal uma foto do corte que, segundo Ventura, Combs contratou um cirurgião plástico para consertar secretamente. Em outra ocasião, em uma festa, ele chutou a cabeça dela enquanto ela se encolhia atrás de um vaso sanitário em um banheiro, disse ela.
Enquanto os jurados permaneceram concentrados em seu testemunho e nas provas, demonstrando pouca emoção, alguns na sala de audiências enxugaram as lágrimas ou desviaram o olhar das fotos e vídeos gráficos – incluindo o vídeo viral de Combs batendo e arrastando Ventura no corredor do InterContinental Hotel em Los Angeles em 2016.
Publicado pela CNN no ano passado, o vídeo foi visto por milhões de pessoas – incluindo muitos dos jurados antes de se sentarem para o julgamento – e por Ventura, que foi forçada a rever o incidente de abuso várias vezes esta semana.
Os ‘freak-offs’ se tornaram um trabalho
Janice Combs, mãe de Sean Combs, chega durante seu julgamento no Tribunal Federal de Manhattan, em 15 de maio de 2025, na cidade de Nova York. Ele se declarou inocente de todas as acusações
Getty Images
Ventura testemunhou que o incidente no hotel ocorreu depois que ela tentou sair de um “freak-off”, um encontro sexual no qual o casal contratava acompanhantes masculinos para fazer sexo com a Ventura enquanto o Sr. Combs observava e gravava de um canto.
Ventura disse que o rapper a apresentou aos “freak-offs” por volta de um ano de relacionamento e, no início, ela fazia isso para deixá-lo feliz.
Mas, com o tempo, os encontros a humilharam, disse ela. Às vezes, eles duravam até quatro dias e exigiam que Ventura tomasse inúmeros medicamentos para se manter acordada, disse ela. Ela sofreu lesões como infecções dolorosas do trato urinário – e uma vez até desmaiou, acordando no chuveiro, disse ela.
“Isso me fez sentir inútil”, disse ela ao tribunal. “Os surtos se tornaram um trabalho em que não havia espaço para fazer mais nada além de me recuperar e tentar me sentir normal novamente.”
O casal teria “centenas” de surtos, segundo Ventura.
Após anos de rompimentos temporários – alguns alimentados pelos casos de Combs — Ventura terminou seu relacionamento definitivamente em 2018, o mesmo ano em que ela alega que o rapper a estuprou em sua casa enquanto ela chorava.
Ventura passou a namorar e a se casar com seu personal trainer, Alex Fine, com quem tem dois filhos, mas o trauma de seu relacionamento permaneceu com ela.
Em meio a lágrimas, Ventura contou ao tribunal que, há dois anos, pensou em tirar a própria vida, quando os flashbacks traumáticos de seu relacionamento com Combs se tornaram insuportáveis. Seu marido a ajudou a procurar terapia para se recuperar, disse ela.
D’Lila Star Combs (à esq.) e Chance Combs, filhas de Sean “Diddy” Combs, saem para uma pausa para o almoço durante o julgamento de Combs no Tribunal Federal de Manhattan em 13 de maio de 2025 na cidade de Nova York
Getty Images
Consentimento versus conformidade: promotores constroem caso de tráfico sexual
Ao longo da angustiante história de violência doméstica de Ventura, os promotores tentaram inserir elementos de seu caso mais amplo de tráfico sexual e extorsão contra Combs.
Os advogados de Combs já admitiram que o rapper foi abusivo — e argumentaram que não teriam contestado um processo por violência doméstica contra ele. Mas, ‘violência doméstica não é tráfico sexual’, argumentou nesta semana Teny Geragos, advogada de Combs.
O governo federal acusou Combs de transporte para se envolver em prostituição e tráfico sexual por meio de força, fraude ou coerção.
Ele também é acusado de liderar uma conspiração de extorsão ou de dirigir um empreendimento ilegal de acordo com a Racketeer Influenced and Corrupt Organizations Act (RICO). O estatuto foi criado para enfrentar chefes da máfia, mas desde então tem sido usado em outros casos, incluindo tráfico sexual, como o caso contra o cantor de R&B R Kelly.
A procuradora assistente dos EUA, Emily Johnson, usou partes da história de Ventura para impulsionar o caso, perguntando-lhe sobre as armas às quais o rapper tinha acesso e as formas como ele supostamente a chantageava.
Ventura contou ao tribunal sobre um momento em que, segundo ela, Combs acessou em seu laptop os vídeos que ele havia gravado de suas loucuras, à vista de outras pessoas em um voo comercial. Ela disse que ele lhe disse que os divulgaria se ela não se comportasse.
“Eu me senti presa”, disse Ventura.
Arick Fudali, advogado que representa uma vítima não identificada no caso do governo contra Combs, disse que “o medo do que aconteceria se eles não obedecessem” é um elemento crucial do caso do governo.
“É claro que alguém pode consentir em um ato sexual”, disse Fudali à BBC. “Mas alguém também pode ser coagido a ser complacente, e isso é diferente.”
O governo também usou o testemunho de Ventura para tentar construir seu argumento de extorsão – a alegação de que Combs usou sua rede leal de associados para administrar um empreendimento criminoso e encobrir seus supostos crimes.
Os promotores perguntaram à Ventura sobre os seguranças que, segundo ela, ficaram parados enquanto Combs abusava dela. Ventura testemunhou sobre o envolvimento dos funcionários de Combs na organização de festas com suprimentos como óleo de bebê e na reserva de viagens para os acompanhantes masculinos que eles contratavam.
Equipe de Combs diz que o ciúme e as drogas alimentaram a violência
Depois de um dia e meio no banco dos réus, foi a vez de os advogados de Combs questionarem a Ventura.
A advogada do rapper, Anna Estevao, baseou-se em centenas de páginas de mensagens de texto entre o Combs e Ventura para ajudar a promover os argumentos mais amplos de sua equipe: que Ventura era uma participante voluntária de surtos em um relacionamento tóxico alimentado por drogas e ciúmes.
A equipe jurídica de Combs mostrou mensagens de Ventura para Combs, nas quais ela dizia que estava “sempre pronta” para um surto, e em outra ocasião ela disse que gostaria que eles tivessem tido um.
Ventura reconheceu ter escrito as mensagens, mas acrescentou que, naquele momento, eram “apenas palavras”.
Estevao também continuou trazendo Ventura de volta aos momentos de infidelidade do casal, como quando Combs passava as férias com a família e a ex-namorada Kim Porter, ou quando Ventura começou a namorar o rapper Kid Cudi enquanto ela e Combs estavam em um intervalo.
Ela perguntou repetidamente à Ventura sobre seu uso de drogas e como ela e Combs lutaram contra o vício em opioides em alguns momentos.
Nesses momentos, a defesa estava tentando mostrar aos jurados que se tratava de um relacionamento tóxico, violento e complicado – mas não um caso de extorsão ou tráfico sexual, disse à BBC a ex-promotora federal Sarah Krissoff.
A defesa também se esforçou para tentar destruir o caso de extorsão do governo, perguntando à Ventura se os funcionários de Combs haviam de fato testemunhado os surtos, ao que Ventura disse que não achava isso.
Por fim, disse Fudali, o caso da promotoria dependerá dessa questão de conformidade versus consentimento – se as namoradas de Combs eram participantes voluntárias de suas fantasias sexuais ou se agiam por medo.
“Ventura consentiu ou foi coagida a cumprir o acordo?” disse Fudali. “Essa parece ser a questão para o júri”.
Ilustrações mostram P. Diddy em tribunal durante julgamento
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Fonte: G1 Entretenimento

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Julgamento de Diddy: As revelações das testemunhas até agora


Julgamento, que continuará nos próximos dias, discute as denúncias contra o rapper, acusado de associação ilícita, tráfico sexual e de liderar uma rede ilegal de prostituição. Ilustrações mostram P. Diddy em tribunal durante julgamento
Nesta segunda-feira (12), se iniciou a fase de alegações do julgamento do rapper e executivo Sean “Diddy” Combs. Preso desde setembro, ele é acusado de associação ilícita, tráfico sexual e de liderar uma rede ilegal de prostituição. O músico se declara inocente.
O julgamento, que continuará nos próximos dias, acontece em um tribunal no sul de Manhattan, em Nova York. Veja a seguir um resumo do que aconteceu até agora. Se for condenado, Diddy pode pegar prisão perpétua.
1º dia
No primeiro dia de julgamento, os promotores apresentaram o caso ao júri. Explicaram quais são as acusações contra Diddy. Os supostos crimes abrangem o período de aproximadamente 2004 a 2024. Duas das acusações foram adicionadas um mês antes do julgamento.
Os promotores disseram que Diddy usou seu “poder e prestígio” como astro da música para coagir mulheres física e emocionalmente, fornecendo drogas para mantê-las submissas nos chamados “freak offs”, festas com dias de duração regadas a orgias violentas e agressões.
Ele teria cometido esses crimes durante anos com a ajuda de uma rede de associados e funcionários, enquanto silenciava as vítimas por meio de chantagem e violência, incluindo sequestro, incêndio criminoso e agressões físicas.
Os promotores também alegaram violência sexual contra três mulheres. Pouco antes do julgamento, revelaram que Diddy rejeitou um acordo judicial que poderia significar uma pena mais leve do que uma condenação. Eles não divulgaram os termos do acordo proposto.
Cassie se emocionou em julgamento de P. Diddy
Elizabeth Williams via AP
A procuradora Emily Johnson alegou que, em uma freak off, Diddy pediu para que uma prostituta urinasse na boca de sua então namorada, a cantora Cassie Ventura, que teria ficado sufocada na situação. Ainda de acordo com a promotoria, apesar de Cassie ter concordado, “era algo que ela não queria fazer”.
Cassie, cujo nome legal é Cassandra Ventura, foi a parceira romântica de Combs, que teve idas e vindas, por mais de uma década. Seu processo de 2023 contra Combs, alegando anos de abuso, incluindo estupro, deu início ao escrutínio que eventualmente levou ao seu processo.
A primeira testemunha a depor no julgamento foi Israel Flores. Ele trabalhava como segurança do hotel onde Diddy agrediu Cassie, em 5 de março de 2016. A violência foi registrada por câmeras do local, e o vídeo virou uma prova contra o rapper anos depois.
No julgamento, o Israel disse que naquele dia recebeu um relato de que havia uma mulher em perigo no 6º andar. Ao verificar as câmeras, ele teria visto Diddy caminhando de um lado para outro. Ao chegar no sexto piso, Cassie estava no chão e o músico em pé. O funcionário teria sugerido que os dois fossem para o quarto e notado que havia ali um vaso quebrado.
Mais tarde, ainda segundo a testemunha, Diddy tentou suborno. O músico teria mostrado ao segurança várias notas de dinheiro e pedido silêncio. O funcionário, porém, teria negado e dito que os danos ao vaso seriam cobrados.
Ilustração de julgamento de Diddy, em maio de 2025
Elizabeth Williams/AP
Flores também afirmou que, dias depois, procurou imagens de vigilância do incidente, mas não encontrou.
Brian Steel, advogado de Diddy, perguntou ao segurança se ele chamou a polícia naquele dia. Como resposta, ouviu um “não”. A defesa do músico também questionou o porquê alguns detalhes do relato de Flores só apareceram agora. O segurança alegou que não havia dito tudo.
Depois de Israel Flores, foi a vez de Daniel Phillip testemunhar. Segundo a agência de notícias Associated Press, ele disse que era um stripper e recebia de US$ 700 a US$ 6.000 para fazer sexo com Cassie enquanto Diddy observava e dava instruções, com o primeiro encontro ocorrendo em 2012.
Ele afirmou que parou de se encontrar com o casal depois de ver Diddy jogar uma garrafa nela e depois arrastá-la pelos cabelos para um quarto enquanto ela gritava.
Xavier Donaldson, advogado de Diddy, tentou descredibilizar Phillip, debochando do slogan de seu antigo emprego, “a melhor experiência de noite das mulheres”.
Cassie e Diddy em ilustração do julgamento desta terça (13)
Elizabeth Williams via AP
2º dia
Na terça (13), a cantora Cassie testemunhou que o magnata da música era poderoso, abusivo e controlador, a agredia impiedosamente e ordenava que ela fizesse sexo “repugnante” com estranhos durante maratonas de vários dias, movidas a drogas, que ele chamava de “freak offs”.
Cassie se emocionou e precisou se recompor durante o depoimento, que durou cerca de cinco horas. Segundo a agência de notícias Associated Press, ela fez as alegações esmiuçando detalhes humilhantes dos quais diz ter vivido.
Ela descreveu um relacionamento turbulento de 10 anos com Diddy. Afirmou que o músico foi consumido pela violência e pela obsessão dele com uma forma de voyeurismo em que “ele controlava toda a situação”.
Prestes a dar à luz seu terceiro filho, Cassie apoiava ocasionalmente as mãos na barriga grávida enquanto testemunhava. Entre seus apoiadores no tribunal estava seu marido, Alex Fine.
A cantora disse aos jurados que as exigências sexuais do rapper eram muitas vezes revoltantes e a fazia se sentir “fortemente objetificada”. Ela explicou que os suportou porque estava apaixonada.
Cassie também afirmou que o músico controlava todos os aspectos de sua vida, desde sua carreira até sua moradia.
Ilustração do julgamento de Diddy, em maio de 2025
Elizabeth Williams/AP
3º dia
De volta ao tribunal, Cassie alegou na quarta (14) que, após tentar terminar com Diddy, ele invadiu seu apartamento em Los Angeles e a estuprou no chão da sala.
Ela chorou em alguns momentos do depoimento. Segundo o site TMZ, a artista afirmou que durante o relacionamento com Diddy tentou se machucar para amenizar o sofrimento das violências que sofreu. Também disse que se drogava para suportar a situação.
Cassie também diz que, em 2023, começou a fazer terapia para lidar com o trauma porque estava pensando em suicídio.
Naquele ano, ela chegou a abrir um processo contra o rapper, mas horas depois voltou atrás, após selar um acordo com o músico. No julgamento, ela revelou que o acordo foi de US$ 20 milhões (cerca de R$ 118,1 milhões).
Segundo a agência de notícias Associated Press, Cassie disse que durante o namoro não sentia que poderia recusar as exigências dele de que ela tivesse “centenas” de encontros com profissionais do sexo — que ele assistia e controlava por horas e até dias. Ele ameaçava vazar vídeos que gravou dela em situações sexuais humilhantes.
“Eu temia pela minha carreira. Temia pela minha família. É simplesmente constrangedor. É horrível e repugnante. Ninguém deveria fazer isso com ninguém”, disse Cassie.
Cassie testemunhou sobre vários episódios de violência. Ela disse que, no início do relacionamento, em 2007, ele a agrediu repetidamente e a derrubou no chão de um veículo com um golpe na cabeça. Em 2011, quando ele soube que ela estava se relacionando com o rapper Kid Cudi, ele teria chutado suas costas.
Após esse ataque de 2011, Cassie disse que mentiu para sua mãe no Natal, ao dizer que aquela era a primeira vez que ela foi agredida pelo rapper.
“Eu não conseguiria machucá-la daquele jeito”, afirmou cantora. “E foi assustador. Não é normal ser constantemente machucada pela pessoa que você ama — que diz que te ama.”
Ilustração do julgamento de Diddy, em maio de 2025
Elizabeth Williams/AP
4º dia
Na quinta-feira (15), Cassie começou a ser interrogada pela defesa de Diddy. Ela foi pressionada a ler em voz alta suas próprias mensagens explícitas para o ex-namorado, incluindo textos que a mostravam expressando desejo por sexo grupal regado a drogas que, de acordo com seu depoimento anterior, a deixou traumatizada.
Segundo a agência de notícias Associated Press, os advogados de Diddy tentaram retratar Cassie perante o júri como uma pessoa disposta e ávida do estilo de vida sexual do magnata.
A defesa alegou que, embora ele pudesse ser violento, nada do que fez se configurava como uma atividade criminosa.
Uma das trocas de mensagens expostas era de agosto de 2009. Nela, o músico pergunta quando ela queria reencontrá-lo, e ela responde: “Estou sempre pronta para surtar”. Dois dias depois, Cassie enviou uma mensagem explícita e ele respondeu com grande expectativa. Ela respondeu: “Eu também, só quero que seja incontrolável”.
“Eu amo nossos FOs [freak offs] quando nós dois queremos isso”, disse Cassie em 2017, em uma mensagem enviada ao rapper. No julgamento, Cassie explicou: “Eu diria que ‘FOs amorosos’ eram apenas palavras naquele momento.”
A advogada Anna Estevao liderou o interrogatório a Cassie. Ela alegou que a cantora sentia ciúmes de Diddy com outras mulheres. Cassie respondeu que, enquanto ele a proibia de encontrar outras pessoas, as mesmas regras não se aplicavam a ele.
Estevao perguntou se era “justo dizer” que a carreira de Diddy foi arruinada depois que a cantora o processou em novembro de 2023, tornando público pela primeira vez o conceito de “freak offs”.
“Eu posso entender que sim”, afirmou Cassie, em resposta ao questionamento.
Cassie reclamou que os jurados não estavam ouvindo o contexto completo das mensagens que a defesa estava destacando, dizendo: “Há muita coisa que pulamos”.
Ilustração mostra Sean ‘Diddy’ Combs em tribunal durante julgamento
Reprodução/Reuters
5º dia
Na sexta-feira (16), a defesa do rapper abordou a relação tumultuada entre ele e a cantora. Mais uma vez, segundo a agência de notícias AFP, os advogados do músico tentaram mostrá-la como uma pessoa inconstante.
Anna Estevao, advogada de Diddy, tentou diminuir a credibilidade de Cassie, ao enfatizar a duração do relacionamento, sua decisão de permanecer com o rapper apesar da violência e das coações, e o comportamento da modelo.
“Vou te matar”, diz Cassie em um áudio a um homem que ela achava que tinha um vídeo de uma das “freak-offs”. A gravação foi exibida ao júri, e a cantora não contestou o conteúdo e manteve a calma.
A defesa insistiu na dependência do casal de drogas e medicamentos. Com a ajuda de e-mails e mensagens de texto do começo da década de 2010, os advogados mostraram que houve vezes em que Cassie participou e planejou detalhes de orgias voluntariamente.
Diante do júri, foram lidas mensagens trocadas pelo casal, algumas com conteúdo explícito. Cassie disse que participou das orgias porque estava apaixonada e porque queria agradar Diddy, até o momento em que começou a sentir que não tinha “muitas opções”.
A cantora Dawn Richard também depôs no julgamento desta sexta. Ela testemunhou ter presenciado Diddy agredir Cassie fisicamente em diversas ocasiões, segundo a agência de notícias Associated Press.
Dawn disse que, em um encontro na casa de Diddy em 2009, o músico estava furioso e tentou acertar Cassie na cabeça com uma frigideira. A ex do rapper teria desviado do golpe e então se encolhido em posição fetal no chão.
“Ele começou a socá-la e chutá-la… no corpo e na cabeça”, disse Dawn, acrescentando que Diddy passou o braço em volta do pescoço dela e a mão em sua cabeça para arrastá-la em uma escada.
“Fiquei com medo por ela e com medo de fazer qualquer coisa”, continuou, explicando que não tentou intervir ou chamar a polícia, porque “nunca tinha visto nada parecido antes”.
Após a saída do tribunal, Cassie divulgou uma declaração por meio de seu advogado dizendo que esperava que seu depoimento ajudasse outras pessoas a “se curarem do abuso e do medo”.
“Para mim, quanto mais eu me curo, mais consigo me lembrar”, disse ela. “E quanto mais eu consigo me lembrar, mais jamais esquecerei.”

Fonte: G1 Entretenimento