O senador Aécio Neves (PSDB-MG) e um número registrado como sendo do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), fizeram 46 ligações via Whatsapp entre fevereiro e maio de 2017, segundo relatório da Polícia Federal enviado ao Supremo e tornado público no sistema da Corte no último dia 11. A maior parte dos contatos ocorreu entre março e maio, período em que o tucano já estava sendo investigado na Suprema Corte sob suspeita de receber propina da JBS.
O laudo traz informações sobre ligações e documentos encontrados em cinco dispositivos eletrônicos que estavam em posse de Aécio Neves e foram apreendidos na operação Patmos da PF, no dia 18 de maio. São três celulares, um tablet e um computador.
A informação sobre o parecer da PF foi dada primeiramente pelo site Buzzfeed e depois confirmada pelo UOL.
Afastado do Senado por decisão da Primeira Turma do STF desde setembro, Aécio Neves retornou à Casa na última quarta-feira (18), um dia após a maioria dos senadores revogar a decisão da Corte. A decisão foi possível graças a um entendimento do próprio STF do último dia 11, de que medidas cautelares aplicadas a parlamentares pelo Supremo deveriam ser autorizadas pelas Casas Legislativas. A votação no STF terminou com 6 votos a 5, com Gilmar Mendes entre os vencedores.
“Contatos frequentes”
No relatório, a PF destaca que Gilmar Mendes é relator de quatro dos sete inquéritos que investigam o tucano no STF.
“No material analisado, embora sem conteúdo probatório correlacionado aos fatos sob investigação (Operação Patmos), destacam-se os registros verificados nos aparelhos celulares utilizados pelo Senador Aécio Neves, nos quais se evidencia os seus contatos frequentes com o Ministro do STF, Gilmar Mendes, relator de quatro inquéritos em que ele aparece como investigado”, diz conclusão do relatório da PF.
Das 46 ligações, 38 foram registradas em um aparelho de Aécio e outras oito em um segundo modelo periciado. O terceiro celular apreendido não contém registros de ligações entre o senador e o ministro do STF.
As ligações e tentativas de ligações feitas via WhatsApp, no entanto, não foram interceptadas pela PF. Sem contar com a gravação na memória interna do celular de Aécio, não foi possível saber o conteúdo das conversas.
Fonte UOL